Entre história, fabulações e pertencimentos artistas desenvolvem interpretações de Paes Loureiro

Artistas relacionam várias interpretações de povos tradicionais com obras do Paes Loureiro

Vito Gemaque
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A obra de João de Jesus Paes Loureiro perpassa por várias interpretações nos diferentes núcleos do Arte Pará 2019 com a exposição “Deslendário Amazônico - 80 anos de Paes Loureiro”, no Museu do Estado do Pará (MEP) até o dia 22 deste mês. Um destes núcleos é “História, Fabulações e Pertencimentos” composto pelos artistas Éder Oliveira, Flavya Mutran, Guy Veloso, Walda Marques, Paulo Ribeiro, Marcone Moreira, Dirceu Maués, Alberto Bitar, Ionaldo Rodrigues, Margalho, Luciana Magno, Elaine Arruda, Jorane Castro e Jocatos.

“Esses núcleos se interpenetram, mas aqui, temos obras que revelam processos artísticos em que a vida, a história e os modos com que os artistas olham para o que se apresenta na vida ou nos processos de criação e reelaboram, reinventam, fabulam sobre seus territórios e pertenças”, explica o curador Orlando Maneschy.

Os artistas reinterpretam as obras, os conceitos e a história de Paes Loureiro das mais diferentes formas. Em sua obra Éder Oliveira busca constituir a face de um guerreiro indígena para simbolizar o rosto de tantos membros dos povos originários que foram excluídos e apagados na história. Na busca de modelos a partir e características físicas, expõe no Arte Pará 2019, referências de rostos presentes em obras da história da arte como “A Fundação de Belém” e “A Conquista do Amazonas”. Guy Veloso traz um recorte de sua produção que atravessa manifestações religiosas e entornos, indo do sagrado, ao profano.

Um dos convidados o fotógrafo Paulo Ribeiro expõe obras com relação direta com as encantarias da Amazônia descritas pelo poeta e pesquisador Paes Loureiro. No Arte Pará 2019, foram escolhidas de Ribeiro as obras “Pira Água”, “Luar” e “Anjos do Círio”. “Identifico uma relação muito forte com essa questão das encantarias, porque a gente percebe neste universo. Todas foram feitas no Marajó, o lugar onde vivo a minha vida toda e frequento cotidianamente. A gente percebe uma forte relação das pessoas com o ambiente natural expresso pela maneira cotidiana com que as pessoas convivem com a natureza, que se faz presente seja na força na chuvas das marés das definições dos tempos como também nas suas crenças com elementos da natureza”, declarou.

Já a artista Walda Marques constituiu uma fotonovela em vídeo com uma releitura dos pássaros juninos especialmente para o Arte Pará 2019. A obra inédita “Pássaro de uma asa só” é definida como um melodrama fantasia de um pássaro junino. “A gente deve prestar muita atenção para este folclore que é uma coisa daqui e que já existe há algum tempo. Ele é belíssimo poético e pleno, tem música, dança, figurino, história, teatro e tudo isso é popular. É uma opereta paraense. O ‘Pássaro de uma asa só’ tem o texto de autoria minha e tem trilha sonora de Yuri Guedelha, porque não existe pássaro sem trilha, não existe essa manifestação sem a música, tem que ter todo esse melodrama fantasia”, explica. A obra conta com a interpretação e Paulo Santana e Estêfano Paixão, interpretando respectivamente Dom Antônio e Petrus.

AGENDE-SE

Projeto Arte Pará 2019

Exposição: até 22/12.

Locais: “Deslendário Amazônico” - Museu do Estado do Pará (MEP) - Praça Dom Pedro II, s/n - Cidade Velha.

“As Amazonas do Pará” - Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Avenida José Malcher, 1192 - Nazaré.

Realização: Fundação Romulo Maiorana

Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra.

Colaboração: SOL Tecnologia e O Liberal na Escola.

https://www.artepara2019.org

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