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Dia do Professor: Musicista Glória Caputo ensina o segredo da música para várias gerações

Com mais 40 anos de ensino na música, Glória Caputo faz parte da história da música paraense

Vito Gemaque
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As notas de violoncelos, pianos e xilofones preenchem as salas da Fundação Amazônica de Música por onde a professora e idealizadora Glória Caputo, de 78 anos, passeia com a mesma vida que as canções clássicas dão ao lugar. A impressão é que a música e Glória são uma substância homogênea dentro da fundação. Ela carrega em sua trajetória parte da história da música do Estado do Pará. “A música é muito especial para todo mundo. Ela mexe com sistema nervoso, mexe com todo mundo, não tem barreiras”, assegura.

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Nasceu em uma família musical, o pai de Glória tocava violão e a mãe cantava serestas à luz das estrelas e das lamparinas. De vez em quando com visitas de caboclos que se juntavam pra tocar rabeca. A menina dormia aos colos da mãe ouvindo música regional brasileira e paraense. Com o incentivo dos pais, Glória entrou aos nove anos para o Conservatório Carlos Gomes, onde saiu formada em piano.

Ao regressar ao Pará em 1982, foi convidada pelas amigas a um grande desafio, ser diretora do Conservatório onde havia estudado. Começou uma luta incansável junto com a equipe técnica e de professores por mais autonomia, já que o conservatório era ligado à Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc), contratação de docentes de fora do Estado e estrangeiros, e interiorização da instituição.

Durante a primeira gestão criou a big band do Conservatório Carlos Gomes, que se transformou na Amazônia Jazz Band. Esse período na gestão educacional do Carlos Gomes foi fundamental para que a musicista desse lugar à professora. “Eu passei a ver mais a música como meio de educação. Do que, por exemplo, a busca de talentos. Você encontrar os talentos é uma consequência, porque o mais importante é a utilização da música como meio de educação. Hoje estou convicta nisso. Os talentos você não precisa fazer o esforço, porque depois que você faz o processo de educação eles aparecem”, ensina.

Com um jeito doce e gentil, Glória Caputo cumprimenta os estudantes da Fundação Amazônica de Música, na faixa dos 19 e 20 anos, que acabaram de ter aulas com membros da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), uma das orquestras mais importantes do país. Somente pelos olhares é possível ver que todos têm na professora uma importante referência. Afinal, ela foi uma das criadoras da instituição, junto com a professora Selma Chaves.

“Para eles representa um outro mundo. Eles vêm conviver com pessoas de nível bem alto. Essa é uma oportunidade que tem aqui. Acho que o nosso país precisa de igualdade de oportunidades”, enfatiza.

Na fundação, criada em 1996, os estudantes provenientes de escola pública têm acesso a alta qualidade de ensino musical. As crianças começam geralmente a partir dos nove anos. Depois da inicialização musical passam para a escolha dos instrumentos, que são concedidos pela Fundação, sem nenhum custo. Os jovens podem levar os instrumentos para estudar em casa, além da manutenção custeada pela entidade.

Essa dedicação tem como resultado os constantes convites para apresentações no Pará e em outros estados. Uma das próximas será na Sala São Paulo, um dos espaços de música mais conhecidos do Brasil, localizado no Complexo Cultural Júlio Prestes, em São Paulo (SP).

Em meio ao aprendizado de um estudante de violoncelo, que aprende a tocar o clássico Johann Sebastian Bach para o instrumento, Glória sabe como a música ajuda as crianças. “A música é uma coisa incrível, porque ela educa com lazer. Você disciplina, mas não de uma forma autoritária”, conta. “Ele já não vai ser a mesma pessoa. Ele vai acreditar mais nele. Vai achar que tem a capacidade de qualquer pessoa ao ter um instrumento na sua mão”, complementa.

A professora ensina o segredo da música de entrar pelas frestas da alma e fazer tanta diferença na vida das pessoas. “A música não pede permissão para entrar na tua vida. Ela é fantástica. Ela não tem preconceitos”.

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Música
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