Cinema espanhol, cultura baiana e lenda amazônica chegam à tela do Cine Líbero Luxardo; confira
Programação reúne Mostra de Cinema Espanhol, “3 Obás de Xangô” e a exibição especial de “Boiuna”

O Cine Líbero Luxardo, em Belém, inicia sua nova programação neste quinta-feira (11), às 16h, com uma seleção diversificada de filmes. Destaque para a Mostra de Cinema Espanhol; a estreia do documentário “3 Obás de Xangô”; a pré-estreia de “Malês”, filme protagonizado por Camila e Antônio Pitanga; e uma sessão especial com debate após a exibição de “Boiuna”, curta paraense destaque no festival de Gramado.
VEJA MAIS
O aguardado documentário “3 Obás de Xangô”, dirigido por Sérgio Machado, aborda a amizade entre três ícones da cultura baiana: Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé. O filme é uma homenagem ao trio que, nos anos 1940, ajudou a moldar o imaginário da Bahia e do Brasil com suas obras que mesclam realismo e a vivência das ruas.
Segundo o diretor Sérgio Machado, trata-se de sua obra mais íntima. “Esse filme é certamente o mais pessoal que já fiz. Ele remonta à minha infância, quando acompanhava minha mãe, militante contra a intolerância religiosa, nos terreiros de candomblé. Muitos personagens que aparecem aqui fizeram parte da minha vida. É um filme sobre afetos, sobre resistência e sobre o afeto como forma de existência”, explicou o diretor.
Com a narração de Lázaro Ramos, e participação de amigos e familiares dos artistas em destaque, o filme carrega em seu currículo o Grande Otelo de Melhor Longa-Metragem Documentário. Em 2024, também foi eleito melhor filme, pelo Júri Popular, na Mostra de Cinema de Tiradentes, além de ganhar o Redentor de Melhor Documentário no Festival do Rio e, na Mostra de São Paulo, o Prêmio do Público de Melhor Documentário Brasileiro.
Jorge Amado, Dorival Caymmi e Carybé, os grandes ‘tradutores’ da identidade baiana, como diz o diretor Sérgio Machado, se tornaram grandes parceiros e dividiram a paixão pela Bahia, além de uma forte conexão com o candomblé. O título honorífico de Obá de Xangô foi criado em 1936, por Mãe Aninha, a fundadora do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá (“Casa da Força Sustentada por Xangô”), em Salvador.
O “cargo” é concedido aos chamados protetores do templo. Os livros de Jorge, as canções de Caymmi e as pinturas e esculturas de Carybé consolidaram ‘um modo de estar no mundo’ dos baianos e influenciaram as gerações de artistas que vieram a partir deles.
ESPANHA
Além disso, o cinema ainda abre as suas portas para uma Mostra de Cinema Espanhol, até 15 de setembro, com uma seleção de filmes premiados e aclamados pela crítica europeia, com sessões sempre às 17h45 (exceto hoje, 11, quando será a estreia, às 19h20 e do sábado, 13, que terá exibição às 17h35).
Nessa mostra, o público poderá conferir produções como “El 47”, de Marcel Barrena, “Vantagens de Viajar de Trem”, de Aritz Moreno, e “A Estrela Azul”, de Javier Macipe.
“A Mostra de Cinema Espanhol 2025, este ano, está sendo realizada em 17 cidades brasileiras, e traz a Belém o melhor do cinema espanhol atual. A mostra conta com a parceria da Fundação Cultural do Pará e do Governo do Estado, importantes colaboradores da Embaixada da Espanha no Brasil”, destaca Hansi Escobar, ministro conselheiro da Embaixada da Espanha, que estará presente na abertura do festival na próxima quinta-feira, 11.
“El 47”, dirigido por Marcel Barrena, abre a mostra com uma poderosa história ambientada entre os anos 1960 e 1970, nas periferias de Barcelona. O filme retrata a realidade de comunidades formadas por imigrantes da Extremadura e da Andaluzia que, mesmo tendo construído seus bairros com as próprias mãos, viviam à margem da cidade, sem acesso a serviços básicos como água encanada ou eletricidade.
BOIUNA
A programação também inclui a exibição do curta-metragem “Boiuna”, grande vencedor no Festival de Cinema de Gramado 2025. O filme, que revisita a lenda da Cobra Grande sob uma perspectiva contemporânea, conquistou três prêmios importantes, incluindo Melhor Direção para Adriana de Faria, Melhor Atriz (dividido entre Naieme e Jhanyffer Santos) e Melhor Fotografia para Thiago Pelaes.
Produzido no Pará e com uma equipe majoritariamente local, “Boiuna” destaca-se pelo seu realismo fantástico, que mistura ancestralidade, resistência e o protagonismo das mulheres amazônidas. O filme foi rodado em locações como Benevides, Benfica e a Ilha do Combu, na Região Metropolitana de Belém.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA