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Curta documental narra a trajetória de Zélia Amador

'Amador, Zélia' tem a direção de Glauco Melo e Ismael Machado.

Enize Vidigal O Liberal

O documentário “Amador, Zélia" sobre a trajetória da professora Zélia Amador de Deus, liderança do movimento negro no Pará e Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará, foi lançado na noite da segunda-feira, 13, em  sessão com acesso restrito devido à pandemia, no Cine Líbero Luxardo do Centur. A direção é de Ismael Machado e Glauco Melo, sendo que o primeiro também assina o roteiro e o segundo, a direção de fotografia. O curta-metragem ficará disponível no canal da produtora Floresta Urbana no Youtube para acesso gratuito.    

A ativista negra e militante política completa 70 anos no mês que vem. Zélia foi recebida com entusiasmo pelo público presente ao lançamento do documentário. No vídeo, a trajetória dela foi retratada desde a chegada dela a Belém, ainda criança, quando veio do Marajó para residir com os avós e sofreu a primeira experiência de racismo na escola de freiras. 

"Ela passa pela aceitação como mulher negra, o dilema com a estética da época, passando pela atuação dela no teatro e pelos novimentos estudantis, chega ao ativismo como movimento negro e conseguindo avanços de políticas afirmativas para o Pará e no Brasil. Foi um desafio contar essa história em 22 minutos", descreve a produtora executiva Aline Paes. 

“A história de Zélia é inspiradora para toda a sociedade, principalmente nos tempos de retrocessos que vivemos atualmente. Realizar esse trabalho foi mais que uma satisfação, foi um constante aprendizado”, afirma Glauco. "A trajetória da Zélia serve de inspiração para muitos jovens da periferia. Ela veio de uma origem humilde e, hoje, é uma intelectual reconhecida. Por onde ela passa, provoca mudanças", ressalta Aline.
 
Zélia foi entrevistada para o documentário. A história de vida dela é narrada em multilinguagem, com elementos cênicos, de ilustração e acervo fotográfico de época. A atriz Carol Pabiq interpretou Zélia no curta-metragem, contracenando com o ator Josiel Paz. Josiel também assina a autoria dos desenhos usados no vídeo. O historiador Marcelo Gomes pesquisou sobre a personagem e também sobre o contexto histórico e político de cada época para ambientar o filme. 

image Carol Pabiq interpreta Zélia no documentário. (Ygor Negrão- Divulgação)

“Costuma-se chamar de ‘prêmio’ ou de ‘presente’ quando a gente recebe um trabalho para dar vida a um personagem. E depois de 10 anos longe dos palcos e dos sets de filmagem, ser convidada para viver Zélia Amador de Deus no cinema foi uma honra. Pois Zélia é muito querida e admirada por mim, por artistas, por ativistas, pela intelectualidade, pela sociedade como um todo”, comemora Carol.

“Estar nesse projeto, falando de Zélia, foi entusiasmante e desafiador. Ela foi a primeira professora preta que tive na universidade. E vê-la naquela posição me deu mais coragem para não desistir. Zélia não é qualquer professora. Ensinou a turma, apenas provocando debates, discussões, tirando máscaras que tapavam o racismo e a intolerância pré-existente advinda da nossa criação”, conta Josiel.

image Equipe gravando com Zélia. (Ygor Negrão- Divulgação)

"O principal desafio para a produção foi a pandemia, quando iniciamos a gravação em março, foram as restrições muito severas devido à pandemia. A Zélia foi generosa em nos receber na casa dela. Toda a equipe usou máscaras e protetores para os pés e cabeça, higienizamos os equipamentos com álcool, tudo para proteger a Zélia e também toda a equipe, agindo com toda responsabilidade", conta Glauco.

A equipe de produção planeja seguir exibindo o documentário a estudantes de escola pública e comunidades. "O nosso objetivo é conseguir tornar o mais visível possível (o documentário)", afirma Aline.

O filmmaker do projeto foi Ygor Negrão; Michelle Maia dirigiu a produção com a assistência de Brenda Paes; Marcelo Araújo Filho ficou responsável pelo áudio; e Júlio Santos, pela edição e finalização.

O curta-metragem recebeu recursos do Edital de Audiovisual da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) do governo do Pará. A produção é da Floresta Urbana. 
 

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