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'Fashion Fake- A Roupa Quase Nova do Rei' estreia em formato virtual

A sátira adaptada aos dias atuais se passa no país fictício da Brasilândia, onde o rei ignora a realidade do povo.

Enize Vidigal O Liberal

A Cia de Teatro Madalenas estreia o espetáculo teatral “Fashion Fake- A Roupa Quase Nova do Rei”, nesta sexta-feira, 2, em formato virtual com fomento da Lei Aldir Blanc. A peça segue em cartaz no sábado e no domingo, 3 e 4 de julho, com transmissão pelo canal de YouTube do grupo, sempre às 19 horas. E no dia 17, a comédia será apresentada de forma presencial e também com transmissão ao vivo na web, de forma gratuita, na programação do Preamar de Verão, da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), no Teatro Estação Gasômetro, às 20 horas.

O dramaturgo e diretor geral do espetáculo, Leonel Ferreira, se inspirou no clássico conto “A Roupa Nova do Rei”, do dinamarquês Hans Christian Andersen, datado de 1837, para criar uma sátira à realidade atual brasileira com uma linguagem popular, música e dança. “O conto do Século XIX se mantém atual. Podemos falar não apenas do rei que só olha para si e não dialoga com o povo, mas dos problemas do país, como falta de saneamento, saúde e emprego, entre outros”, descreve Leonel. Ele também atua na peça como um dos alfaiates do rei.

“Fashion Fake” é protagonizada por Flávio Furtado, que vive o rei vaidoso e arrogante do país fictício da Brasilândia. “A característica principal da personalidade do rei é a super vaidade. A maior preocupação dele é saber com que roupa vai estar vestido nas situações. O que menos importa para ele é o povo. Ele tem o estereótipo de uma grande maioria de políticos que a gente já está cansado de ver, que fala o que o povo quer ouvir, mas não cumpre as promessas”, conta o ator. “A vaidade faz com que ele não veja nada além dele mesmo”, completa.

O riso e a esperança dão ao espetáculo que marca os 20 anos da Cia de Teatro Madalenas no teatro paraense. O grupo criado em 2001 tem a trajetória marcada por montagens como “Aurora da Minha Vida”, “À Flor da Pele”, “Corpo Santo”, “La Fábula”, “Marahu”, “Elas e Elis”, o cortejo cênico “Eu Quero Botar Meu Bloco na Rua” e “Pop Porn”. “Fashion Fake” é o décimo espetáculo da companhia.

Enredo e artistas

O enredo apresenta um rei que só reclama da vida e só se importa com as roupas do próprio “closet”, enquanto o povo insatisfeito protesta nas ruas contra a violência, o desemprego e a fome. A insatisfação popular é noticiada pela imprensa. E o rei, quando fala ao público, mente e faz promessas, conquistando os aplausos de alguns súditos.

Um dia, o rei tem o traje rasgado por um popular durante um passeio. Ele contrata dois alfaiates renomados para fazer uma nova vestimenta para ele. O novo traje é dito glamouroso, mas na realidade é “invisível” e somente os inteligentes podem vê-la. Os bajuladores do palácio fingem enxergar a roupa que não existe. O rei inicia o desfile pelas ruas para mostrar o novo traje, mas o povo, diferente dos funcionários do palácio, aponta que o rei está nu. O espetáculo finaliza com mais falas de protesto e denúncias de um reino corrupto, mas com mensagens de resistência e de esperança que a realidade vai melhorar.

O elenco traz também Cleber Cajun no papel do bobo da corte; Marta Ferreira e Wanuza Myréia se revezam no palco como conselheiros do rei e também pessoas do povo; enquanto Patrick Marques se junta a Leonel para atuar como alfaiate e também como pessoas do povo.

A direção musical é de Diego Vattos e Pawer Martins. “A trilha sonora é toda original e foi composta de forma coletiva pelos músicos e atores a partir do roteiro e durante os ensaios. Nós vagamos no campo da musicalidade de forma diversificada, do blues, ao jazz, reggae e até o samba, com violão e percussão e letras que versam sobre o contexto social e político que vivemos hoje”, explica Diego.

Outra faceta do espetáculo é o figurino de época, assinado por Jackye Carvalho, que foi elaborado a partir de materiais reaproveitados e roupas e acessórios de brechós. O cenário é de Sérgio Carvalho. A cenografia e os adereços foram criados por Jesus da Conceição. A iluminação é de Thiago Ferradaes. Sara Miranda é a responsável pelos cabelos do elenco e Nadia Alvarenga pela maquiagem. Ainda, Leonel e Flávio dividem a produção executiva, sendo que Flávio também é assistente de direção.

A exibição no Youtube da Cia Madalenas foi gravada no último dia 25 de junho, no Teatro do Sesi, com o público 120 convidados, respeitando a lotação máxima de 25% dos assentos da casa de espetáculos para atender o critério de distanciamento social imposto pelas regras sanitárias. O calor do público estimulou os artistas. “Foi diferente. Tem cenas que são ditas para o público, criando momentos de interação”, explica Leonel. “O espetáculo foi planejado para ser na rua, para jogar junto com a plateia, nos momentos chave do espetáculo”.

 

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