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Fãs de Ozzy Osbourne em Belém lamentam a morte da lenda do rock

Ícone do heavy metal, vocalista do Black Sabbath deixa legado imortal; fãs e músicos paraenses reagem com emoção

Eduardo Rocha
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A notícia da morte de Ozzy Osbourne, aos 76 anos, por complicações causadas pelo Parkinson, nesta terça-feira (22), gerou comoção em todo o mundo. Assim que a informação começou a circular nas redes sociais e noticiários, fãs e músicos reagiram com homenagens ao ídolo eterno do heavy metal. No início deste mês, Ozzy se reuniu com ex-integrantes da banda Black Sabbath para um concerto simbólico na Inglaterra, transmitido ao vivo, como uma espécie de despedida.

'Parecia uma criança com um brinquedo novo', diz fã paraense

“Ozzy influenciou gerações de músicos do heavy metal e seus derivados. Ele marcou a história do rock. Tive o privilégio de assistir a um show dele no Monsters of Rock, em São Paulo, em 2015. Me chamou a atenção a alegria que ele demonstrava em fazer aquele show. Parecia uma criança com um brinquedo novo”, declarou Raoni Joseph, 35 anos, cinegrafista e baixista das bandas paraenses Dislexia e Aeroplano. Entre suas canções prediletas estão “War Pigs” e “No More Tears”.

O jornalista Edyr Falcão também compartilhou sua emoção: “Com 15 anos, escutei pela primeira vez Ozzy cantar nos três primeiros álbuns do Black Sabbath. Era a época dos LPs e ouvi emprestado de um amigo. Aquela voz e aqueles riffs mudaram toda a minha concepção do que era ouvir rock pesado. Até hoje escuto os nove álbuns de estúdio do Sabbath com Ozzy, bem como os doze álbuns da carreira solo desse artista incrível e controverso”.

“A marca e trajetória de Ozzy Osbourne ficará para sempre na história do rock pesado. 'Never say die'”, completou Edyr. Já o jornalista Hamilton Braga foi direto na reação: “Morreu o Iron Man!”.

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'A voz do heavy metal vai ecoar para sempre'

Não é à toa que fãs do rock lamentam profundamente a partida de Ozzy Osbourne. Ele é sinônimo do melhor do gênero. Fez história como vocalista do antológico Black Sabbath, banda que chegou a ter também outra lenda no vocal, Ronnie James Dio, após a saída de Ozzy. Mas foi ele quem eternizou álbuns fundamentais como "Black Sabbath", "Paranoid", "Volume 4", "Sabotage" e "Sabbath Bloody Sabbath".

Sua voz aguda, intensa e visceral, questionando o mundo ao seu redor, permanece viva nos vinis, nas plataformas digitais e nas bandas que ecoam sua influência por todo o planeta.

“Ozzy Osbourne, o Príncipe das Trevas, é uma perda imensurável para os fãs do rock, especialmente para os da minha geração — pessoas com mais de 60 anos, como eu — que viram o nascimento do Ozzy ali no Black Sabbath, os pioneiros do heavy metal, e depois em sua carreira solo ao lado de alguns dos maiores músicos da história", afirma Roosevelt Bala, vocalista do Stress, primeira banda de heavy metal gravada no Brasil e na América Latina, além do grupo Zona Rural, em Belém.

"No Black Sabbath, Ozzy criou alguns dos maiores hinos do metal. Ele era um frontman espetacular! A plateia estava sempre na palma da mão dele. Vai-se o ídolo, mas fica sua obra eternizada nos clássicos que gravou. Vou guardar com carinho tudo o que aprendi com suas melodias marcantes, seus refrões e suas letras. Seu legado permanecerá eternamente como o maior ícone do heavy metal da história. Vá com Deus, Ozzy!", concluiu Roosevelt.

“O Ozzy e o Sabbath sempre fizeram parte da minha vida. A voz imponente e o estilo marcante da banda me encantam desde a adolescência. Tanto que brinco que o dia que zerei a vida foi quando assisti a um show deles ao vivo, no Rio, em 2016. O festival de despedida, no último dia 5, foi um adeus gigante e merecido ao quarteto, mas principalmente ao eterno Príncipe das Trevas”, disse a jornalista Vanessa Pinheiro.

Já o jornalista Felipe Gillet, que criou com Beto Fares o clássico programa “Balanço do Rock”, da Rádio Cultura/Funtelpa, relembra: “O Black Sabbath foi a primeira banda de rock pesado que ouvi na minha vida, aos 13 anos. Ouvi "Volume 4", aquele disco da capa em que o Ozzy faz o gesto da paz com os braços levantados — um símbolo dele. Ele morre, mas, na verdade, vira mais uma figura encantada, que vai embora reinando no trono do rock and roll”.

O cantor e compositor paraense Sérgio Leite sintetizou: “Ozzy carregou o genuíno rock nas costas durante toda a sua vida com hombridade. Abriu e revolucionou a cabeça de muita gente, inclusive a minha”.

Carlos Ruffeil, ex-vocalista da banda Jolly Joker, também lamenta a morte de Ozzy. "Com Black Sabbath Ozzy inventou o Heavy Metal. Se foi a matéria, o corpo, mas em cada riff, cada acorde pesado a sua lendária trajetória musical, inclusive de quem criou uma escola, um estilo,  segue viva. Que riffes pesadíssimos saúdem a chegada de Ozzy Osbourne na eternidade".

Para Olavo Nascimento, baixista e vocalista da banda As 8 Estações: "O Ozzy é aquele tipo de astro do rock que inspirou todas as gerações que vieram depois e comigo não foi diferente. É como dizem, lendas não morrem, lendas são eternas!".

Caco Darwich, baixista do Nó Cego e Insolência Públika, expressa-se assim: "Nunca vou poder explicar o que eu realmente senti quando ouvi Black Sabbath pela primeira vez, ainda na adolescência. Era como se uma coisa que eu sempre quis, mas não sabia que queria, estivesse acontecendo na minha frente. Os riffs da banda me provocaram uma sensação pela qual eu ansiava, mas não tinha na música. Aquela sensação de poder, força, segurança. Eu não entendia, mas estava vendo nascer o heavy metal. Nunca me identifiquei como 'metaleiro', até porque acho essas definições sempre incompletas e a música é para mim algo tão grande que não me sinto representado por definição nenhuma. Mas o Black era diferente. É como se eles tocassem o estilo que representava a todos". 

"Foi com 'War Pigs', ouvindo e lendo a letra, que eu entendi o que era o rock, na sua mais brutal essência; e porque, afinal, eu me sentia tão parte daquele estilo de música e de vida. 'War Pigs' foi uma das primeiras vezes que uma letra de música falou por mim. Mostrou o sentimento dos trabalhadores das zonas urbanas de todo o mundo, que tanto têm em comum:  o profundo ódio e desprezo aos porcos imperialistas que lucram com as guerras, mas nunca lutam no front. Ozzy é parte da essência desse espírito da época na minha juventude. A brutalidade das letras, o inquietante ocultismo, a atmosfera sombria que traduzia nossa agressividade, nossa inquietação e vontade de mudar as coisas. Agora Ozzy é história. Para sempre vou louvar 'N.I.B.', 'Iron Man', 'Mr. Crowley', 'Into The Void', 'War Pigs', 'Black Sabbath', 'Paranoid' e tantos outros hinos que teremos para sempre, graças a Ozzy. Mr. Osbourne abençoe a todos", afirma Caco Darwich.

Ecad divulga nota de pesar e dados das músicas mais tocadas

O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) publicou uma nota lamentando a morte do cantor: “A instituição se solidariza, neste momento de tristeza, com seus familiares, amigos e milhões de fãs ao redor do mundo”.

O órgão informa que existem 446 obras musicais e 665 gravações de Ozzy cadastradas na gestão coletiva da música no Brasil. “Paranoid” é a mais executada e regravada de sua autoria no país.

Músicas mais tocadas de Ozzy Osbourne no Brasil nos últimos cinco anos:

  • Paranoid
  • Changes
  • Iron Man
  • War Pigs
  • No More Tears

Canções mais regravadas no país:

  • Paranoid
  • War Pigs
  • Changes
  • Iron Man
  • Black Sabbath
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