Coletivo Periferia em Foco retoma projeto Música na Esquina em Usina da Paz após seis anos
Apresentação faz parte das ações do coletivo, que narra histórias das periferias nas redes sociais

O Dia do Músico, transcorrido na última quarta-feira, 22, foi a data escolhida para o retorno do projeto Música na Esquina, após seis anos de sua última edição, no bairro da Cabanagem, em Belém. A apresentação deste ano ocorreu no teatro da UsiPaz Cabanagem, no mesmo bairro de seu início. Realizado pelo coletivo Periferia em Foco, o projeto é o “carro-chefe” do coletivo, segundo explica o coordenador e jornalista Wellington Frazão, que é também colunista do Grupo Liberal.
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“O coletivo Periferia em Foco é uma mídia comunitária que narra as potências da periferia nas redes sociais desde o ano de 2016. Quando começamos, logo criamos um projeto que eu considero como a materialização da potência da periferia, que é o Música na Esquina. Realizamos quatro edições no bairro da Cabanagem, em 2016 e 2017, e retornamos agora, após seis anos, e em uma data muito simbólica, que é o Dia do Músico”, destaca Wellington Frazão.
Para o coordenador e comunicador, voltar a reunir músicos para o recital na UsiPaz Cabanagem possui um significado especial. “Mais do que retornar, para mim é importante frisar que nós retornamos neste equipamento público que trabalha os conceitos que nós do Periferia em Foco consideramos primordiais, como a missão de oportunizar para a periferia condições dignas, concretas e reais para buscar possibilidades de mostrar todos os seus potenciais. E, isto só é possível, com oportunidades de capacitação e qualificação de fato”, afirma o jornalista e ativista, que defende a continuidade da parceria entre o coletivo e a política pública do Governo do Pará.
Quando o projeto Música na Esquina foi iniciado, ainda não existiam Usinas da Paz, o que tornou a realização da ação ainda mais difícil. “Por estar dentro da Cabanagem, a UsiPaz Cabanagem se tornou uma importante parceira nossa. E, também, temos pessoas que nos auxiliam, que denominamos ‘Amigos da Música’; e também contamos com o apoio da ONG Moradia e Cidadania. O projeto funciona a partir de ensaios semanais na Usina da Paz. Nosso objetivo, ao longo desses sete anos, é de desmistificar a imagem que se tem da periferia, mostrando que não temos apenas violência, mas também somos lugar de arte, de educação e de cultura”, afirma.
Wellington Frazão é também fruto de movimentos sociais, o que determinou os projetos que passou a desenvolver como profissional. “Eu estudei música durante uma década música dentro do bairro da Cabanagem dentro de uma Organização Não-Governamental (ONG), cheguei a estudar música no Instituto Carlos Gomes e sou um apaixonado por música. Depois, migrei para a comunicação, sou jornalista e atualmente estou cursando mestrado na UFPA (Universidade Federal do Pará), mas a música sempre está atrelada aos meus projetos. Eu acredito na arte como um verdadeiro instrumento de transformação social, que nos faz mais sensíveis como seres humanos”, conclui.
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