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Série “Selecionados Arte Pará - 40 anos” apresenta artistas da edição

A série começa com a apresentação dos artistas da categoria Mostra Nacional

Bruna Lima
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O momento é de celebração para os artistas selecionados no Arte Pará 2022, e, também de expectativa, pois falta pouco tempo para a inauguração, marcada para setembro, quando finalmente serão divulgados os premiados da edição histórica de 40 anos. 

Mas, enquanto o grande dia ainda não chega, O Liberal montou a série “Selecionados Arte Pará - 40 anos” para os leitores conhecerem um pouco mais sobre a trajetória dos 20 artistas escolhidos.

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A série começa com a apresentação dos artistas da categoria Mostra Nacional. Essa primeira edição traz um breve perfil dos paulistas Alexandre Ignácio Alves e Bianca Turner.

Alexandre Ignácio Alves, São Paulo, 1968

Alexandre inscreveu no Arte Pará 2022 retratos de grande formato executados com uma técnica clássica chamada grisalha. Ele pinta, quase sempre, pessoas do próprio circuito afetivo: amigos, vizinhos e familiares. Esta investigação começou quando ele voltou a morar no seu bairro de origem, em São Paulo. Ele diz que ficou impactado com a beleza e a força dos jovens da região e começou a convidá-los para participar do projeto. E na sequência do trabalho, ele passou a fazer retratos dos próprios familiares.

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Sobre a trajetória na arte, Alexandre explica que basicamente investiga a possibilidade de pintar os gêneros clássicos na contemporaneidade. E a vontade de se tornar artista começou na adolescência. “Desde sempre houve o interesse pela pintura e um fascínio pelo volume e isso aplico no meu trabalho. Atualmente, eu estudo a pintura de retratos. Se posso citar uma referência que me inspira no momento é o pintor Benedito José Tobias. Um pintor negro do século passado que pintava pessoas negras, anônimas, provavelmente seus pares”, explica o artista.

Para Alexandre, a arte contemporânea, principalmente aqui no Brasil, vem revendo padrões e conceitos, quebrando paradigmas e estruturas engessadas. Ele diz que é notável a contribuição que artistas, críticos, curadores e instituições têm dado nessa virada conceitual atual no Brasil. “Olhar sob outras perspectivas é só o início de um longo caminho”, destaca.“Fiquei muito feliz de ter sido selecionado em um salão tão importante e renomado; ainda mais com a excelência dos artistas selecionados, da curadoria e do júri”, completa.

Bianca Turner, São Paulo, 1984

A artista trabalha há mais de 10 anos com grupos de teatro, realizando estudos de cenografia até direção de arte. Em 2016, começou a desenvolver o trabalho autoral como artista aprofundando sua pesquisa na relação do corpo com os arquivos coloniais. “Em 2019, eu adentrei nos arquivos cartográficos da invasão do território, que hoje é nomeado como Brasil, e me interessou muito esses registros cartográficos assim como as imagens, os desenhos usados como sustentação dessa mentira colonial… de que o Brasil foi descoberto”, explica a artista.

Desde o início, mesmo no campo cenográfico, Turner diz que sempre buscou e se intrigou pela lógica espiralar do tempo e em como tudo se afeta e se interconecta em contraponto com a lógica linear.

A obra inscrita no Arte Pará e que vai fazer parte da exposição se chama “Inventário em Vida”. Trata-se de uma performance registrada em que a artista projeta sobre o próprio corpo o mapa da América Latina e do Brasil, cruzando os traçados do Tratado de Tordesilhas.

“São diversos os tratados de Tordesilhas, sendo que muitos foram negociados ao longo das décadas e todos têm nomes de homens: nomes e sobrenomes masculinos. E aí nessa obra eu projeto isso sobre o meu corpo nu feminino, fazendo uma alusão ao quanto o corpo feminino é submetido a essa divisão territorial antes de ser encontrado. Para mim, essa divisão de Tordesilhas é uma evidência de que estava tudo planejado e estavam dividindo o território muito antes de chegarem aqui. E a pergunta que eu lanço por meio da performance é como um território pode ser dividido antes de ser encontrado? Assim como as mulheres, como elas podem ser divididas e pertencidas por alguém antes de serem encontradas em sua complexidade?”, questiona a artista.

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Para Turner, a arte, na atual conjuntura, está em mutação. Está sendo revista, e a artista acredita que, daqui a um tempo, vai ser nomeada como outra coisa, porque avalia que os artistas estão propondo e fomentado debates que geram extrema ruptura interna e externa. 

Ter sido selecionada para a 40ª edição do Arte Pará é de grande importância para Bianca. “Talvez seja um dos maiores salões que eu já entrei. A minha carreira é recente, tenho seis anos de trajetória, eu não sou uma artista estabelecida, nunca tive nenhuma exposição individual, não sou representada por nenhuma galeria, nunca vendi um trabalho. Portanto, para uma artista desse porte entrar num salão como esse é um reconhecimento muito importante e que gera aberturas na carreira”, ressalta.

Os trabalhos poderão ser vistos a partir do dia 22 de setembro nos espaços expositivos da Casa das Onze Janelas e na Galeria Fidanza, localizada no Museu de Arte Sacra. 

O Projeto Arte Pará 2022 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, com patrocínio do Centro Universitário Fibra e do grupo Equatorial Energia e com apoio institucional do grupo O Liberal e dos Institutos Inclusartiz e Pivô Arte e Pesquisa. O Arte Pará é uma realização da Fundação Romulo Maiorana.

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