Jogadora teria sido expulsa de time após criar perfil em plataforma de conteúdo adulto
O contrato foi rescindido após a direção do time ter conhecimento sobre o perfil que rende mais de R$ 50 mil a atleta

A jogadora de futsal, Marcela Soares, de 21 anos, teve o seu contrato rescindido com o Celemaster, equipe em que ela atuava. O motivo seria a criação de um perfil numa plataforma de conteúdo adulto. O caso ganhou as redes sociais e a jovem aproveitou revelou que o valor faturado com a criação de conteúdo é superior ao que ganhava de salário.
Soares é natural do Rio Grande do Sul. Ela revelou que criou o perfil em 2023 e faturava cerca de R$ 55 mil por mês. Apesar de estar conquistando a independência financeira ainda jovem, isto tem custado um preço alto, que é ficar de fora de competições na modalidade que é apaixonada.
VEJA MAIS
Quais times Marcela Soares jogou?
A jovem gaúcha jogou pelos seguintes times tradicionais do futsal brasileiro.
- Leoas da Serra (SC);
- Marechal Copagril (PR);
- Pato Branco (PR);
- Female (SC);
- Celemaster (RS).
Mesmo sem ter nenhuma cláusula no contrato que restringisse a criação do perfil +18 ou qualquer outra atividade na vida privada, a jogadora teve o contrato encerrado unilateralmente pelo time de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
Sem reconhecimento no esporte, restou o conteúdo adulto
Em entrevista ao Onefootball, a ala comentou a sua decisão de compartilhar fotos e vídeos sensuais na internet: "Na minha modalidade e em várias outras espalhadas pelo Brasil, os atletas ainda não recebem o reconhecimento e investimento merecido, o que por muitas vezes acaba desvalorizando o esporte. O que me motivou a entrar para a plataforma foi buscar a minha independência e liberdade financeira”.
Quando estava no início da carreira, ela já vivia entre o dilema da criação de conteúdo adulto e o baixo salário que recebia. Ela chegou a receber R$ 550 mensais para jogar. Valor que não conseguia suprir as necessidades de transporte e os custos do treino.
Após a recente polêmica, ela utilizou as suas redes sociais para comentar o episódio: "A hipocrisia é real. Fui julgada, excluída e me senti injustiçada, inclusive por outras mulheres. Mas ganhei liberdade e independência financeira. Hoje me sinto mais forte".
A jogadora afirma que ama jogar e que o esporte faz parte da sua vida. Por conta disso, ela desabafou: "Não aceito estar em lugares que tentam controlar minha vida fora da quadra".
Marcela lembrou de outros casos em que esportistas possuem perfis em sites de conteúdo adulto, como é o caso da ex-BBB e jogadora de vôlei Key Alves: "Ela mostrou que é possível ser sensual, vitoriosa e respeitada. Não tenho medo de julgamentos ou rótulos".
Perseverando no seu sonho de ser jogadora de futsal, a ala não descarta um retorno às quadras. Como está livre no mercado, ela conta que já recebeu alguns contatos de outros clubes e está analisando as propostas. Paralelamente, ela continua sua vida no ramo adulto. O caso reacende debates sobre machismo no futebol e misoginia na vida privada das atletas profissionais.
(Escrito por Rafael Lédo, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de Oliberal.com)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA