Indígenas Juruna e Arara, do Xingu, expõem artesanato em Belém

Pelo menos 30 representantes das etnias apresentam canto e dança na cerimônia de abertura, nesta quinta-feira, 26.

Cultura
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Pelo menos 30 indígenas das etnias Juruna e Arara, aldeados da Volta Grande do Xingu, região impactada pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, na região do Xingu, estão em Belém para expor a produção artesanal, que utiliza fibras, plumas, pinturas, sementes, ossos e miçangas para produzir peças únicas. Eles participam da exposição "Arte e Artesanato Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu", que abre nesta quinta-feira, 26, às 18h30, no Espaço São José Liberto. 

Durante a cerimônia de abertura da exposição haverá uma programação cultural com a apresentações de canto e dança. "Arte e Artesanato Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu" fica aberta à visitação até o dia 12 de junho, de terça a sábado, das 10h às 18h, e aos domingos e feriados, de 10h às 14h.

"A ideia do projeto é a geração de renda para essas comunidades a partir do artesanato tradicional que eles já produziam (...) Na busca pela inserção desses produtos no mercado, se pensou não apenas na questão comercial, mas uma forma de divulgar o modo de vida deles aliado ao fazer artesanal", explica Ida Hamoy, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e curadora da exposição junto com Renato Imbroisi.

Os grafismos indígenas são reproduzidos em diversos tipos de adorno como colares, brincos, pulseiras, braceletes, cestaria, pintura de tecidos e pintura corporal. Entre os Juruna há registros de pintura corporal desde o século XIX, com desenhos muito semelhantes às pinturas atuais, que vêm sendo retomadas nas aldeias dessa etnia.

image Colares produzidos por indígenas Arara e Juruna. (Divulgação)

A retomada das raízes ancestrais também acontece nas aldeias Arara, que usam a pintura corporal com grafismos como reafirmação da identidade indígena na luta pela demarcação de território e em manifestações pela defesa de direitos.

A professora Ida Hamoy explica que, para os indígenas, essa exposição significa ter seu trabalho e sua ancestralidade reconhecidos. Cada povo tem uma estética diferente, seja nos traços, nas cores, nos tipos de produtos criados e produzidos, tudo muito característico de cada aldeia que circunda a região da Volta Grande do Xingu.

"É bem interessante isso, os produtos são bem característicos de cada aldeia. Com a mesma etnia mas aldeamentos diferentes, há pontos marcantes em cada lugar. Os arara de Terrawangã usam muito o grafismo, já os de Guary-Duan têm uma produção com mais referência na floresta, nos galhos das árvores. No Itkoum há um desenho mais autoral, diferente do que se vê nas outras aldeias. E da aldeia Marika, que começaram agora, ainda não se percebe essa identidade", avalia Hamoy.

Ao todo, os Juruna e os Arara da Volta Grande do Xingu vão encantar o público com cerca de mil peças variadas e diferentes, expressões artísticas que envolvem a comunidade na preparação desses adornos que trazem para os centros urbanos uma pequena mostra da riqueza cultural e ancestral desenvolvida nas aldeias. 

Até o domingo, 29,os indígenas permanecerão no Espaço São José Liberto em atividades que incluem a realização de pinturas corporais no público interessado.

A exposição "Arte e Artesanato Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu" é uma realização das Associações Indígenas Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu com o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

 

 

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