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Dia Mundial do Teatro: conheça os profissionais que trabalham nos bastidores

Marckson de Moraes, Igor Ibiapina e Hélio Cereja contam que para construir uma narrativa é necessário um conjunto de profissionais do teatro, o corpo técnico, sem eles as emoções não seriam ressaltadas no palco

Emanuele Corrêa

Hoje, 27, é o Dia Mundial do Teatro e a data vem sendo celebrada desde a década de 1960, quando foi estabelecida pelo Instituto Internacional de Teatro. A linguagem teatral se mostra importante, porque conta uma história para sociedade e da sociedade. E para contar essa narrativa é necessário um conjunto de profissionais do teatro, entre eles, atores, diretores e também o corpo técnico que, sem eles, as emoções não seriam ressaltadas no palco.

A história ganha vida no corpo do atuante e com o auxílio do figurino, cenário, iluminação, som, etc., o espetáculo ganha nuances, é o que acredita Marckson de Moraes, ator e iluminador cênico do teatro Waldemar Henrique. "A equipe técnica que trabalha nos bastidores torna real o que foi pensado pelo diretor e experimentado pelos atores no palco. O cenário cria o ambiente e a luz dá vida a esse ambiente cênico. Os demais recursos técnicos envolvem o espectador na magia do teatro. Transporta o espectador para o aqui agora da atuação", iniciou.

Questionado sobre o papel da iluminação no espetáculo de teatro e na narrativa a ser contada, Marckson destacou que é importante pois muitas vezes ajuda a significar a história. "A luz é fundamental para que o espetáculo aconteça pois possui várias funções. Acentua um gesto, marca um lugar, valoriza o movimento, pontua uma marcação. Mas sobretudo, atualmente a iluminação cênica possui uma dramaturgia . Ela conta uma narrativa junto com os demais elementos cênicos. Ela transforma o espaço e cria uma atmosfera cênica. Dramática", completou.

Com mais de 20 anos de carreira, o iluminador cênico diz que continua "polindo o olhar" e aperfeiçoando a sua técnica. Inclusive, seu mestrado em artes disserta sobre iluminação. "Fala sobre a iluminação cênica alternativ

a concebida para o espetáculo 'Santo anjo do senhor' da minha Cia de teatro que está em cartaz desde 2013. Desde lá a experimentação sobre iluminação tem me lançado desafios para outros projetos. Claro que cada projeto exige uma conversa e preparação com a equipe toda. Para sabermos que equipamento usar, qual material, que efeitos pretendemos no figurino, cenário com a maquiagem", declarou.

Marckson destaca a importância do trabalho em equipe para o sucesso de um espetáculo. "Gosto, em meus projetos, de conversar com a equipe sobre cores, efeitos, a plástica que pretendemos alcançar para o espetáculo. A luz pinta com intensidade e cores. Que possamos comemorar o dia internacional do teatro fazendo Teatro. Em cena nas ruas, nos espaços alternativos, nos palcos formais. E sobretudo valorizando a nossa arte que está nos palcos e por trás deles. Evoé!", finalizou.

image Igor Ibiapina, em cartaz na peça "Como É Que Se Diz Eu Te Amo", com temporadas em Belém e São Paulo. (Reprodução / Divulgação)

A arte que encanta aos ouvidos

O ator paraense Igor Ibiapina é estudante do curso de atuação na SP Escola de Teatro, em São Paulo, e reforça a necessidade das múltiplas áreas no fazer teatral. "A confluência entre iluminadores, sonoplastas, cenógrafos, técnicos de palco, figurinistas e demais funções técnico-artísticas com atores, diretores e dramaturgos, é um dos pilares preponderantes dentro do trabalho coletivo. Tudo isso é primordial para a execução e condução de um espetáculo teatral do início ao fim", pontuou.

Sobre as principais diferenças entre executar uma peça em Belém em relação a São Paulo, o ator diz que os coletivos independentes partilham da realidade de não ter verba suficiente para custear uma produção e, por isso, os atores aprendem novos oficíos. "A solução é subdividi-la entre os demais integrantes do grupo. Em Belém, por exemplo, se faltar um figurinista, normalmente a função se divide entre direção e atores para a pesquisa e confecção. Em São Paulo, tenho um grupo de teatro chamado 'Clube dos Corações Partidos'. Em um de nossos espetáculos, a falta de um técnico de palco fez a direção e os atores adaptarem todo espetáculo para conseguir executá-lo da melhor forma possível", explicou.

"Recentemente, participei do espetáculo 'Como é que se diz eu te amo - o musical', aqui em São Paulo, durante as 5 sessões, duas eu estive em cena como ator e nas outras estive na produção, como staff e assistente do sonoplasta. Foi minha estreia nos bastidores. Fiquei encantado com esse outro lado da força teatral!", complementou.

Hélio Cereja é assistente cultural e trabalha com sonorização. Está há 23 anos no mercado de trabalho e pondera as suas perspectivas. "Comecei na igreja, montando e desmontando som, fazendo montagens de música, ainda na fita K7. Esperamos que o mercado teatral seja aquecido através dos incentivos e projetos culturais que estão surgindo. É uma alegria muito grande poder trabalhar no teatro experimental Waldemar Henrique. O dia internacional do teatro tem que ser comemorado, pois o teatro é fundamental para a sociedade, pois estimula o autoconhecimento e senso de responsabilidade", explicou.

Segunda é o Dia internacional do teatro, qual é a importância da equipe técnica, que faz a estrutura ser possível, a exemplo de palco, iluminação, cenário, som, etc?
Na criação de um espetáculo teatral é necessário uma pesquisa detalhada dentro do assunto abordado. Toda a equipe se dedica a essa pesquisa. Criando textos, cenários, planejando a iluminação para cada momento e o sonoplasta cria sons e trilhas sonoras. Todo a equipe tem que trabalhar de forma coesa para desenvolver um bom espetáculo.

Cereja revela que é difícil existir um espetáculo sem som - a não ser que essa seja a proposta da trama. "Muitas vezes pensamos somente em sons mecânicos, mas na realidade o som pode existir de maneira manual como era nas radionovelas. O efeito sonoro sempre vai ser necessário em um espetáculo. [Com o objetivo de] envolver o público na trama, a trilha sonora nos faz rir, chorar, nos emociona, incomoda. Ela faz parte do conjunto da obra", relembrou.

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