Casal paraense conquista 1º lugar em 'Samba de Gafieira' no Dance Open Brasil 2025

Com união de estilos, os dançarinos Adan Fonseca e Noêmia Tavares vencem na categoria Samba de Gafieira

Amanda Martins
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Os bailarinos paraenses e professores de dança Adan Fonseca, de 25 anos, e Noêmia Tavares, de 25,  conquistaram o 1º lugar na categoria Samba de Gafieira no Dance Open Brasil 2025, um dos maiores campeonatos de dança do país, realizado em São Paulo entre os dias 4 e 6 de julho. A parceria surgiu da aproximação entre dois centros de dança, a Cia. Cabanos e o Centro de Dança Ana Unger, que decidiram unir forças para fortalecer o movimento da dança no Estado.

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Essa foi a primeira competição oficial da dupla, que nunca havia competido nem mesmo em Belém. Segundo Noemia, os ensaios foram intensos e realizados, muitas vezes, de madrugada, conciliando os compromissos profissionais com a preparação. "Ensaiávamos das 22h até 2h, 3h da manhã, por quatro meses seguidos. Foi muito suado, mas valeu a pena", disse.

A bailarina clássica com formação na Ana Unger, e Adan, especializado em dança de salão pela cia do coreógrafo campeão da Dança dos Famosos 2023, Rolon Ho, combinaram técnicas diferentes para construir a coreografia vencedora.  "A gente foi se complementando. A Noêmia trouxe a precisão do balé, eu trouxe a experiência da dança de salão. Foi uma troca muito rica", contou Adan.

De acordo com os bailarinos, a montagem da coreografia levada para o concurso foi feita em conjunto e teve a supervisão dos próprios donos das companhias, Rolon e Ana, que acompanharam  de perto o desenvolvimento do trabalho. Adan pontua que o diferencial da apresentação foi a energia colocada na execução. 

"Tínhamos técnica, mas o que encantou foi a alegria e a explosão, que todo paraense carrega dentro de si, que colocamos no palco. Isso conquistou os jurados e o público”, disse o professor de dança. 

Adan compartilhou ainda que a ideia de competir nasceu de uma vontade antiga. “Minha irmã já havia participado dessa competição em 2022 e ficou com um gostinho. Este ano, decidi que queria tentar. Quando falei com a Noêmia, ela topou na hora e começamos os ensaios”, contou.

Para Noêmia, a conquista representa o reconhecimento do potencial da dança produzida no Norte do país. "Chegamos em São Paulo sem sermos notados. Após a marcação de palco, as pessoas vieram falar conosco, elogiar. Sentimos o peso de levar o nome do Pará, mas mostramos que temos qualidade”, afirmou. 

Ana Unger, coreógrafa e empresária à frente do centro de dança que leva seu nome, ressaltou a importância de unir esforços entre diferentes vertentes da dança. "A Noêmia veio de um projeto social aos sete anos, hoje é coordenadora na escola. O Adan foi aluno do Rolon e hoje é professor. Quando juntamos essas trajetórias, percebemos que eles tinham potencial para brilhar. Essa vitória é fruto de uma parceria que celebra a força da dança no Pará”, destacou. 

A conquista no Dance Open Brasil 2025 abre caminhos para novos desafios. A dupla já se prepara para o Gafieira Brasil, no Rio de Janeiro, e outras competições ao longo do segundo semestre deste ano. Além disso, pretendem participar de eventos de outras vertentes da dança de salão, como o brega paraense. "Queremos continuar representando o nosso Estado, mostrar que aqui também tem produção artística de qualidade", afirmaram os bailarinos. 

O resultado é visto como uma vitória coletiva pelas escolas envolvidas, que comemoram não apenas o título, mas o fortalecimento de uma rede de apoio à dança no Estado. "A gente só avança quando une forças. É assim que vamos conquistar o espaço que merecemos no cenário nacional", complementou Ana Unger.

Rolon Ho, um dos mentores da dupla vencedora, destacou a intensidade e o comprometimento que marcaram a preparação dos bailarinos. Ele lembra que a competição reuniu  mais de 10 casais com apresentações de alto nível técnico e artístico, mas havia confiança no trabalho construído com dedicação. 

“Foi um trabalho difícil, um trabalho árduo, porque a gente sabia que iria competir com vários casais, e todos entregaram um trabalho belíssimo. Mas a gente acreditava que iria dar certo, e deu. A coreografia foi pensada para destacar não só a técnica e a desenvoltura dos dois, mas também a expressividade, e isso foi muito valorizado. Os jurados foram unânimes: todos deram o primeiro lugar para eles, e conseguimos trazer esse prêmio para o Norte”, disse. 

O coreógrafo também ressaltou que os dançarinos nortistas têm uma versatilidade única, fruto da grande variedade de estilos presentes na região. “A gente é muito eclético. Dançamos lambada, brega, merengue paraense, carimbó, lundu. Tudo isso dá ao nosso corpo uma preparação natural para encarar qualquer estilo com desenvoltura. Cada ritmo tem suas exigências, mas a gente consegue se adaptar. Isso explica, em parte, o sucesso no samba de gafieira, que também é uma dança cheia de balanço e energia, algo que faz parte da nossa identidade. A Cia Cabanos completa 20 anos agora, sempre formando novos talentos. E ver Adan e Noêmia, com apenas um ano de parceria, conquistando um título nacional mostra a força dessa trajetória”, afirmou. 

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