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Maeve Jinkings conta como tem sido o retorno do cinema pós-pandemia no país

Atriz que viveu no Pará falou sobre o filme “Quando minha vida era a minha vida”.

O Liberal
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Embora a atriz Maeve Jinkings tenha nascido em Brasília e vivido boa parte de sua vida em Belém, seu rosto é conhecido pelos paraenses e brasileiros em geral pelos trabalhos no cinema e na televisão, sem falar no teatro. E foram muitos. Só para citar alguns, entre as novelas e séries estão: A Dona do Pedaço (2019); Todas as Mulheres do Mundo (2019) e Onde Nascem os Fortes (2018). Na telona ela esteve em: Amor Plástico e Barulho (2014); Aquarius (2016); Boi Neon (2016) e Açúcar (2018), pelo qual recebeu sua premiação mais recente, a de Melhor Atriz, no Cine Fest RN 2018.

Atualmente, a artista está no interior de São Paulo, onde se dedica às gravações do longa “Quando minha vida era a minha vida”, com direção de Carolina Markowicz e aceitou dar uma pausa na rotina de cerca 12 horas de trabalho para conversar sobre seus projetos atuais e como tem se adaptado às limitações impostas pela pandemia.

A chegada do coronavírus ao Brasil mudou completamente o ritmo dos trabalhos da atriz, que se viu obrigada a dar uma pausa em seus projetos em 2020. “Na verdade passei imensa parte da pandemia impedida de trabalhar, estava prestes a iniciar gravações de uma série na TV Globo quando tivemos que paralisar tudo. Como era uma série de elenco muito numeroso e com muito deslocamento, entendemos que não seria prudente gravar nesse contexto pandêmico”, lembra.

A pausa só foi interrompida quando retornaram as gravações do longa “Pedágio”, previsto para ser retomada entre os meses de novembro e dezembro deste ano. “O longa metragem no qual estou imersa agora chama-se Quando minha vida, ambos (Pedágio) da diretora Carolina Markowicz. O elenco do filme atual é primoroso: César Bordón, Romulo Braga, Camila Mardila, Pedro Wagner, Dinho Lima Flores. Estamos felizes em voltar ao set juntos”, comemora.

A atriz conta estar se adaptando à nova forma de trabalho, por conta das medidas preventivas da pandemia. “É estranho, porque temos muita limitação de aproximação física, o que torna difícil o trabalho dos atores. Até para fazer pesquisa para os personagens fica complicado. Nosso ofício passa por compreender um modo de vida, então precisamos entrevistar locais”, conta.

Ela ressalta que houve ainda muita tensão nos primeiros ensaios por conta da necessidade do não uso da máscara. “Mas agora já estamos mais tranquilos. Há muitos procedimentos para segurança sanitária da equipe. Não podemos conversar durante as refeições e a responsável pelo protocolo está sempre nos dando pequenas (e justas) broncas. Ao mesmo tempo, estamos eufóricos por estarmos de volta ao trabalho”, diz.

No curto intervalo entre as gravações dos dois longas, Maeve pretende se dedicar ainda a um outro projeto. “Mergulhar na pesquisa que estou fazendo para um monólogo a ser dirigido remotamente por uma amiga paulistana que vive em Bruxelas. Apesar de tanta dor, a pandemia me ajudou a relativizar as distâncias. As conexões existenciais podem às vezes criar fricções a longa distância”, avalia.

Apesar de estar conseguindo manter seus projetos, a atriz reforça que trabalhar com a cultura e a arte no país não tem sido fácil. “Tenho certeza de que iremos reverter isso, a cultura é uma necessidade espiritual de uma nação. Mas tenho consciência também de que será um processo lento, pois reconstruir é um processo bem mais trabalhoso do que destruir. E o governo atual não tem projeto algum para cultura, o projeto deles é uma cultura obediente, submissa e pouco crítica. Sinto dizer, mas arte não existe para agradar ninguém. Arte existe para fazer perguntas, mesmo. Pra lançar questões, para apontar contradições e muitas vezes isso é desconfortável”, opina.

Belém

Maeve chegou ainda criança à capital paraense e permaneceu aqui até sua fase de jovem adulta, por isso diz considerar-se paraense também. Além disso, a família materna tem suas raízes no estado. “Sou completamente apaixonada pela cidade e cultura paraenses. Minha última visita foi em 2018, quando passei um mês intenso visitando lugares e pessoas. Já estou planejando a próxima viagem. Quero ir a lugares que não pude ir na última vez. E também rever o Círio de Nazaré que, mesmo não sendo católica, cheguei a acompanhar na corda da trasladação por sete anos seguidos durante minha adolescência. Para mim foi uma experiência espiritual, existencial e antropológica muito intensa. Me comovia muito a fé das pessoas, e isso está para além de ser ou não católica”, resume.

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Cinema
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