Cinema encontra o Caeté on-line

Sexta edição do Festival Internacional de Cinema do Caeté abre programação com série de debates e homenagens

Lucas Costa
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Elevando a prática do cineclube para a amplitude de um festival, ainda esta semana o Festival Internacional de Cinema do Caeté (Ficca) realiza sua 6ª edição, desta vez em tom de celebração. O evento que já soma oito anos de história retoma sua origem no ano de 2003, quando foi fundado o Cineclube Amazonas Douro concretizada durante um Concílio Artístico Luso-Brasileiro, organizado por Francisco Weyl, com a presença do mestre de cinema da escola do Porto, Sério Fernandes. Sério torna-se um dos homenageados da 6ª edição, junto a José Mojica Marins (“Zé do Caixão”).

O 6º Ficca começa na quinta-feira (25), às 18h, com uma live de abertura e lançamento do site oficial do evento: ficca.net.br. Na live, o bate papo será com o criador e coordenador geral do Ficca, Francisco Weyl, autodenominado Carpinteiro de Poesia; o cineclubista e realizador Mateus Moura também participa da conversa, que terá mediação da jornalista e realizadora Luciana Medeiros. 

Na abertura, será exibido ainda o curta-metragem “Pará Zero Zero”, conhecido por ter dado origem a um publicação que revolucionou o movimento editorial na cidade, ao abordar temas de arte e filosofia.

“É um festival que nasce nas margens do Caeté, nasce em Bragança do Pará, coordenado por mim há cerca de 8 anos. Atravessou a fronteira, o Brasil, certificado pela Escola Superior Artística do Porto, onde me formei em cinema, e o Ficca tem essa pegada africana, lusíada e amazônida, para firmar um cinema de natureza social com recorte temático, de formação, um cinema de guerrilha, de organização da sociedade, um cinema que é utilizado em benefício da libertação da cultura como fonte de informação”, explica Francisco Weyl, coordenador do Ficca.

As correntes temáticas selecionadas para direcionar os debates que se constroem em torno da programação  da mostra, tratam de temas que estão ligados principalmente ao aspecto social do Ficca, como explica Francisco. “É essa a pegada do Ficca, que se interessa pelos grandes temas contemporâneos, a cena trans, contra a transfobia, contra o racismo, cinema realizado por realizadores negros, das periferias”, diz.

Além das homenagens e reunião de parceiros antigos, outro destaque da programação do Ficca é a mostra especial “Oitava Maravilha”, com 12 filmes que já foram premiados ao longo das cinco edições anteriores. O 6ª Ficca é realizado com patrocínio do Prêmio de Difusão Audiovisual da Lei Aldir Blanc Pará 2020.

Programação se estende até 5 de abril

Após a live de abertura, a programação do festival segue no dia 26 de março, às 19h, com a roda de conversa “A Década Internacional de Afrodescendentes”, com organização de Celso Prudente, presidente do Festival Internacional de Cinema Negro, de São Paulo. Tudo pelo site do evento.

A conversa será mediada por Francisco Weyl, contando com os seguintes convidados: Rosete Araújo, presidente da Associação Remanescentes Quilombolas do América – ARQUIA/Bragança do Pará; a artista plástica Misá (Senegal-Cabo Verde); e os pesquisadores Clei Souza (Unifesspa),  Denis Bezerra (UFPA), e Mariana Delgado (Universidade do Porto).

Nos dias 27 e 28 de março estão previstas as oficinas artísticas no Quilombo do América, que serão ministradas de forma remota por Carol Magno e Cuité. A comunidade com mais de 200 anos fica em Bragança (PA), e foi certificada pela Fundação Cultural Palmares em 2015. A programação segue com a Mostra Oitava Maravilha, de 29 a 31 de março, com estreias diárias sempre às 16h, 17h, 18h e 19h, pelo YouTube.

Entre os filmes que compõem a mostra estão "Mestres Praianos do Carimbó de Maiandeua", de Artur Arias Dutra; e "Mãtãnãg, A Encantada" , de Charles Bicalho. 

Homenagens

No dia 1º de abril, às 18h, iniciam as lives de homenagens, com reverência a José Eugénio Sério Fernandes, que foi Mestre da Escola Superior Artística do Porto entre 1991 e 2015. Sério rodou dezenas de filmes na Europa, além da África; e também filmou no Brasil, no sertão e na Amazônia, sempre com uma equipe formada por seus alunos. Nesta homenagem serão exibidos “Eu Génio”, “Sofia e o regresso ao paraíso” e “Música para uma exposição”, realizados pelo criador da Teoria dos Magníficos Quadros Artísticos Cinematográficos.

Rosilene Cordeiro também é homenageada pelo Ficca este ano. No dia 2 de abril, às 19h, será exibido, um de seus vídeo-performances, pelo canal Ficca no YouTube, com apresentação de Denis Bezerra.

No dia 3 de abril, às 18h, a terceira homenagem vai para Chico Carneiro, cineasta paraense nascido em Castanhal, filho de exibidor cinematográfico e que iniciou carreira profissional no cinema já nos anos 70. 

As Amazonas do Cinema e o livro Kynema

No dia 04 de abril, às 19h, ocorre o bate papo sobre “O Cinema das Amazonas”, com Célia Maracajá, Nani Tavares, Carol Magno, Rosilene Cordeiro e mediação de Luciana Medeiros. A programação encerra no dia 5 de abril pelo canal do FICCA no YouTube, às 17h, com a exibição de resultados das oficinas realizadas. Além disso, haverá o lançamento do livro “Kynema”, de Francisco Weyl. A obra reúne ensaios científicos, semióticos, metafísicos, poéticos e políticos sobre arte, cinema e estéticas de guerrilhas, com apresentação de Mateus Moura.

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