‘Dona Lurdes — O Filme’ estreia hoje e mostra a vida de uma mãe para além dos filhos

O spin-off da personagem de Regina Casé em ‘Amor de mãe’, precisa lidar com a “síndrome do ninho vazio” e redescobrir um novo sentido para a vida.

Bruna Dias
fonte

Dona Lurdes, de Amor de Mãe (2019), da Rede Globo, tem suas histórias contadas no livro “Diário da dona Lurdes” e agora em um spin-off da novela, temos “Dona Lurdes — O Filme”. O longa estreia nesta quinta-feira (28), e mostra a personagem da atriz Regina Casé tendo que lidar com a “síndrome do ninho vazio”.

Porém, a trajetória da mãezona é se redescobrir ao encontrar um novo sentido na vida após todos os filhos deixarem o lar.

Em 2024, Regina Casé comemora a marca de 50 anos de carreira, e celebra esse momento dando vida a um personagem tão brasileiro.

“Eu me profissionalizei como atriz em 74, tenho 50 anos de carreira redondos e sacramentados na carteira de trabalho, como atriz. Não quero fazer média com os outros personagens, com a Darlene (Eu, Tu, Eles), Val (Que Horas Ela Volta?) ou Tina Pepper (Cambalacho), esses personagens que todo mundo gosta e eu também, até porque elas podem vir puxar meu pé de noite (risos). Mas acho que a dona Lurdes, não é à toa que ela está nessa comemoração de 50 anos comigo, ela é meio uma correspondência desses personagens, que é uma coisa que eu me orgulho muito. Se eu pensasse no Esquenta é o Asdrúbal (grupo de teatro), e se eu pensar na dona Lurdes ela é também a Tina Pepper”, reflete a protagonista.

“Nos dias de hoje, o que eu e as mulheres como eu, a mulher do Brasil, uma brasileira estaria fazendo, dizendo, como ela seria representada? Acho que ela também é um resumo de toda essa trajetória de 50 anos. Não só minha, mas a trajetória das mulheres do Brasil. Quando eu penso que durante os anos e anos fiquei sem fazer novela e cinema, só como apresentadora, eu estava na floresta, no sertão ou na favela, encontrava ali pelo menos uma ou duas donas Lurdes durante a minha vida toda e ficava chapada falando: ‘Meu Deus, que mulher incrível, que inteligência emocional e prática’. A chance de ter recolhido durante esses 50 anos todas essas donas Lurdes faz com que ela realmente seja muito forte e eu acho que ela é feita, não só de todos os meus outros personagens anteriores, mas de todas essas mulheres que eu fui conhecendo pelo caminho e pelo Brasil afora”, acrescenta.

O filme, da autora Manuela Dias e do diretor Cristiano Marques, tem como ponta pé inicial o quadro depressivo da personagem de Regina Casé, que enfrenta a “síndrome do ninho vazio”.  Dona Lurdes precisa encarar uma nova realidade sem cinco filhos por perto.

“A gente tinha a preocupação de fazer um filme que de alguma forma matasse a saudade de quem viu a novela, de toda a família, esse reencontro assim, e ao mesmo tempo que fosse um filme que sobrevivesse para quem não viu a novela também pudesse assistir ele como uma obra fechada. As expectativas são sempre as maiores e melhores, vendo a reação das pessoas assim foi muito legal perceber como realmente o filme chega. Até em horas onde a gente acha que surge um bom rir ou não vão reagir, e forma essa mistura de graça com emoção que a Regina faz. Ela vai conduzindo de um jeito que a gente sente. A maior expectativa que eu tenho com a dona Lurdes como personagem e com relação ao público é sempre essa questão afetiva, essa conexão afetiva”, pontua Manuela Dias.

Para quem não lembra, a novela “Amor de Mãe”, onde nasceu a personagem dona Lurdes, teve suas gravações interrompidas em decorrência da pandemia. Depois com a volta ao set, uma série de protocolos precisavam ser cumpridos. Na teledramaturgia, a sua vida desenrolava de acordo com as demandas dos filhos.

Para o longa, dona Lurdes terá um amor e uma amiga. A vizinha Zuleide (Arlete Salles) torna-se uma verdadeira parceira, ela é a “perua do subúrbio” que vende brinquedos eróticos e aproveita a vida ao máximo depois de criar os filhos.

Dona Lurdes também encontrará o viúvo Mário Sérgio (Evandro Mesquita). Eles se conhecem na aula de dança e acabam se identificando por terem enfrentado momentos trágicos na vida e começam um romance.

Pré estreia de 'Dona Lurdes, o Filme' (Fotos: Webert Belecio / AgNews)

“Eu e a Regina temos essa cumplicidade desde os tempos que a gente começou a descobrir a vida, descobrir a arte, o teatro como instrumento desta facilitação em decifrar a vida. Isso a gente tem total, no olhar você sente o que o outro está pensando. É muito bom. Adorei fazer o filme, apesar de ser um personagem mais contido, mas ele é delicado na questão toda desse amor mais maduro. Acho fundamental colocar essa discussão nas telas, nos papos de não limitar a vida das pessoas a uma idade. Não gosto muito de falar em idade, eu acho que as pessoas vão vivendo enquanto a emoção está permitindo, está levando a vida delas. Acho que esse filme mostra muito bem, essa mulher que não se deixa abater pelas condições normais da família e ela vai em busca do sonho dela”, disse Evandro Mesquita.

O elenco também é composto por Chay Suede, Nanda Costa, Juliano Cazarré, Thiago Martins, Jéssica Ellen, Enrique Diaz, Maria Gal, dentre outros. Com participações de Ana Maria Braga e João Gomes.

Esse é o primeiro longa do Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo.

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cinema
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM CINEMA

MAIS LIDAS EM CULTURA