Produtor cultural paraense Luizão Costa faleceu aos 69 anos

Ex-empresário do Fruta Quente e de Nilson Chaves, ele trabalhou na Funtelpa e produziu shows de grandes artistas em Belém, como Milton Nascimento.

Enize Vidigal
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O produtor cultural Luizão Costa, de 69 anos, faleceu na manhã do último sábado, 11, após ser socorrido para uma unidade hospitalar. Segundo amigos, ele enfrentava problemas no coração, que já tinham levado a ser submetido a procedimentos cirúrgicos. Luizão foi um dos fundadores da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), em 1977, onde atuava como programador musical e técnico de som. Antes disso, ele foi técnico de som do Theatro da Paz. Nos anos 80, começou a empresariar artistas, como Nilson Chaves e Fruta Quente, e a produzir shows de grandes artistas nacionais, como Milton Nascimento, João Bosco, Angela Ro Ro, Boca Livre, Key Lira, Guinga, Zeca Baleiro e outros.

O corpo foi velado na Capela de Nossa Senhora de Fátima e sepultado no domingo, 12, no Cemitério Santa Isabel, sob forte comoção de familiares, artistas, técnicos da área da cultura e colegas da Funtelpa. Nilson Chaves e os integrantes do Fruta Quente, Eraldo Ramos, Cowboy e Otávio Gorayeb compareceram à despedida do produtor, que foi homenageado com aplausos pelos presentes. O roadie Reginaldo Santos pôs sobre o caixão uma caixinha de som tocando jazz, na entrada do cemitério. "Ele deixou um legado maravilhoso", destacou Nilson.

Luizão empresariou o cantor de "Sabor Açaí" por muitos anos. Já com o Fruta Quente, ele acompanhava a rotina frenética da banda nos shows, viagens pelo Brasil e exterior e também negociava com gravadoras. O jornalista Fabrício Rocha, colega de Luizão na Funtelpa, recorda que, nessa época, ele pediu demissão da Rádio Cultura em 1998, para aumentar a dedicação à própria empresa. Mas o trabalho com o Fruta terminou em 2000 e Luizão voltou à Rádio Cultura em 2003, para fazer projetos de marketing da emissora.

"O Luizão trabalhou com a gente de 1993 a 2000, depois de ter trabalhado com o Nilson Chaves e outros artistas", recorda o vocalista Eraldo. "Ele deu uma cara mais profissional para os nossos shows. Ele tinha muita experiência com som e iluminação, que transformava uma apresentação simples de voz e violão numa coisa mais grandiosa. Ele trouxe o verniz de super produção para as apresentações dos artistas paraenses, fosse em teatro ou em bar", acrescentou.

De volta à rádio, Luizão produziu programas dedicados ao jazz e ao instrumental, que eram as suas paixões. Tocava latinidades no "Alma Latina" com todos os gêneros caribenhos e clássicos. Já no "Bossa Nova, Novas Bossas", que foi apresentado e produzido por ele de 2007 a 2010, tocava clássicos, faixas raras e músicas cantadas em português e outros idiomas, além de variações do ritmo com batidas eletrônicas.

Luizão recebeu o apelido de "Don King" do radialista e crítico de música Edgar Augusto, numa referência ao controverso Donald King, que foi produtor dos Jackson 5 e empresário do boxeador Mike Tyson.

"O Luizão foi uma pessoa muito importante na história de muitos de nós aqui da região e de alguns artistas de fora também, como João Bosco, Boca Livre e Victor Miglione (guitarrista)...", recordou Nilson Chaves. "Ele foi meu empresário logo no começo da minha  carreira com o Vital Lima. Lançou muitos artistas aqui, ltrouxe muitos artistas. Foi um divisor de águas de trazer coisa boa para apresentar em Belém. Um grande amigo, que virou um grande irmão. Uma perda triste", completou.

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