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Feira Pan-Amazônica do Livro cresce e aposta em mais vozes paraenses em 2025

Mestre Damasceno e Wanda Monteiro são os homenageados da edição que antecede a COP 30

Amanda Martins
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A 28ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes será realizada entre os dias 16 e 22 de agosto, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, com entrada gratuita e horário de funcionamento das 9h às 22h, com acesso até 21h. Neste ano, o evento literário mais tradicional da região chega com novidades: uma hora a mais de programação por dia e um aumento de 10% no número de livrarias paraenses participantes, em comparação com a edição anterior.

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Organizada pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a feira homenageia nesta edição duas importantes personalidades: o mestre da cultura popular Damasceno e a poeta Wanda Monteiro. A cerimônia de lançamento oficial do evento foi realizada na manhã da última segunda-feira (4), no Teatro Estação Gasômetro, no Parque da Residência, e reuniu imprensa e representantes culturais.

Durante a coletiva, a secretária de Cultura Úrsula Vidal destacou que a feira começa a ser pensada com um ano de antecedência, desde o anúncio dos homenageados. Ela informou que mais de 100 escritores e escritoras estarão presentes para sessões de autógrafos e lançamentos. Ela também ressaltou o aumento na participação de editoras locais. “Vamos ter uma presença maior de livrarias paraenses, 10% a mais do que no último ano. Dá muita alegria ver editoras como a da UFPA e da própria Secult compondo esse cenário”, afirmou.

A secretária reforçou que a feira é voltada para toda a família e que a extensão do horário até as 22h foi pensada para ampliar o acesso do público. Sobre os homenageados, ela explicou que a escolha tradicionalmente contempla duas figuras: uma ligada à oralidade e à cultura popular, e outra ao universo literário. “Wanda navega pelas águas do sentimento da Amazônia mulher, a importância desse protagonismo nos debates climáticos. Já Mestre Damasceno, compositor de mais de 400 músicas, representa a força cultural do Marajó”, completou.

Para a escritora Wanda Monteiro, o significado de ser homenageada é receber o reconhecimento em nome do povo de sua terra natal, Alenquer, no oeste do Pará. “Estou aqui por eles, estou aqui por nós. Tudo que eu trago eu não vou levar sozinha, e não trouxe sozinha. É tudo a nós, a gente é fruto de tudo isso”, disse.

Wanda destacou ainda o papel da feira como espaço de reflexão diante da chegada da COP 30 na capital. Ela destacou que o evento é um portal para outras formas de olhar a Amazônia. “Espero que quem venha nos olhe como parte disso tudo, e não apenas como um templo verde e intocável. Que vejam que aqui dentro moram povos originários, caboclos, gente paraense e amazonense. Que levem daqui a uma compreensão das realidades múltiplas que vivem dentro dessa floresta imensa”, afirmou.

Representando o Mestre Damasceno, o produtor cultural do artista Guto Nunes explicou que o artista, atualmente, é um ‘paciente oncológico’, e aguarda resultados médicos para definir o plano terapêutico, por isso,  não pôde comparecer ao evento por motivos de saúde. Em junho, o mestre passou por uma cirurgia de hérnia umbilical.

Contudo, Guto afirmou que o mestre estava muito feliz com a homenagem, que representa não apenas o reconhecimento ao trabalho do artista, mas também valoriza outras vozes ligadas aos territórios populares da Amazônia. 

O produtor, que acompanha Damasceno há duas décadas, disse que representar Damasceno em um momento tão simbólico é uma grande responsabilidade. “São 20 anos ao lado dele, e todo dia é aprendizado. Essa prática da cultura popular é um saber que se renova constantemente. Espero que ele possa estar presente na abertura da feira”, declarou. 

PROGRAMAÇÃO

A Feira do Livro será guiada por sete eixos temáticos, distribuídos ao longo dos sete dias: Vozes da Poética e da Encantaria; Vozes do Clima e COP30; Vozes da Diversidade e Inclusão; Vozes da Infância e Juventude; Vozes do Escritor Paraense; Vozes Cabanas; e Vozes dos Saberes Ancestrais. Haverá também rodas de conversa, saraus, encontros com autores e apresentação de projetos de escolas públicas estaduais e municipais.

SHOWS GRATUITOS

As atrações musicais estão confirmadas para todos os dias da feira. Entre os artistas que irão se apresentar estão Mestre Damasceno e Nativos Marajoaras, Alba Mariah e Andrea Pinheiro, Nany People, Roberta Campos, Nilson Chaves e Alex Ribeiro, Pedrinho Cavallero e Silvinha Tavares, além da banda Os Quentes da Madrugada.

A sustentabilidade será um dos eixos da feira, refletida principalmente na cenografia do espaço. Segundo a coordenação, a  montagem reutilizará estruturas de edições anteriores e evita o uso de plásticos descartáveis. 

Espaços tradicionais da feira também estarão de volta, como o Ponto do Autor, o Beco do Artista e a Feira Criativa. O Ponto do Autor contará com 100 escritores locais em sessões de autógrafos. Já o Beco do Artista reunirá 18 artistas visuais, quadrinistas e ilustradores. Na Feira Criativa, empreendedores locais apresentarão produtos ligados à economia criativa.

Durante o evento, três livros editados pela Secult serão lançados. A obra “Mestre Damasceno e as Cantorias do Marajó”, de Antonio Carlos Pimentel Jr., com ilustrações de Mandy Modesto, apresenta a trajetória do homenageado de forma sensível, voltada ao público infantojuvenil. 

“Wanda Monteiro - Poesia reunida” reúne textos da autora sobre o cotidiano, afetos e experiências amazônicas. A terceira publicação será uma edição especial de “O Homem Rio - A saga de Miguel dos Santos Prazeres”, de Benedicto Monteiro, pai de Wanda, em comemoração ao centenário do autor celebrado neste ano.

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