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‘Ave Todas as Marias’, de Lia Sophia, estreia hoje no Sons do Pará com mulheres de destaque

Inspirada no poema “Ave Maria Rural”, de Paes Loureiro, a música é uma crítica à invisibilidade pela qual as mulheres passam

O Liberal
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Estreia hoje, 26, o clipe 'Ave Todas as Marias', música da cantora e compositora Lia Sophia em parceria com o poeta João de Jesus Paes Loureiro, no Sons do Pará da TV Liberal. A música é uma homenagem às mulheres da Amazônia que enfrentam lutas e silenciamentos diários e ainda assim dedicam sua vida para o próximo.

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Para participações no clipe a produção convidou mulheres que transmitem saberes, que inspiram e usam seus conhecimentos para abrir portas para outras, umas conhecidas do público e outras anônimas, mas todas exaltadas como agentes transformadores da sociedade.

"É uma música de louvação a todas as mulheres amazônidas: mulheres rurais, urbanas, ribeirinhas, juízas, professoras, acadêmicas, indígenas, mulheres pretas, afro religiosas", explica Lia Sophia. "No clipe, promovemos um encontro dessas várias mulheres, que compartilham suas histórias", adianta a artista.

Inspirada no poema “Ave Maria Rural”, de Paes Loureiro, a música é uma crítica à invisibilidade pela qual as mulheres passam diariamente e convida à valorização do feminino: da maternagem ao ensino, da criação de leis ao ativismo social. A letra fala das diversas “Marias” que, com holofote ou não, lutam por um mundo melhor, e faz um paralelo entre a mulher sagrada e a mulher terrena, a que é bendita entre as mulheres e a que enfrenta lutas e silenciamentos diários.

“Minha poesia tem revelado temas rurais, sendo um de seus traços socioantropológicos, com transcendência política. Publiquei um livro, ‘Deslendário’, dedicado a essa temática. A oração poética ‘Ave Todas as Marias’, que entreguei à querida parceira Lia Sophia para completá-la com sua melodia, vem dessa dimensão da poesia. A parceria com Lia Sophia é como colocar asas musicais no poema e deixar que o pássaro canção voe para o céu, sem deixar de pousar no coração da terra. E sempre me emociona ao escutá-la”, confessa Paes Loureiro.

O videoclipe apresenta mulheres exercendo papeis fundamentais na comunidade: a mãe, a avó, a trabalhadora rural, mas também mulheres conhecidas como a professora, escritora e militante do movimento negro do Pará, Zélia Amador de Deus, a professora Lilia Melo, primeira mulher do norte a representar sua categoria no Global Teacher Prize, mais conhecido como Nobel da educação, a escritora e poeta, militante da representatividade indígena Márcia Kambeba, a juíza Vanilza Malcher, destaque na luta contra o trabalho infanti, a ativista dos direitos humanos e das mulheres Lourdes Barreto e Isabella Santorinne, mulher trans militante da causa LGBTQIAPN+ e vencedora do Miss Beleza T Brasil.

“Foi uma grande experiência, fiquei muito feliz. A música é necessária e inspiradora, pois homenageia todas as mulheres. Letra e música muito potentes. Bela homenagem às mulheres”, elogia a professora Zélia Amador e Deus.

“Vivemos tempos difíceis onde nosso feminino é violentado todos os dias. Nosso ser mulher precisa ser respeitado e essa música vem falar de uma forma sublime da importância desse feminino e da luta de todas essas ‘Marias’ que estão em todos os lugares e chama para uma união de ecos, de mãos e fala desse empoderamento. Então, no eco de uma mulher indígena que vive todos os tipos de violências, inclusive a ambiental, eu me senti honrada”, avalia Márcia.

As gravações foram realizadas em agosto deste ano e contaram com cerca de 20 mulheres no elenco, representando a diversidade e força das amazônidas. As cenas foram gravadas em diversos locais de Belém: em cenário urbano, ribeirinho e rural.

Em algumas cenas do videoclipe, Lia Sophia usou um manto produzido pelo estilista Ruy dos Anjos em que está escrito o nome de diversas mulheres, de nomes comuns como as Marias e Raimundas, e ativistas como Dorothy Stang e Jane Júlia de Oliveira, assassinadas no Estado do Pará por conflito agrário.

Amazônidas

“Ave Todas as Marias” não é apenas uma homenagem às mulheres amazônidas, mas também chama a atenção e dá visibilidade às mulheres dessa região que sempre sofreu um grande apagamento no restante do país, que, por desconhecimento, ignora nossa cultura e nossas lutas.

"Estamos falando de uma região onde a floresta e o concreto coexistem, onde temos uma cultura fortíssima e saberes ancestrais que passam de geração para geração. É inadmissível que em 2023 o Brasil não conheça e não respeite as mulheres amazônidas que enfrentam as violências em uma proporção às vezes bem maior por conta de questões geográficas e faltas de políticas públicas que não chegam pra essa parte do Brasil esquecida ", critica Lia Sophia.

“Esse clipe é um abraço afetivo entre nós mulheres. É sobre cuidado, fé e amor! É sobre a ciência de que o centro do universo é um ventre, ou seja, é materno… É sobre acreditar que cada uma de nós somos uma coluna que sustenta a força ancestral, por isso, precisamos estar de pé. Nossas conexões mantém o equilíbrio necessário para a evolução. Lia Sophia nos presenteia com esse abraço forte conectando nossos corações em uma só vibração. Em essência, a música se resume em uma frase de Carmina Moreira: “Até que todas estejam salvas!”, lembra a professora Lília Melo, uma das homenageadas do clipe.

"No momento em que os olhos do mundo se voltam para a Amazônia, devemos dizer que somos mais que uma floresta de interesse mundial, somos uma sociedade que tem historicamente em sua base mulheres fortes e guerreiras, as icamiabas, mulheres que decidiam o seu caminho, seu tempo de procriação e quem lhes daria prazer. Esse senso de poder e força feminina permanece na essência da mulher amazônida", conclui Lia Sophia.

LANÇAMENTO

Com fotografia de Thiago Pelaes, roteiro de Lia Sophia, Taísa Fernandes e Sonia Ferro e um elenco de 20 mulheres, o clipe será lançado nesta terça, 26 de setembro, no projeto “Sons do Pará” da TV Liberal. No dia 28, o clipe chega no canal do Youtube da cantora às 18 horas e a música nas principais plataformas de streaming de música a partir de 0h do dia 28 (aqui o link da pré-save: https://nk.nikita.com.br/AveTodasasMarias_LiaSophia). No sábado, 30, às 20 horas, haverá exibição do clipe “Ave Todas as Marias” seguida de roda de conversa na ExpoFavela 2023 na Usina da Paz do Jurunas. O projeto “Ave Todas as Marias” conta com o patrocínio do Banco da Amazônia e Governo Federal, através do edital de seleção pública de patrocínios.

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