Terror/Arte

Procurar bons filmes de terror é sempre um desafio cinéfilo. No entanto, se buscarmos com critérios mais amplos e interesses que vão além da violência e do terror explícito presentes em muitas produções do gênero, é possível encontrar obras que ultrapassam os limites criativos convencionais e se tornam expressivas sob outras referências de conhecimento — desde interpretações políticas até existenciais, reveladas em suas histórias e personagens.

Filmes de terror de arte — ou seja, que trazem em sua narrativa elementos que ampliam seus possíveis significados para cada espectador — sempre merecem respeito e admiração. Afinal, são obras que alcançam interpretações que os libertam dos clichês e estereótipos de um gênero que, há tempos, precisa de novos modos de existir como referência relevante no cinema contemporâneo.

Os primeiros filmes que chamo de terror/arte e que me vêm à memória são O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick, e A Hora do Lobo (1968), de Ingmar Bergman. São produções que os próprios autores não definiram como essencialmente do gênero terror, mas que suscitam interpretações que vão muito além do esperado nesse campo.

Como contribuição à curiosidade cinéfila dos leitores, sugiro alguns filmes de terror/arte que podem — e devem — ser assistidos ou revisitados como forma de debater e ampliar o olhar crítico sobre as constantes possibilidades de criação artística de seus autores.

• O Iluminado (1980) (foto) de Stanley Kubrick
• A Hora do Lobo (1968) (foto) de Ingmar Bergman
• Possessão (1980) (foto) de Andrzej Zuławski
• A Aldeia dos Amaldiçoados (1960) de Wolf Rilla
• Os Malditos (1962) do Joseph Losey
• Os Inocentes (1961) de Jack Clayton
• A Tortura do Medo (1960) de Michael Powell
• Nosferatu (1921) de F. W. Murnau
• O Farol (2019) de Robert Eggers
• Eraserhead (1977) de David Lynch
• Prelúdio para Matar (1973) de Dário Argento
• O Inquilino (1976) de Roman Polanski
• Crimes do Futuro (2022) de David Cronenberg

Fórum

O I Fórum de Pesquisa em Cinema, realizado na Casa das Artes, de 14 a 16 de maio deste ano, sob minha coordenação, proporcionou grandes momentos de amor ao cinema e à pesquisa, por meio de diversas participações. Dos pesquisadores — Marco Antonio Moreira, Leandro Alves da Silva Caldas, Alex Damasceno, Januário Guedes, Beatriz Oliveira, Raíssa Barbosa, Alana Felix Munhoz Krás Borges, John Fletcher, Gabriel Darwich, Ramiro Quaresma e Diego Maia da Costa — ao público; dos debatedores — Luzia Álvares e John Fletcher — à participação em vídeo do escritor João de Jesus Paes Loureiro, o Fórum estimulou novas reflexões sobre a pesquisa em cinema, valorizou todos os pesquisadores e seus trabalhos essenciais, e incentivou o surgimento de novos pesquisadores. Agradeço a todos que estiveram nesta ação de cultura cinematográfica, bem como a todos os parceiros e colaboradores. Em 2026, aguarde: será realizado o II Fórum de Pesquisa em Cinema.

TCM

Para aqueles que gostam de clássicos do cinema, o canal TCM é uma opção na televisão por assinatura que exibe filmes clássicos, principalmente das décadas de 1930 a 1980. Vale conferir sua programação!

Dicas da Semana

Ritas (documentário sobre a cantora e compositora Rita Lee), Manas de Marianna Brennand e Saneamento Básico O Filme de Jorge Furtado (Cine Líbero Luxardo).

“Lili Marlene”. Homenagem ao cineasta Rainer Werner Fassbinder (Cineclube SINDMEPA. Terça-feira, dia 10, às 19h. Entrada gratuita).