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A Paixão de Cristo no cinema

Desde 1902, os filmes narram a história de Jesus. Vários clássicos conquistaram o público e também geraram polêmica com abordagens diferenciadas e críticas sobre o maior personagem da humanidade. Confira uma lista com alguns desses clássicos e, ainda, conheça a série contemporânea "The Chosen" disponível de graça no streaming, ou divirta-se com uma maratona em canal fechado.

Enize Vidigal

A Paixão de Cristo é narrada em audiovisual desde o início da história do cinema. O mais antigo que se tem notícia é “Vida e Paixão de Cristo”, datado de 1902 a 1905. Antes do surgimento do streaming, era comum as salas de cinema exibirem filmes bíblicos no feriado da Páscoa e, assim, surgiram alguns campeões de bilheteria, como “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, lançado em 19 de março de 2004, que arrecadou US$ 600 milhões com uma versão mais próxima da violência enfrentada por Jesus na crucificação. O longa ganhou a sequência “A Ressurreição”. Mas nem só de bilheteria vive o cinema atual. A série americana “The Chosen” (Os Escolhidos), disponível de graça no app homônimo, fez história ao arrecadar US$ 10 milhões de financiamento coletivo para a temporada de estreia, um feito inédito em projetos de crowdfunding para entretenimento.

“The Chosen” é um destaque importante das produções cinematográficas que buscam narrar a vida de Jesus no audiovisual contemporâneo. Lançada em 2019, a produção narra a vida de Jesus Cristo sob a perspectiva daqueles que conheceram e conviveram com Ele. O ator Jonathan Roumie interpreta o Filho de Deus. Entre os outros personagens estão Maria Madalena, Maria, os apóstolos e outros. A criação e a direção são de Dallas Jenkins, que também co-escreve a produção. 

A elogiada série já conta com três temporadas. É possível baixar as temporadas gratuitamente, com dublagem e legenda em português, pelo aplicativo “The Chosen” da produtora VidAngel, disponível para Android e Apple, mas quem possui smartphone pode acompanhar pela TV. Também está disponível para assinantes da plataforma Globoplay, Amazon Prime e Peacock.

Clássicos e contemporâneos

“Na época da Semana Santa, era tradicional os cinemas exibirem filmes bíblicos até uns 20 anos atrás. Os grandes clássicos de vez em quando apareciam nas salas de cinema porque não haviam outras opções como hoje, especialmente as plataformas de streaming”, destaca o presidente da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCP), Marco Antônio Moreira. Porém, apesar da facilidade, nem todos os clássicos estão ao alcance desses ambientes virtuais, especialmente os filmes datados de 20 ou 30 anos atrás. “Se criou uma zona de conforto complicada. Algumas pessoas desconsideram que os filmes existam quando não estão nos canais de streaming”, avalia o crítico.

Entre os clássicos desse tema que marcaram época, estão o americano “O Rei dos Reis” (1961), do diretor Nicholas Ray; “A maior história de todos os tempos” (1965, sem nacionalidade definida), de George Stevens, David Lean e Jean Negulesco; e “Jesus de Nazaré” (1977), de Franco Zefirelli, que foi uma série transformada em longa metragem.

Dentre os clássicos mais antigos, o italiano “O Evangelho Segundo São Mateus” (1964), com direção e roteiro de Pier Paolo Pasolini, é reconhecido como um dos primeiros a provocar polêmica ao trazer uma abordagem diferenciada sobre Jesus, se comparado à Bíblia ou ao que foi perpetuado pelas religiões cristãs. Pasolini apresenta Jesus como um líder comunitário em busca de justiça, igualdade e paz social. “Essa foi uma das primeiras adaptações para o cinema com postura mais política e menos religiosa. É um belíssimo trabalho”, aponta Moreira. No Festival de Veneza, uma das principais seleções de cinema do mundo, esse longa  conquistou o prêmio especial do júri e o “Leão de Ouro”, homenagem máxima do evento.

“Temos filmes com abordagens diferentes da história de Cristo em termos de linguagem, concepção e que trazem outras questões políticas, sociais e comportamentais, com visões mais progressistas e menos religiosas”, descreve Moreira.

 O americano “Jesus Cristo Superstar” (1973), de Norman Jewison, é outro filme que marcou época pela polêmica causada entre os espectadores. Pois, os últimos dias da vida de Jesus são narrados na forma de ópera teatral com trilha sonora de rock, sob a perspectiva de Judas Iscariotes. No filme, o traidor do filho de Maria e José acredita que Ele esteja embevecido na própria promoção pessoal e esquecendo os princípios dos ensinamentos.

A lista dos filmes polêmicos sobre a Paixão de Cristo não pára por aí. “A Última Tentação de Cristo” (1988), de Martin Scorsese, baseado no livro homônimo de Nikos Kazantzákis, exibe um Jesus como um homem comum, frágil e perturbado, que em algum momento da trajetória, duvida de sua missão na Terra. 

O menos lembrado, atualmente, mas que também causou muita discussão foi “Jesus de Montreal” (1989), produção canadense e francesa, do diretor Denys Arcand, vencedor do prêmio do júri no Festival de Cannes, outro dos maiores concursos do cinema mundial. Esse longa conta a história de um grupo de atores que faz uma encenação diferente sobre a Paixão de Cristo, despertando a reação da Igreja, enquanto faz um paralelo entre a vida de Jesus e do ator que o interpreta na peça. 

“Cristo é um personagem muito bonito que possui vários filmes baseados na vida Dele, mesmo com abordagens e linguagens diferentes, que, de algum modo, sempre têm algo a nos dizer, seja para o espectador mais ou menos conservador”, conclui.

Filmes bíblicos para maratonar

Neste domingo de Páscoa, 17, o Telecine Touch exibe 10 horas de filmes bíblicos. A programação especial inicia às 11h40 com o sucesso nacional “Os Dez Mandamentos - O Filme” (2016), baseado na novela homônima de Vívian Oliveira, que foi exibida na TV Record. A maratona continua com “O Jovem Messias” (2016), “Entrevista com Deus” (2018), “Barrabás” (2018) e o remake “Ben-Hur” (2016), que tem Rodrigo Santoro no papel de Jesus. O canal também pode ser visto ao vivo na plataforma da marca, no Globoplay.

O filme brasileiro “Os Dez Mandamentos - O Filme”, adaptação cinematográfica baseada na Bíblia, traz o elenco com Guilherme Winter, Sérgio Marone, Camila Rodrigues, Petrônio Gontijo, Giselle Itié e Denise Del Vecchio. No enredo, Moisés cresce como príncipe do Egito, mas se volta contra a família adotiva para lutar pela libertação do povo de Israel.

Às 13h50, “O Jovem Messias” narra a história de Jesus Cristo ainda criança. Os pais, Maria e José, guardam segredo sobre as origens e o propósito de vida do filho, fazendo com que Jesus descubra aos poucos a própria identidade. A sessão continua às 15h50, com “Entrevista com Deus”. Nele, o jornalista Paul (Brenton Thwaites) busca o sucesso profissional através de uma grande matéria. Ele conhece um homem que afirma ser Deus e com o qual uma entrevista exclusiva pode se tornar a mais importante da sua carreira.

“Barrabás” inicia às 17h40 contando as últimas horas de Jesus, da crucificação à ressureição. Mas a narrativa diferente traz o ponto de vista do bandido preso e condenado à morte na mesma época que ele. Mas Barrabás é solto por conta da tradição da soltura de um preso na Festa da Libertação e acaba escapando da cruz.

“Ben-Hur” fecha o especial, a partir das 19h45. Na trama, o príncipe Judah Ben-Hur é falsamente acusado de traição, sendo punido com a destituição do seu título e o afastamento da família e da mulher amada, além de ser forçado à escravidão. Depois de muitos anos no mar, ele retorna à pátria em busca de vingança, mas encontrará a redenção.

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