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Como creditar conteúdos já existentes na web?

Produtor de conteúdo e mestre em cibercultura, falam sobre dilema vividos nos tempos atuais

Bruna Dias
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O produtor de conteúdo Jonas Amador precisou usar o seu perfil no Instagram para expor uma situação que ocorreu na última semana. Em viagem para Paris, ele produziu um vídeo que foi ‘copiado’ por uma influenciadora. Depois da exposição e de centenas de seguidores cobrando os créditos na postagem, ela colocou o nome de Jonas como inspiração.

Mas de que forma creditamos conteúdo? Como saber de quem foi a ideia principal?

“O primeiro passo é saber diferenciar o que é uma trend do que é autoral. Se é algo que está bombando muito, viralizando organicamente, a gente consegue perceber pela grande repetição que é algo viral orgânico, já o conteúdo autoral é o oposto de uma trend, é mais elaborado, específico, não é rápido de fazer. É necessário saber a importância de creditar esses conteúdos autorais, porque é plágio, é crime, ele se enquadra como violação de direitos intelectuais”, disse Jonas.

O produtor de conteúdo destaca a necessidade desse comprometimento com o trabalho dos profissionais. Os usuários que se inspiram em alguma pessoa podem usar o termo ‘IB’ seguido do perfil na web, que significa Inpired By (inspirado em).

“Creditar é o certo, é o mínimo de se fazer. Só que muita gente não faz isso. Principalmente quando são criadores muito grandes, porque ele sabe que a outra pessoa não tem muita força na internet”, acrescenta.

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Jonas ainda faz questão de enfatizar que ele é produtor de conteúdo e não influenciador, já que compartilha rotineiramente postagens com produções, e que isso sim, influencia.

image Mário Camarão, é coordenador do curso de Comunicação da Unama e Integra a Equipe nacional do Sistema de Aprendizagem Ubíqua, atualmente cursa doutorado em Cibercultura e Redes de Informação - Ciências da Comunicação, na UM. ()

Mário Camarão, coordenador do curso de Comunicação da Unama e Integra a Equipe nacional do Sistema de Aprendizagem Ubíqua, do Grupo Ser Educacional, é Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (UM / Portugal) e cursa doutorado em Cibercultura e Redes de Informação - Ciências da Comunicação, na UM, enfatiza os pontos citados acima, por Jonas. Encontrar essa pessoa que produziu o primeiro conteúdo é a grande dificuldade.

“Quando se trata de imagens, vídeos ou música, geralmente é atribuída a autoria ao criador ou artista, que pode ser identificado pelo nome ou pseudônimo. Logo, torna-se necessário obter a permissão do autor para utilizar o conteúdo produzido. Isso se aplica principalmente quando se trata de obras protegidas por direitos autorais. A maneira mais segura de evitar problemas de direitos autorais é entrar em contato com o autor ou proprietário dos direitos autorais e obter permissão por escrito para usar a obra”, explicou.

“Hoje nos vemos desafiados pela inteligência artificial e o uso desenfreado de textos e produções digitais de maneira aleatória e sem critério de reprodutabilidade. A questão da autoria em tempos de inteligência artificial pode ser mais complexa do que imaginamos, já que em alguns casos a autoria pode ser atribuída tanto ao criador humano como ao algoritmo de inteligência artificial que produziu o conteúdo. Estamos diante de um grande impasse. Afinal quem é o autor?”, questiona o mestre.

Mário Camarão também aponta que creditar algo previne problemas de direitos autorais no futuro. “Em tempos de inteligência artificial e compartilhamento em profusão de conteúdos por fontes e plataformas diversas, fica mais complicado identificar a primeira pessoa que produziu algo e publicou, postou, compartilhou. A autoria é essencial para identificar o ato de criar uma obra original”, finaliza.

“Nesses casos, a legislação de direitos autorais pode variar de acordo com o país, mas geralmente atribui a autoria à pessoa física ou jurídica que criou a obra original, que pode ser tanto o autor humano como a empresa responsável pelo desenvolvimento do algoritmo”, destaca Mário Camarão.

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