Mostra 'Daquilo que aqui coexiste' revela tensões do dia a dia na Amazônia
Exposição será aberta nesta terça (18), na Casa Dourada, no bairro da Cidade Velha, às 20h
Em contraponto ao que se costuma propagar, as cidades amazônicas não servem apenas para emoldurar falas acerca de preservação ambiental, mas, também, revelam tensões entre pessoas, entre gente e o ambiente em que se vive e outras nuances mais. Esse universo que não costuma ser visto, mas, de fato, existe no cotidiano das gentes da Amazônia compõe a mostra "Daquilo que aqui coexiste", com a curadoria de Éder Oliveira, a ser aberta nesta terça-feira (18), às 20h, como parte da programação da COP 30, na Casa Dourada, o centro cultural permanente criado pelo Festival Psica no bairro da Cidade Velha.
Com a ideia central de que "a Amazônia não é cenário, é gente", a exposição reúne 11 artistas da região e serve para mostrar que a "as cidades da floresta como territórios de luta e afeto. O público vai poder conferir fotografias, pinturas e vídeos que exploram identidade e resistência na Amazônia urbana.
Fora dos rótulos, ou seja, no terreno vivo e contraditório das cidades amazônicas é que nasce "Daquilo que aqui coexiste". Uma proposta para se observar a Amazônia pela lente do que a compõe: gente, suas subjetividades, seus trajetos, seus abismos, seus sonhos. Dessa maneira, Éder Oliveira parte de Belém como microcosmo da vastidão amazônica e reúne jovens artistas que traduzem, cada um a sua maneira, o choque entre espaço urbano, identidade e sobrevivência.
À mostra
Por meio das expressões artísticas na exposição, os visitantes vão conferir um mosaico que atravessa periferias, centro, encruzilhadas e gestos íntimos, um mapa sensível da vida em uma região constantemente disputada entre as narrativas hegemônicas e a verdade de quem a habita.
Os "anfitriões" do público nesse passeio pela concretude e imaginário são os artistas: Beatriz Paiva, Carla Duncan, Chico Ribeiro, Dias Junior, Diego Azevedo, Matheus Duarte, Nayara Jinkiss, Nazas, Petchó Silveira, PV Dias e Roma Rio.
"Neta mostra, me interessava trazer a cidade para o centro, com seus corpos, conflitos e desejos; é nesse território urbano que a gente entende o que significa existir e resistir aqui", afirma Éder Oliveira. A obras na exposição oscilam entre signos coletivos e mundos privados, onde "onde existir já é um ato político — e resistir, um verbo diário".
Éder Oliveira nasceu em Timboteua, interior do Pará. Há 20 anos, ele investiga os cruzamentos entre retrato, identidade e violência. Encara a imagem como território de disputa.
Éder apresenta-se como um dos artistas plásticos mais importantes da Amazônia contemporânea. Participou da Bienal de São Paulo e já expôs no Museu de Arte do Rio e no Museu de Serralves, em Portugal. Recebeu prêmios como o PIPA Voto Popular e o Lingener Kunstpreis, na Alemanha.
Os trabalhos de Éder questionam como corpos amazônicos são narrados pela mídia, pelo Estado e pela história, e como esses enquadramentos moldam percepções, medos e apagamentos. Na curadoria de "Daquilo que aqui coexiste", ele costura esse repertório crítico com a força emergente de novos artistas da região.
O espaço é sede do recém-lançado Instituto Psica e foi idealizado com consultoria da Impact Beyond. A Casa Dourada conta com patrocínio da Open Society Foundations, Instituto HEINEKEN e Mercado Livre, além de apoio institucional da World Climate Foundation, ICCI e ICS. A realização e idealização são do Instituto Psica, em parceria com a Impact Beyond e o Ministério da Cultura, Governo do Brasil.
Serviço:
'Daquilo que aqui Coexiste'
Abertura em 18 de novembro, às 20h
Na Casa Dourada, na Rua Dr Malcher, 15, ao lado da Igreja da Sé, na Cidade Velha
Visitação: até 31/01/2026, das 9h às 19h
Programação Casa Dourada, dia 18/11:
• 15h30–16h30 | Roda de Conversa — lançamento do minidoc 'O Desafio dos Bumbás'
• 17h–18h | Roda de Conversa 'JacundayLab — Tecnologias ancestrais quilombolas frente à crise climática'
• 18h30–20h | Cultura Ballroom: Saberes Ancestrais Amazônicos + JAM Ballroom
• 20h–21h | JAM Psica na Casa Dourada
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