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Izabela Jatene lança livro “Tribos Urbanas em Belém: Drag Queens - rainhas ou dragões?”

No lançamento, autora refletiu sobre os ataques recentes aos direitos da comunidade LGBTQIA+

Vito Gemaque
fonte

Após quase 30 anos da elaboração da dissertação de mestrado com uma pesquisadora inovadora sobre tribos urbanas em Belém, na década de 1990, a professora e antropóloga Izabela Jatene lançou o livro “Tribos Urbanas em Belém: Drag Queens - rainhas ou dragões?”, pela editora Paka-Tatu, na noite desta sexta-feira (22), no Instituto de Ciências das Artes (ICA), na Praça da República.

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Com a presença de pesquisadores, estudantes, políticos e drag queens do Coletivo Themônias, Izabela falou sobre como o lançamento do livro ocorre em um momento em que os direitos dos grupos LGBTQIA+ estão sofrendo ataques. Um percentual das vendas do livro será revertido para o Projeto Arte pela Vida, comitê que colabora com pessoas portadoras do vírus HIV. 

"Esse momento não foi pensado. Isso tudo acontece quando o Congresso resolve rediscutir a união civil entre pessoas que se amam e são homoafetivas, que é a união civil igualitária. Isso acontece em um momento em que o Brasil está colocando em dúvida direitos que foram adquiridos por uma população e por um grupo de pessoas que tem o direito de amar como quiserem amar, e de ser como quiserem ser", comentou. 

Nos anos 1990, Belém vivenciou vários grupos juvenis com determinadas identificações culturais ou de comportamento, como skatistas, góticos, punks, mauricinhos e patricinhas, headbangers, gangues de rua, e, principalmente, o universo drag queen de Babeth e a Banda Bagaço. Esses grupos estão presentes na pesquisa desbravadora “Tribos Urbanas em Belém: Drag Queens - rainhas ou dragões?”.

Lançamento livro Izabela Jatene

No lançamento do livro, Izabela comparou a história de Babeth e a Banda Bagaço com o coletivo as Themônias. "O que é interessante hoje é um encontro de gerações. Quem está aqui hoje são as Themônias que é um universo drag que anda muito mais liberdade e tranquilidade na rua do que a gente viveu na década de 90. Acho que é um momento bastante emblemático e que abre caminhos. A perda de grandes amigos como a Babeth, que era nossa grande referência, e é muito em homenagem a ela esse livro", ressaltou.

O local de lançamento do livro foi especial, pois a Praça da República foi o principal palco das tribos urbanas. Os que se via na Praça da República está vivo até hoje difundido pela cidade. O jornalista, artista e professor universitário Orlando Maneschy foi parceiro de Izabela Jatene durante a década de 1990 conhecendo as tribos e as drags queens de Belém. Ele fez as fotos de Babeth e da Banda Bagaço premiadas posteriormente.

"Esse livro é muito importante, porque a Izabela resgata um marco de um tempo de liberdade e experimentação. Para mim a noite chega sendo levado pelo André Lima, que é um amigo nosso, e que aí quando começo a fotografar a noite é quando a Izabela começa a fazer a pesquisa dela com a Babeth e a Banda Bagaço. Ela pede que eu faça umas fotos e algumas estão neste livro. E foi tão intenso que eu fotografo a noite por mais de 10 anos, ganho alguns prêmios como o Marc Ferrez de fotografia. Acho que são os espaços de visibilidade que a gente construiu, tanto eu na fotografia, ela na pesquisa, quanto a Babeth e um conjunto de pessoas que ocupavam lugares na sociedade", destacou.

O ex-governador do Pará Simão Jatene também esteve presente no lançamento do livro da filha. Na avaliação dele, a sociedade paraense precisa conhecer a própria história. "Eu acho que para mim é uma questão mais geral. Quem não tem história, não tem memória, não tem futuro, a sociedade não dá saltos. Acho que todos os trabalhos que se preocupam de forma honesta em registrar momentos da nossa história tem um papel fundamental para construção de uma sociedade melhor. Sempre, sempre, sempre para uma sociedade melhor", destacou. "Claro que fico orgulhoso pela Izabela ter feito esse trabalho, que respeita, inclusive, o que as pessoas viveram na época e te ajuda a compreender esse processo de transformação social", assegura. 

"Eu digo que a década de 1990 para nós e para uma série de jovens que desbravaram essa cidade e as nossas ruas, e sobretudo o universo drag, que vivia muito nos guetos, para as boates que ninguém conhecia. Nós tivemos alguns espaços como o Go Fish, depois o Doctors, outras boates, e etc que ampliaram a visibilidade dessas cenas juvenis em Belém. Isso acontece em 1990 e só vem crescendo", destacou. 

Serviço

Lançamento do livro “Tribos Urbanas em Belém: Drag Queens - rainhas ou dragões?”

Editora: Paka-Tatu
215 páginas
Horário: 18h
Preço: R$ 70

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