Exposição 'Divina Amazônia' une arte sacra e tradição indígena em Belém

Mostra no reúne obras de Lúcia Rassy e Lucas “Siucy” Garrido e destaca o sincretismo amazônico

Laura Serejo
fonte

A partir desta quarta-feira, 01, e até o próximo domingo, 5 de outubro, os amantes de arte e cultura em Belém poderão visitar a exposição “Divina Amazônia: a Arte Sacra e a Tradição Indígena”, no 2º piso do Shopping Pátio Belém, com entrada gratuita e aberta ao público das 10h às 22h. A mostra apresenta 40 obras que conectam devoção e ancestralidade, em uma experiência que convida à reflexão sobre fé, diversidade cultural e identidade amazônica.

Com curadoria do arte-educador Chagas Franco e coordenação de Fernando Rassy, a iniciativa reúne duas linguagens distintas que dialogam entre si: as miniaturas em crochê de Nossa Senhora de Nazaré, criadas pela artista plástica Lúcia Rassy, e as pinturas do jovem artista indígena Lucas Garrido, conhecido como Siucy.

A abertura oficial está marcada para 1º de outubro, às 18h, com coquetel, apresentação musical e a possibilidade de aquisição das obras. A proposta, segundo o curador Chagas Franco, é mostrar que a fé assume múltiplas formas, mas preserva uma essência comum. “A mensagem que queremos passar é que a fé, em sua essência, é uma força universal que une as pessoas, independentemente de suas crenças”, afirmou.

O curador também lembra que outubro é um mês simbólico para os paraenses, marcado pelo Círio de Nazaré e pelas expressões de religiosidade popular. “A exposição busca mostrar que a devoção, seja à Virgem Maria ou à natureza, tem a mesma origem: a inspiração, a arte e a vida”, destacou.

Arte sacra em crochê

Com 68 anos, a artista Lúcia Rassy apresenta 20 esculturas em miniatura de Nossa Senhora de Nazaré feitas em crochê, cada uma com 20 centímetros de altura. Devota desde a infância, ela traduz sua fé em delicadas peças artesanais, trazendo uma releitura contemporânea da padroeira dos paraenses. “Cada pedacinho de crochê é uma oração”, definiu Lúcia, que aprendeu a técnica com a mãe e hoje a transmite às novas gerações.

Ancestralidade indígena nas telas

Em contraponto poético ao sagrado cristão, o artista indígena Lucas Garrido, de 22 anos, da etnia Baré, apresenta 20 pinturas que retratam o cotidiano das aldeias e a relação espiritual dos povos originários com a floresta. Conhecido artisticamente como Siucy — que significa “estrela” em sua língua —, ele pinta desde 2018 e atualmente concilia a produção artística com os estudos de Psicologia na UFPA. “Nós, povos indígenas, sabemos ser atuais sem deixar de ser ancestrais. Minha arte é uma forma de fortalecer nossa identidade e compartilhar nossa espiritualidade”, declarou.

Experiência imersiva

O cuidado com a montagem reforça a proposta de diálogo entre as linguagens. As miniaturas em crochê serão expostas em mesas de tons neutros, dispostas em semicírculo, enquanto as pinturas estarão emolduradas com miriti e penduradas em esteiras de palha, criando um corredor visual que conduz o visitante. A iluminação suave e a trilha sonora introspectiva completam o ambiente.

De acordo com o coordenador Fernando Rassy, a ideia é que cada pessoa se reconheça nas obras apresentadas. “Queremos que cada visitante encontre um pedacinho de sua própria fé refletido nas obras”, afirmou.

Serviço - Exposição: “Divina Amazônia: a Arte Sacra e a Tradição Indígena”

  • Local: Shopping Pátio Belém (2º piso – Rua Padre Eutíquio)
  • Data: 1º a 5 de outubro
  • Horário: 10h às 22h (funcionamento do shopping)
  • Entrada gratuita
Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA