Feira Pan-Amazônica do Livro celebra literatura paraense e faz encontro de gerações no 5º dia
Programação desta quarta-feira (20) teve recital, cordel, apresentações escolares e show musical, reforçando a memória afetiva do maior evento literário da Amazônia
A 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes segue movimentando o Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. Nesta quarta-feira (20), o evento mais tradicional da literatura amazônica reuniu autores, artistas e leitores em uma programação marcada por memória afetiva, valorização da cultura regional e integração entre diferentes gerações apaixonadas pelos livros.
Na Arena Multivozes, o XIII Encontro de Cordelistas da Amazônia abriu os trabalhos com o sarau “Cantando Cordel: Do Cinza ao Verde – O Cordel em Defesa da Natureza”, reunindo poetas da região e de outros estados. O público acompanhou emocionado a força da poesia popular como instrumento de conscientização ambiental e expressão cultural. “É fundamental valorizar quem produz literatura na Amazônia e aproximar os jovens desse universo. A leitura forma caráter, estimula o pensamento crítico e ajuda a refletir sobre os problemas que vivemos, inclusive os ambientais”, afirmou o visitante Geraldo Neto.
Valorização da literatura local
Outro momento de destaque foi o recital “Poesia nas Marolas da Baía do Guajará”, promovido pela Academia de Letras de Belém, que trouxe à cena lembranças e paisagens afetivas da capital paraense. O poeta Antonio Juraci Siqueira, homenageado na edição anterior da Feira, participou como espectador e elogiou a iniciativa. “Ter sido um dos homenageados no último ano demonstra o compromisso dessa gestão em promover espaços aos escritores paraenses, para que eles sejam conhecidos e valorizados. Precisamos conhecer e ler mais escritores paraenses”, destacou.
Encerrando a programação literária da tarde, o escritor Airton Souza, autor premiado do romance Outono de Carne Estranha, falou sobre a importância da representatividade literária na Feira. “Estar na Feira Pan-Amazônica é ocupar um espaço que mostra o que a nossa região produz, rompe estigmas e apresenta a riqueza literária que vem do Sul e Sudeste do Pará. Aqui conseguimos dialogar com outras vozes e mostrar que a Amazônia também escreve sua própria história”, afirmou.
Mais que um evento literário, a Feira Pan-Amazônica é um espaço de construção de memórias. O empreendedor Victor Rogério, hoje expositor no evento, compartilhou a realização de um sonho de infância:
“O Victor criança está muito orgulhoso de fazer parte desse evento, que envolve tanto afeto e é imprescindível para o Estado”, declarou. A jornalista e escritora Iaci Gomes, que já frequentava a Feira como visitante, hoje celebra sua presença como autora convidada. “Frequento a Feira há mais de 15 anos e construí memórias maravilhosas, de compras, passeios e encontros. Agora, além de leitora, as pessoas também me leem. São novas e incríveis memórias que adiciono ao álbum que a Feira do Livro tem na minha história”, compartilhou.
Escolas fortalecem o vínculo com a leitura
As manhãs seguem dedicadas às apresentações escolares, que têm valorizado a cultura popular e promovido o contato direto dos estudantes com o universo literário. Nesta quarta-feira (20), alunos de diferentes municípios encantaram o público com danças, encenações e performances inspiradas nas tradições amazônicas.
Show musical emociona o público na Arena Multivozes
À noite, a Arena Multivozes foi palco para o show intimista dos artistas Nilson Chaves e Allex Ribeiro, que embalaram o público com canções consagradas e inéditas em clima poético e afetivo.
“Estar aqui é uma honra. Preparamos um espetáculo simples, com voz e violão, mas muito próximo das pessoas. Queremos cantar músicas conhecidas, mostrar novidades e dividir esse ambiente musical acolhedor”, disse Nilson Chaves, antes da apresentação.
Em sua estreia como artista convidado da Feira, Allex Ribeiro falou da emoção em participar do evento. “Subir no palco desse evento que divulga tanto a literatura é muito especial. Vamos apresentar um bate-papo poético com canções inéditas e sucessos do Nilson. O público pode esperar muita entrega e emoção”, garantiu. Na plateia, a emoção tomou conta da administradora Virginia Pagno, admiradora de longa data do cantor paraense. “Nilson Chaves faz parte da minha vida desde criança. A música dele retrata a Amazônia, o que a gente vive aqui. É muito importante ver os jovens conhecendo um pouquinho dessa cultura”, celebrou.
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