VÍDEO: Atala relembra o primeiro contato com o chef Paulo Martins

Paulo Martins, completou 11 anos de morte, nesta quinta-feira (9), e como forma de homenagear essa personalidade do estado o oliberal.com fez uma live com Alex Atala para relembrar momentos em que os dois conviveram, trocaram experiências e evidenciaram a culinária paraense. 

Atala diz que o primeiro contato que teve com o chef paraense foi bem inusitado, pois ele estava participando de um concurso em São Paulo e resolveu usar elementos paraenses em seu prato. "Naquela época a gente não encontrava esses insumos de maneira fácil e eu não conhecia ninguém. Foi quando eu tive a ideia de ligar para o Paulo, mesmo sem nunca ter tido contato", detalhou Atala.

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O chef paulista disse que foi muito bem atendido pelo paraense, eles tiveram uma longa conversa pelo telefone, mas quando acabou a ligação ele ficou pensando se de fato ele iria mandar os alimentos que precisava. "Ele foi muito atencioso, mas me senti um tolo, pois pensei que ele não iria mandar o que eu estava precisando, mas para a minha surpresa em quatro dias chegaram vários isopores com tudo o que eu precisava. A partir daí criamos um laço muito bom e sempre o enxerguei como um mestre", destacou Atala.

Atala diz que não é possível falar de comida brasileira sem falar de Paulo e Ana (mãe de Paulo), pois são pessoas marcantes para a gastronomia do Pará e do Brasil. E Atala se estende a essa importância para toda a família Martins. "Eu digo que hoje em dia só é possível a gente encontrar ingredientes típicos da Amazônia espalhados pelo Brasil e pelo mundo graças a essa família, pois sempre foram divulgadores dos ingredientes da Amazônia", disse.

O chef tem uma fascinação pelo tucupi e disse que não hesita em afirmar que é a maravilha do Brasil. Desde os primeiros ensaios com os ingredientes da Amazônia sempre foi encantado pelo dobradinha tucupi e jambu. "Não dá para não usar palavras superlativas para falar desses ingredientes e também acrescento o coentro a chicória e entre outros produtos que são fascinantes", acrescenta Atala.

Mesmo sabendo de toda a riqueza aqui presente, Atala pontua que a culinária paraense ainda não tem o prestígio que merece no mundo, mas para chegar a esse patamar é só uma questão de tempo. E ele faz uma comparação com o ato de cozinhar, já que para preparar um prato se deve respeitar o tempo de assar, cozer, amadurecer e florir. E ele garante que esse processo já começou.