Livro ‘A Confraria dos Mendigos’, de Ivanildo Alves, revela a solidariedade nas ruas
Lançamento do sexto romance do autor será nesta sexta (12), às 18h, na sede da APL
Quando se fala ou se pensa em um mendigo, imagina-se logo em uma pessoa que vive nas ruas, enfrenta dificuldades mil, incluindo falta de alimentação, de teto para morar e de dinheiro para se manter e a violência, entre outras situações muito difíceis. Entretanto, em geral, não se atenta para o fato de que entre os mendigos, em contraponto a essas vicissitudes, existe a solidariedade. A realidade desses cidadãos, invisíveis quando se finge não vê-los ou visíveis quando pedem alguma ajuda para enfrentar as agruras de cada dia, serve de pano de fundo para o romance “A Confraria dos Mendigos” que o escritor e advogado Ivanildo Alves lança nesta sexta-feira (12), às 18h, na sede da Academia Paraense de Letras (APL), na rua João Diogo, 235, no bairro da Cidade Velha, em Belém.
Ivanildo Alves atua como presidente da Academia Paraense de Letras (APL). Ele explica por que o livro recebeu o título de “A Confraria dos Mendigos”, lançamento da Editora e Gráfica Gutemberg. “Porque condensa o enredo. O que sucede ao longo da história é um agrupamento de pessoas em situação de rua que são solidárias umas com as outras para enfrentar a vida dura de mendigo”.
O livro, como repassa o autor, relata as circunstâncias que podem levar uma pessoa a se tornar mendiga. “Doença mental, alcoolismo, trauma, extrema pobreza, dentre outras causas. A despeito dessas situações, o livro leva à reflexão que o ser humano não perde sua dignidade. Que pode ser bom e solidário diante das mais prementes necessidades como a fome, a falta de abrigo, as intempéries”, detalha.
Grito de alerta
O que caracteriza o romance, regra geral, é a densidade de personagens e o enredo longo, como diz esse escritor. “Há várias classificações de romance: policial, histórico,terror, realista, romântico ,naturalista, psicológico, social e até missivista, como ensinou Dostoievski. Meu romance, regionalista, com fortes características espaciais e culturais de Belém, cidade que ambienta a trama narrativa e foca como elemento fundamental a crítica social”, pontua Ivanildo Alves.
Ele diz que a intenção com a obra é “chamar atenção da sociedade como um todo para uma chaga social: a pobreza extrema, a mendicância, que tem recrudescido com os governos ruins que tem caracterizado a política nacional”. “O estado pode ser indutor no propósito de gerar educação, trabalho e renda para as pessoas ou cuidar delas em caso de enfermidade. O leitor recebe como provocação principal um grito de alerta para uma questão social milenar, mas que não tem sido enfrentada com a seriedade que o caso exige”, acrescenta.
Ivanildo Alves iniciou a publicação de livros na literatura técnica, e, depois, enveredou por outros gêneros. “Tenho oito livros de Direito Penal publicados e dois manuais de oratória. Há 26 anos, ingressei na literatura regionalista. Tenho três livros de contos publicados. Descobri o gênero literário romance na lida de escrever todos os dias. Hoje estou publicando o sexto romance. Eles têm sido bem aceitos pelo público brasileiro e pelo povo português. O meu primeiro romance, ‘O Mercador de Túmulos’, tem feito muito sucesso em Portugal”, conta o escritor.
Com atuação na advocacia há mais de 30 anos, Ivanildo acabou exercendo muitos cargos públicos, o que se configurava, muitas vezes, como um impedimento para ele laborar no Direito Penal, ““minha grande paixão”. Somente quando deixou a política, em 2000, pôde, então, partir para a advocacia criminal em tempo integral.
Aos 63 anos, esse filho de Maracanã, município do nordeste do Pará, destaca o que significa para ele o ato de escrever livros. “A essência da vida. Um alento para as aflições da vida e dos sentimentos e uma maneira singular de tentar mudar a sociedade, o mundo circundante, tornando um mundo melhor. Somos todos mendigos. Quero dizer, figurativamente, carentes em algum aspecto de nossas vidas, material ou emocional”.
Serviço:
Lançamento do livro ‘A Confraria dos Mendigos’, de
Ivanildo Alves
Em 12 de dezembro de 2025, a partir das 18h
Na sede da Academia Paraense de Letras (APL),
na rua João Diogo, 235, na Cidade Velha, Belém - PA
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