MENU

BUSCA

Inesita lança o álbum 'Cada Objeto Uma Canção'

A cantora apresenta sete faixas autorais, sendo a maioria inédita, com as participações de Nazaré Pereira e Luciano Lira (Bando Mastodonte)

Enize Vidigal O Liberal

A cantora, compositora e contrabaixista Inesita lança o primeiro álbum, “Cada Objeto Uma Canção”, nas plataformas digitais, nesta quarta-feira, 24. O projeto autoral reúne seis faixas inéditas e o single “Céu no Olhar”, previamente lançado em parceria com Nazaré Pereira.

Ouça aqui.

A jovem musicista paraense que iniciou carreira solo em 2017, após uma trajetória de oito anos como baixista, se destacou no palco do Festival Se Rasgum e, agora, apresenta o novo trabalho autoral após dois EPs, “Normal de Pedra” (2017) e “Cinza” (2018), e o clipe da canção instrumental “Vertical” (2020).


Em “Cada Objeto Uma Canção”, Inesita mantém o estilo musical que que mistura ritmos regionais em letras que mergulham ainda mais “para dentro” da artista, que trouxe à tona reflexões tiradas da fase de isolamento social durante a pandemia pela Covid-19, que prometem gerar identificação entre o público.

“Esse álbum é bastante significativo pra mim porque foi feito durante a pandemia, quando a gente tava sentindo muita coisa: medo, raiva e faz reflexão em cima de tudo, sobre amar, dar mais valor ao que a gente ama, trazendo aprendizado. Isso refletiu nas canções. Cada uma tem um ritmo diferente, foi uma ‘mistureba’ de sentimentos”.

Cada música teve diferentes objetos como fontes de inspiração: ventilador, globo, livro de poesia, ampulheta, sapato, lua decorativa e um pedaço de madeira. Esses objetos ilustram a capa do álbum, enquanto a artista lança o desafio para que os ouvintes identifique a relação deles com cada faixa.

Faixa a faixa

“Céu no olhar”, a faixa dividida com Nazaré Pereira, é a mais pop do álbum. Traz uma pegada de carimbó e fala sobre amor, sobre estar bem com a pessoa que a gente gosta. “Terra plana“ traz uma letra crítica aos negacionistas em um ritmo de funk pesado com guitarra distorcida. “Pisando na areia” é a única música instrumental do álbum, em que a cantora chamou para Armando Mendonça (Bando Mastodonte) para tocar rabeca em surf music.

Todas as faixas foram compostas por Inesita, sendo que “Vento novo” é fruto da parceria com a letrista Carolina de Sá Ribeiro. Os arranjos de baião com maracatu emolduram o convite para buscar felicidade nas pequenas coisas da vida. A canção traz o segundo duo do álbum, com a participação de Luciano Lira (Bando Mastodonte).

“Cupim comeu” é a faixa mais eletrônica do projeto, com guitarra rock de João Lemos (Molho Negro) e os sintetizadores do DJ Dan Bordalo dando o tom da letra política sobre omissão e a banalização de injustiças sociais. “Cupim comeu, casa caiu, foi só poeira e gente que fingiu que não viu”, diz trecho da faixa.

O afoxé “Poesia na folia” fala sobre orgulho de quem é, autoconhecimento e amadurecimento. E o samba rock “Apressou” evidencia a guitarra entre a mensagem de olhar para a própria caminhada, sem se comparar com outras pessoas.

Além das participações já mencionadas, a ficha técnica de “Cada Objeto Uma Canção” traz Léo Chermont na direção musical e na guitarra; Junhão, na bateria; e Márcio Jardim (Trio Manari), na percussão. O álbum recebeu o incentivo da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult).

Música