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Jornalismo e arte, fotógrafos relatam experiências e desafios no Pará

O fotojornalista Cristino Martins e a artista visual Nayara Jinknss são entrevistados.

Enize Vidigal
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Neste dia 19 de agosto, se comemora o Dia Mundial da Fotografia. O registro de imagens estáticas, que foi apresentado pela primeira vez ao mundo na França, em 1839, evoluiu com a tecnologia e, hoje, torna-se acessível a qualquer um que possua um aparelho de celular. Para os amantes do registro de luz, a fotografia pode representar um hobby, uma profissão ou uma prática artística. O fotojornalista mais antigo em atividade em O Liberal, Cristino Martins, e a premiada artista visual Nayara Jinknss contam as experiências na fotografia.

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Cristino Martins começou a trabalhar no jornal aos 17 anos, na função de contínuo, depois passou a operador de telex, diagramador, digitador e fotomecânica até se apaixonar pela fotografia, atividade que encara há 28 anos. “Desde quando eu trabalha como contínuo na redação, eu via o movimento dos jornalistas na checagem de informação e via o resultado. Em todas as profissões que envolvem a tarefa de colocar o jornal na rua, eu me encantei com o fotojornalismo”, recorda ele, que acompanhou a adaptação do jornal à era digital.

image O flagrante do fogo que se espalhou em forma de cruz no antigo prédio da Receita Federal, em Belém. (Cristino Martins/ O Liberal)

 

Cristino fez escola com grandes profissionais que atuavam na redação, na época, como os saudosos Ary Souza e Osvaldo Santos, além de Antônio Silva, Raimundo Dias, Paulo Amorim e Paula Sampaio e também do laboratorista Valmir Santos. “Eles traziam o rolo de filme e passavam para o laboratoristas revelarem. E eu tinha acesso ao laboratório e ficava encantado com a revelação das imagens. Com muito esforço adquiri uma máquina fotográfica e aprendi a manusear“.

Ao longo desses 28 anos, Cristino registrou importantes acontecimentos, como o incêndio no antigo prédio de 14 andares da Superintendência da Receita Federal, em Belém, no dia 26 de agosto de 2012. “Era início da madrugada de segunda-feira e a edição estava em fechamento. Me enviaram para o local, onde me deparei com um incêndio de grandes proporções. A foto que eu fiz mostra o fogo nas janelas de vários andares formando uma cruz. Na manhã seguinte, quando o jornal estava na rua, várias pessoas que viram a foto não acreditaram que realmente capturei a imagem da cruz de fogo, acharam que era uma montagem, mas não era”, recorda.

“O fotojornalismo pra mim significa uma contribuição minha para a sociedade. Através do meu trabalho no jornal em O Liberal tento levar boas imagens que retratem a notícia. E, aprendo nessa profissão todos os dias até hoje, inclusive, com os colegas mais jovens. Em fotojornalismo nunca se sabe tudo. Eu tento apurar o meu olhar todos os dias”, destaca.

image Nayara Jinknss e Cristino Martins (Divulgação)

Arte na veia

A artista visual da nova geração, Nayara Jinknss, a Nay, encontrou na fotografia uma das formas de se expressar artisticamente. Há 14 anos ela fotografa. “A fotografia representa muitas coisas para mim, entre elas a possibilidade de me expressar, de rever métodos. Olho para a fotografia não apenas como conceito estético e técnico, mas também pelo que ela fala sobre o nosso contexto, cultura, história e sobre os nossos corpos, me representa muitos caminhos. Dentro da fotografia busco traduzir as minhas inquietações, de tudo o que me atravessa, me inquieta e me emociona”, descreve.

Nayara já realizou exposições, inclusive, participou do Salão Arte Pará e venceu o prêmio do reality Arte da Fotografia, do canal Arte 1. Atualmente, ela está no Rio de Janeiro, fazendo residência o Instituto Inclusartiz, onde está desenvolvendo uma pesquisa.

image A fotografia é o exercício de retratar o belo sem estereótipos, comenta Nay. (Nayara Jinknss)

“A fotografia é uma das principais linguagens que uso no meu trabalho. Eu acredito que, hoje em dia consegui furar uma bolha dentro das artes”, avalia Nay, que descreve ter passado por uma trajetória solidária até se consolidar como artista independente vinda do Norte do país. “Dentro da fotografia, muitas vezes, quem produz essa fotografia não acolhe quem chega. Eu sempre soube que a fotografia era um lugar de disputa e que eu precisava amadurecer para chegar nesses lugares de poder, como salões, ser contemplada em editais e poder fazer alguma residência.”

No exercício da fotografia, Nayara se descreve como uma educadora popular da fotografia, que busca “construir” a imagem junto com o público fotografado, isto é, a documentação passa a ser resultado da relação estabelecida com esse público, que ela descreve como os seus primeiros curadores. “São 13 anos documentando o Ver-o-Peso, pensando naquele lugar complexo e diverso, símbolo de ancestralidade, de trocas e de pessoas. Embora a minha fotografia tenha plasticidade, cor e luz, a técnica não é a prioridade, mas ir atrás desses lugares e pessoas que têm imagens pisadas, de corpos pretos e dissidentes e possibilitar documentações mais honestas que não caiam no lugar do estereótipo, da história única que se conhece de um povo e de seu território”.

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