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Personagens negros com traços mais "finos" ainda são preferidos na publicidade

Pesquisa focalizou números sobre protagonistas negros na propaganda brasileira

Redação Integrada
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O estudo “TODXS – Uma análise da representatividade na publicidade brasileira”, feito pela agência de propaganda Heads que, em parceria com a ONU Mulheres, mapeia a representatividade de gênero e raça na publicidade no país, também fez análise sobre quantos protagonistas negros tem traços negróides (cabelo crespo, pele mais escura, nariz e lábios grossos).

Dentre os homens negros protagonistas, o percentual foi ótimo: 70%. Dentre as mulheres, os números não são os melhores: apenas 47%, menos da metade. Ou seja, a maioria das protagonistas negras são mulheres de tom de pele mais claro, com traços finos e cabelo liso ou alisado.

image Legenda (Divulgação)

“A gente se acostumou a pensar que ser considerado bonito está ligado a ter traços finos e um biotipo europeu, e as mulheres são mais cobradas a seguirem esse padrão de beleza. Os dados para mulheres demonstram essa visão antiquada, preterindo os traços negros que são predominantes no Brasil. Entendemos que nosso papel é problematizar essas questões, para que possamos evoluir qualitativamente na representatividade de gênero e raça”, pontua Isabel Aquino, diretora de planejamento da Heads e responsável pelo estudo.

A pesquisa traz dados também sobre as representações e seus papéis nos filmes: os segmentos de produtos de limpeza, telecomunicações, alimentos, beleza e cosméticos e produtos farmacêuticos utilizam totalmente ou quase totalmente da imagem da mulher. No caso dos homens, os segmentos responsáveis por usar suas imagens são sites e aplicativos, seguradoras, entretenimento, combustíveis, construção e eletrônicos. Já os setores das indústrias farmacêuticas, bebidas alcoólicas, automóveis e educação foram identificados como aqueles com nenhuma ou praticamente nenhuma presença de negros em suas comunicações.

image (Divulgação)

 

Essas informações deixam clara a persistência dos estereótipos no mundo da publicidade e, também, mostram que apesar de a questão estar sendo amplamente discutida, o avanço – apesar de perceptível – ainda acontece em um ritmo muito lento.

Desde a sexta onda, aparecem mais cabelos ondulados, demonstrando a queda do padrão do cabelo super liso e a crescente afirmação de identidade entre as mulheres brasileiras, que estão abandonando processos químicos de alisamento para assumir o cabelo natural.

“Há uma evolução no pensamento das marcas, mas ela ainda não acontece na velocidade em que se espera. Existe uma grande oportunidade para as marcas contribuírem com a discussão e, ao mesmo tempo, criarem valores e incrementar o negócio. Nada vai mudar se as pessoas não mudarem seus pensamentos, pré-conceitos e julgamentos. Todos precisam decidir pela equidade de gênero no dia a dia. Todas as empresas têm a possibilidade, a oportunidade e a responsabilidade de ter papel efetivo nessa mudança”, completa Isabel Aquino.

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