Em 23 de abril, nova geração de músicos celebra a importância do Choro e o legado de Pixinguinha

Dia Nacional do Choro é comemorado com programação virtual devido à pandemia

Caio Oliveira
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Se o corpo de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, fosse imortal do mesmo jeito que é a sua música, em 2021, ele estaria comemorando 124 anos de idade. Originalmente, acreditava- se que ele havia nascido na data de hoje, 23 de abril, e por causa disso, foi decidido que este seria o dia para comemorar o Dia Nacional do Choro. Mais de uma década depois, contudo, foi descoberto que Pixinguinha, ao contrário do que ele mesmo acreditava, havia nascido em 04 de maio. Mesmo assim, a data que festeja o choro permaneceu em abril, e artistas da nova geração seguem lutando para manter viva a importância do choro, gênero musical genuinamente brasileiro permaneceu, levando as celebrações para a internet enquanto não podem ocupar as ruas.

Belém é uma das capitais do país que tem uma relação forte com o gênero que se originou nas ruas e salões cariocas. Carla Cabral, que toca o cavaco no grupo “O Mercado do Choro”, é uma das apaixonadas pelo ritmo e ao lado de seus parceiros, se dedica desde 2013 à pesquisa e criação de músicas do gênero, promovendo frequentemente encontros em ruas, praças, mercados e outros espaços públicos de Belém, usando a música para valorizar e ocupar o patrimônio histórico da cidade. Esse ano, contudo, por conta da pandemia que dificulta esse contato dos músicos com o público, Carla lamenta que as celebrações da data foram prejudicadas. “A gente está em um momento onde temos que ficar o tempo todo produzindo. Da minha parte, o Mercado do Choro vem de várias produções, estamos sempre pensando em alguma coisa, mas agora, a gente deu uma aliviada”, comenta.

Mesmo assim, os festejos não passaram em branco, e o Mercado do Choro participou de uma série de vídeos do canal do Rio de Janeiro “Papo de Subúrbio” no YouTube que, ao longo da semana, entrevistou vários grupos que celebram a potência do gênero no país. “Desde que existe, O Mercado faz rodas no dia do choro, e essa vai ser a segunda vez que não terá. Essa sempre foi uma data em que a gente reafirma essa nossa entrega, porque o choro é uma música de muita dedicação, muito estudo. Ele sempre é coletivo, a gente está sempre nas ruas, e essa data marca muito isso. Como a gente se dedica e quer estar junto para fazer com que essa música cresça cada vez mais, e não poder fazer isso, realmente, nos deixa bem tristes, mas a gente sabe que o momento é esse e temos de respeitar”, encerra Carla Cabral

Eventos comemoram a data

Além da série no YouTube, até esta sexta, a Casa do Choro do Rio de Janeiro promove uma programação on-line com shows e aulas gratuitos. Os workshops estão divididos entre aulas de instrumento – na parte da manhã – e prática de conjunto, à tarde. Serão abordados temas como a história da percussão, além de composições e arranjos típicos do gênero. Às 19h tem roda de choro com apresentação de Pedro Paulo Matta e às 21h, tem show de Cristóvão Bastos (piano), Maurício Carrilho, (violão) e Rui Alvim (clarinete). Mais informações em casadochoro.com.br.

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