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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Al Pacino – 82 anos

Marco Antonio Moreira

Al Pacino, um dos maiores atores do cinema, celebrou 82 anos esta semana e foi homenageado de diversas maneiras por essa data especial, principalmente pelas mídias vinculadas ao cinema. È inevitável observar a filmografia de Pacino e perceber seu talento, sensibilidade e versatilidade como ator em produções que evidenciaram a importância da atuação na narrativa cinematográfica. Nascido em 25 de abril de 1940, Pacino iniciou sua carreira como ator no teatro americano, no final dos anos 1960, quando estudou sob a supervisão do excelente ator e diretor de teatro Lee Strasberg. Em um período de dificuldades financeiras, Pacino descobriu no teatro um meio de vida e seu talento logo foi reconhecido com prêmio Obie Award pela interpretação em palco de The Indian Wants the Bronx e um Tony Award por Does the Tiger Wear a Necktie?.

Em 1969, com uma pequena participação no filme Me Natalie, Pacino teve sua estreia no cinema. Em 1971, como protagonista, atuou em Panic in the Needle Park (no Brasil chamado de Os Viciados) de Jerry Schatzberg, filme excelente que chamou a atenção do diretor Francis Ford Coppola que se impressionou pela atuação de Pacino e o escolheu para interpretar o papel de Michael Corleone em O Poderoso Chefão, em 1972. A partir da intensidade e força dramática em interpretar um protagonista muito complexo como Michael Corleone, Al Pacino alcançou reconhecimento da crítica especializada e do público e foi considerado um dos maiores atores de sua geração como outros excelentes intérpretes como Robert De Niro e Meryl Streep.

Com o sucesso de O Poderoso Chefão e, posteriormente, sua continuação produzida em 1974, Pacino participou de filmes fundamentais para o cinema americano, nos anos 1970. Entre diversas produções deste período, destaco Serpico (1973) e Um Dia de Cão (1975) de Sidney Lumet e, principalmente, Espantalho (1973) de Jerry Schatzberg. Em Serpico, ele protagonizou o papel do Frank Serpico, um policial idealista de Nova Iorque que se recusa a receber subornos e luta contra a corrupção policial. Um Dia de Cão apresenta Pacino como  Sonny Wortzik que lidera um assalto a um banco de modo amador e se envolve em uma situação com reféns que chama atenção da mídia americana. Em Espantalho, ele interpreta Max, um homem que saiu da prisão recentemente e encontra Lion (ótima atuação de Gene Hackman), marinheiro que passou seis anos no mar. Ambos procuram uma vida melhor, mas tem que  lidar com suas decepções. Certamente, Pacino tem em Espantalho uma de suas maiores atuações no cinema. É importante destacar neste período sua interpretação como um advogado rebelde em E Justiça para Todos (1979) de Norman Jewison.

Nos anos 1970, Pacino construiu uma credibilidade como ator que o levou a ter diversas indicações ao Oscar, como em O Poderoso Chefão na categoria de melhor ator coadjuvante. Até o final da década de 1970, ele teve mais quatro nomeações, mas somente foi premiado nos anos 1990, como melhor ator, com a ótima atuação em Perfume de Mulher (1993) de Martin Brest.

Nos anos 1980, depois de algumas produções polêmicas em filmes como Parceiros da Noite (1980) de William Friedkin e Scarface (1983) de Brian de Palma, Al Pacino foi um dos protagonistas em Revolução (1985) de Hugh Hudson, produção de alto orçamento que não teve bom desempenho nas bilheterias mundiais. Após esse filme, ele se dedicou durante quatro anos ao teatro e retornou as produções cinematográfica em 1989 com o drama/policial Vítimas de uma Paixão de  Harold Becker. Com o sucesso deste filme no circuito de exibição americano, Pacino voltou a trabalhar com frequência como ator no cinema e realizou ótimos filmes que surpreenderam público e crítica como Dick Tracy (1990) de Warren Beatty, O Poderoso Chefão 3 (1990) de Francis Coppola (em atuação histórica), O Sucesso a qualquer preço (1992) de James Foley, Perfume de Mulher (1993) de Martin Brest, O Pagamento Final (1993) de Brian de Palma e, especialmente, Fogo contra Fogo (1995) de Michael Mann em que ele contracena com o extraordinário Robert de Niro em cenas antológicas que são referências para quem quiser estudar sobre a arte da interpretação.

Muitos sucessos de público em filmes realizados nas últimas décadas permitiram que Al Pacino tivesse reconhecimento mais frequente por meio de diferentes espectadores. Nos anos 1990, produções como Donnie Brasco (1997) de Mike Newell, Advogado do Diabo (1997) de Taylor Hackford e O Informante (1999) de Michael Mann (atuação magnifica) geraram maior interesse de muitos públicos pela sua filmografia. Nos anos 2000, entre diversas produções para o cinema, Pacino realizou ótimos trabalhos para a televisão americana com destaque para sua intepretação histórica em Angels in America (2003) de Mike Nichols com Meryl Streep em uma adaptação da peça de teatro homónima de Tony Kushner. Recentemente, Pacino novamente brilhou em O Irlandês (2019) de Martin Scorsese ao lado de Robert De Niro, Joe Pesci e Harvey Keitel e voltou à televisão na série Hunters (2020).

Como admirador de sua talento em vários filmes, gostaria muito de conhecer o trabalho de Pacino no teatro onde, muitas vezes, repetiu o sucesso do cinema com atuações e premiações elogiadas desde o início de sua carreira como em Does a Tiger Wear a Necktie? (1969) e The Basic Training of Pavlo Hummel (1977). Além de ator reconhecido mundialmente, Al Pacino é diretor e fez sua estreia no cinema com Looking for Richard (1996), um semi-documentário sobre a peça Richard III de William Shakespeare, autor que ele admira há muitos anos. Outros filmes que ele dirigiu são Chinese Coffe (2000) e Wild Salome (2011).

Felizmente, Al Pacino chegou aos 82 anos com muita vitalidade e perseverança realizando bons filmes que demonstram seu envolvimento e compromisso como ator. Um de seus próximos projetos é Rei Lear, obra genial de Shakespeare. Espero que ele continue a nos impressionar com suas intepretações por muitos anos e possa participar de novos trabalhos no cinema, teatro e televisão! Parabéns, Al Pacino!

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