Suely Franco, Deborah Evelyn e Fernanda Nobre estrelam clássico do teatro em Belém
O espetáculo ‘Três Mulheres Altas’ inicia a turnê pelo Norte do país e a capital paraense será a segunda cidade a receber a peça nos dias 26 e 27 de julho.

Suely Franco, Deborah Evelyn e Fernanda Nobre apresentam em Belém a peça Três Mulheres Altas, clássico da dramaturgia contemporânea.
O espetáculo, que recebeu o Prêmio Pulitzer e ganhou bem-sucedidas montagens pelo mundo, mostra o embate de três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice.
Após passar por sete cidades e atrair mais de 65 mil espectadores, a peça chega a Belém para duas únicas apresentações, nos dias 26 e 27 de julho, no Teatro Margarida Schivasappa, com intérprete de Libras em todas as sessões. Os ingressos já estão à venda.
Escrita por Edward Albee (1928–2016) no início da década de 1990 — mais precisamente em 1991 —, Três Mulheres Altas foi lançada três anos depois e marcou uma virada na trajetória do autor, que passou a receber suas melhores críticas e viu renascer o interesse por sua obra.
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O texto vai além de ser um retrato da mãe de Albee: ele traz um olhar mordaz e perverso — por que não dizer cômico — sobre a classe média alta americana e toda a sua hipocrisia, ao abordar temas como status, sucesso, sexo, preconceitos da sociedade e as relações que as três mulheres travam com o mundo, sempre atravessadas pelo filtro machista.
A nova versão da peça está em cartaz há quatro anos consecutivos.
O espetáculo segue colecionando plateias lotadas e reconhecimento por onde passa. Nesse percurso, Deborah Evelyn foi premiada como Melhor Atriz pela APTR, e a montagem recebeu indicações a importantes prêmios, como Cesgranrio, Bibi Ferreira e Cenym.
Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, identificadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Suely Franco), com mais de 90 anos, está doente e mistura memórias e acontecimentos, enquanto repassa sua vida para a personagem B (Deborah Evelyn), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Fernanda Nobre), é uma advogada encarregada de administrar os bens da idosa, que já não consegue lidar com questões financeiras e burocráticas.
Entre os muitos embates travados pelas três, a grande protagonista do espetáculo é a passagem do tempo — e a forma como lidamos com o envelhecimento.
“O texto do Albee nos faz refletir sobre ‘qual é a melhor fase da vida?’, além de levantar questões sobre o olhar da juventude para a velhice, sobre a pessoa de 50 anos que já acha que sabe tudo e, fundamentalmente, sobre o que fazemos com o tempo que nos resta. Apesar dos temas profundos, a peça é uma comédia em que rimos de nós mesmos”, analisa o diretor Fernando Philbert.
A última — e, até então, única — encenação do texto no Brasil ocorreu logo após sua estreia em Nova York, em 1994. Philbert e as atrizes da atual montagem acreditam que esta nova versão traz uma visão atualizada, em sintonia com todas as transformações comportamentais e políticas das últimas décadas, especialmente no que diz respeito às questões femininas, presentes ao longo dos dois atos da peça. Sexo, casamento, desejo, pressões e machismo são temas que surgem nos diálogos e comprovam a extrema atualidade do texto de Albee.
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