Interesse em Medicina ? Confira filmes e séries sobre carreiras médicas

As médica Bárbara Martins e Marcela Coutinho, sobre a importância do audiovisual e a relação com a medicina e também deram dicas de filmes e séries com a temática médica.

Emanuele Corrêa

18.10.22 8h00

Série disponível na HBO, Prime e Globo Play. (Reprodução / Divulgação)

Hoje, 18, Dia do Médico e Médica, a equipe da Redação Integrada de O Liberal promoveu um bate-papo como as médica Bárbara Martins e Marcela Coutinho, sobre a importância do audiovisual e a relação com a medicina e também deram dicas de filmes e séries com a temática médica. O humanismo faz parte da formação do médico. Muitos utilizam recursos como a palhaçaria, libras, e a atuação para agregar no cuidado com os pacientes. A sétima arte também é aliada na formação e homenageia esses profissionais que se dedicam aos cuidados dos pacientes.

Bárbara Martins, é médica de família e atriz de teatro musical. Ela conta que a arte a ajuda a ampliar a sua visão sobre as diversas realidades e também que as produções audiovisuais que retratam o dia a dia de um hospital, consultório e o cotidiano médico, na vida pessoal e profissional, ajuda a humanizá-los. "Trago a história de vida dos meus pacientes para a construção dos meus personagens... Acho muito interessante mostrar a humanização do profissional médico. A sociedade tem aquela visão engessada de que os médicos são deuses mas, na verdade, somos pessoas reais com todo tipo de problemas e traumas, sonhos e desejos que queremos alcançar", afirmou.

Nos momentos de folga do trabalho, Bárbara também gosta de assistir filmes e séries e, a temática médica, sempre figura o catálogo de escolhas, conta. "Eu sempre acabo vendo todos os filmes que tem algum médico pelo meio, para tentar enxergar um pouco de mim na tela", arguiu.

As indicações são conhecidas do públicos, diz Bárbara que indica as séries "The Good Doctor" - o Bom doutor - e Doctor House - Doutor House. "Eu sempre vou amar assistir ao House! Também gosto muito da série Good Doctor! Mas temos que levar em consideração que é ficção, nem sempre tudo é como na vida real", respondeu bem humorada.

Para a data, a médica diz que gostaria de ver mais colegas de profissão expressão a sua natureza artística, como um momento de passar o tempo, relaxamento. "Queria que os colegas médicos encontrassem dentro de si aquilo que faz o seu coração bater e dessem espaço para essa expressão artística. Não é sobre ser bom, é sobre se permitir não ser perfeito e criar algo com suas próprias mãos, voz, palavra e mente", concluiu.

A sétima arte a favor da medicina

Há estudos que também apontam a importância do audiovisual para a medicina. No artigo científico "Cinema para o Estudante de Medicina: um Recurso Afetivo/Efetivo na Educação Humanística", publicado na revista Scielo Brasil, aponta que o cinema é útil para a afetividade do estudante. "A abordagem metodológica trabalha as emoções do estudante como ponto de partida para, através de grupos de reflexão, possibilitar a construção de conceitos na relação médico-paciente e criar o hábito da reflexão habitual que pode ser transportada para as atividades do cotidiano. O objetivo deste aprendizado é promover no futuro médico exercício da reflexão, base do compromisso vocacional profissional", descreve o artigo.

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Marcela Coutinho Alves, médica especialista em clínica médica, professora de medicina, mestranda e atriz e cantora de teatro musical. Entre suas produções recente, ela destacou a participação no filme audiovisual "Pássaros", que conta a história dos pássaros juninos. Marcela diz que o teatro, o audiovisual, já faziam parte da sua vida, antes mesmo da medicina. "Eu concílio a medicina e a arte desde antes de entrar na faculdade. O teatro já estava na minha vida desde 2011 - ano antes de prestar vestibular, e foi uma das minhas rotinas que não abri mão no meu ano de vestibular; tinha o cursinho, o colégio, o curso de redação e tinha o dia do teatro que era sagrado", relembrou

"Passei na faculdade e me apaixonei pela medicina e principalmente pelo olhar humano pelo paciente, pelo outro, de não ver só a doença, mas ver a pessoa, e como o adoecimento repercute na vida daquela pessoa, e tratar ela de forma individualizada. E o teatro/audiovisual compartilha com a medicina desse lado humano. A arte humaniza, ensina, acolhe, e faz a gente conhecer histórias por outras perspectivas, então eles sempre se conversaram na minha vida", declarou.

Sobre as representações no cinema, Marcela diz que de modo geral os médicos são bem representados e que os médicos que fazem ou que consomem artes costumam ser ainda mais empáticos e humanos com seus pacientes. "Acho que as séries, filmes produzidos com conteúdo médico costumam fazer uma boa representação, principalmente recentemente assisti episódios da série nacional sob pressão que pude ver muito da realidade ali nos personagens e nas temáticas, alguns até difíceis de assistir que retratam a pandemia da COVID-19", concluiu.

Bárbara Gibson, é atriz, dramaturga e diretora teatral e reforça a opinião das médicas e, também, relata que em seus cursos livres encontram médicos que aliam a medicina e a arte no seu cotidiano. "conheço vários artistas que possuem formação médica e conciliam as duas áreas. Acho que as artes sempre possibilitam uma humanização verdadeira em qualquer instância profissional porque nos convidam a exercitar a empatia. Quando eu assisto um trabalho audiovisual, por exemplo, me conecto com as histórias dos personagens e, dessa forma, penso como seria viver na pele do outro. Assim, médicos podem se conectar com mais propriedade com seus pacientes e vice-versa, porque podem compreender melhor o que é viver na realidade de quem está do lado", disse.

"Os profissionais podem levar a arte pros seus consultórios através de um olhar mais humano e sensível em torno das atividades que desempenham. As artes estão em todos os lugares: escolas, espaços de lazer e, por quê não, também em consultórios? Seria incrível ir numa consulta e ouvir uma indicação de uma série ou filme que envolva qualquer situação que eu esteja enfrentando de saúde. Ao me ver representa na tela, não me sinto só", finalizou.