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‘Cortejo das Infância(s)’ celebra inclusão e dignidade no Arrastão do Pavulagem

Com oficinas, adereços e apoio de profissionais, projeto celebra a diversidade e amplia o acesso à cultura desde a primeira infância

Amanda Martins
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A cultura é um direito de todos, e é também sinônimo dignidade, principalmente para os pequenos. Esse foi o recado repassado na manhã deste domingo (15/06) com a realização do “Cortejo das Infância(s)”, iniciativa que integrou o público infantil ao tradicional Arrastão do Pavulagem, que teve sua primeira atividade de 2025 realizada hoje. Com foco na inclusão de crianças com deficiência e neurodivergentes, o projeto é uma parceria entre a Superintendência da Primeira Infância da Prefeitura de Belém, o Instituto Arraial do Pavulagem, o Grupo Mundo Azul, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

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O ponto de partida foi a Praça da República, em frente ao Theatro da Paz, onde foi montado um espaço especialmente acolhedor para as famílias participantes. Cerca de 15 profissionais da área da saúde, terapeutas e educadores estiveram presentes para garantir conforto e segurança durante todo o trajeto, que seguiu até a Praça Waldemar Henrique.

A superintendente da Primeira Infância, Flávia Marçal, ressaltou que o projeto nasceu com a proposta de ampliar o acesso à cultura e fortalecer o sentimento de pertencimento desde cedo. “Nosso objetivo é pensar o futuro da nossa cidade, e o futuro é cultura”, afirmou. 

Ela destacou que o espaço da Campina, que tradicionalmente abre o cortejo, foi ocupado com honra por essas crianças e suas famílias, em uma celebração da diversidade e da presença.

Flávia também enfatizou que a ação vai além da participação simbólica. “Fizemos oficinas com as mães atípicas do Grupo Mundo Azul para orientá-las e criar adereços. Sabemos que há desafios, como o barulho, o calor, mas estruturamos tudo para que essas famílias se sintam seguras e acolhidas. Temos mobilidade, pontos de apoio, água e, principalmente, respeito”, declarou. O projeto já ocorre há três anos em parceria com o grupo familiar.

Para Flávia, a cultura também é uma forma de garantir dignidade: “Essas crianças enfrentam uma dupla vulnerabilidade: por serem crianças e por serem neurodivergentes. Por isso, é fundamental que a cidade também as acolha na cultura. Saúde e educação são essenciais, mas a cultura também é um direito”, disse.

Parceria garante ambiente seguro e respeitoso para as famílias

image Família Sampaio Bona celebra a oportunidade de viverem juntos um momento especial (Wagner Santana / O Liberal)

Entre as famílias presentes, o casal Ana Paula Bona, fonoaudióloga, e Antônio Carlos Sampaio, que é uma pessoa com deficiência visual, levou os filhos Tom Hélio, de 5 anos, que acompanhava o cortejo com seu cavalinho de brinquedo, e Leon Ruda, de apenas quatro meses, já usando o tradicional mini chapéu do Pavulagem.

Para Antônio, a vivência no Arrastão transcende o entretenimento: “Isso aqui é como uma grande usina viva de energia. Conecta a gente com o que há de melhor nas pessoas, com nossa ancestralidade e com a floresta. Parte da minha família vem do Marajó, e essa cultura está viva lá. Isso aqui reabastece a gente”, afirmou.

Ana Paula complementou dizendo que é indispensável os filhos vivenciarem esse momento. “Queremos que esse vínculo com a ancestralidade siga por gerações, que não pare na gente. Que eles levem essa experiência para os filhos dos seus filhos”, afirma.

A aposentada Rosângela Botelho também participou do cortejo. Ela, que usa cadeira de rodas para se locomover, reforçou a importância do acolhimento que recebeu. “É a segunda vez que participo. É maravilhoso sentir a energia do grupo e ver como nos integram. A gente se sente à vontade, acolhida. Moro aqui perto e sempre via de longe. Quando soube que pessoas com deficiência também podiam participar, decidi vir. E hoje estou aqui, feliz por fazer parte”, declarou.

image A aposentada Rosângela Botelho (Wagner Santana / O Liberal)

Os próximos cortejos acontecerão nos dias 22 e 29 de junho e 6 de julho. Com o tema "Arraial da Floresta", a edição deste ano é uma realização do Instituto Arraial do Pavulagem com patrocínio da Equatorial Pará e da Lei Semear, através da Fundação Cultural do Pará (FCP). Conta ainda com apoio do Governo do Pará, Secretaria de Cultura do Estado (Secult/PA), Prefeitura de Belém, TV Liberal, Point do Açaí, Ferryboat Amazonas, Sesc (PA), Blois e Oliveira Assessoria Contábil e da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis (Concaves).

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