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Artistas questionam a falta de nortistas no Prêmio Multishow 2021: 'Nós existimos!'

Nomes como Keila, Aíla, Felipe Cordeiro e Gaby Amarantos reclamaram da falta de espaço para os artistas da região, que passam despercebidos pelo crivo do prêmio

O Liberal
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O Prêmio Multishow, que coroou na noite de quarta-feira (8) os escolhidos de categorias como Hit, Performance, Cantor e Cantora do Ano, não saiu do óbvio. E foi isso o que chamou a atenção de uma série de artistas do Norte do país, que questionaram a falta de espaço na premiação, considerada uma das maiores do país no segmento musical.

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A cantora Aíla, artista paraense, usou o Instagram para compartilhar sua indignação, e questionou as escolhas do prêmio, assim como a formação do chamado Superjúri - time de votantes especializados.

"Uma dúvida: existe algum artista da Amazônia vencedor do Prêmio Multishow 2021? Ou pelo menos tem algum artista da Região Norte do Brasil indicado ao Prêmio Multishow 2021? O mapa da música brasileira contempla a música feita por artistas da Amazônia? Na curadoria do super júri do Prêmio Multishow 2021 tem algum representante da Região Norte do país? Da Amazônia?", questiona Aíla, em texto publicado no Instagram.

"A Amazônia existe para a música pop brasileira? Ou a Amazônia sempre será 'música regional' em premiações 'nacionais'?  Por que a Amazônia, esse lugar tão rico pela sua biodiversidade, e também pela sua cultura, não é considerada de fato dentro do cenário musical do pop brasileiro? Será que os artistas da Região Norte do Brasil - que não é Nordeste - estão parados no tempo? Sem lançar nada de interessante no mercado da música? Ou será que é o restante do país que não enxerga essa produção?", concluiu Aíla.

Mais cedo nesta quinta-feira, 9, Gaby Amarantos, cantora paraense que já chegou a vencer um Prêmio Multishow em 2012, com música "Ex Mai Love", também questionou o apagamento dos nortistas na premiação. "Artistas da Amazônia, região Norte não existem para as premiações Brasileiras e isso dá um desestímulo da p*rra. A gente faz álbum, lança os clipes mais f*das, mas nos ignoram, que vontade de gritar que Nós Existimos! Nos respeitem!", escreveu Gaby no Twitter.

Não parou por aí. Keila, que também já ganhou Prêmios Multishow quando fazia parte da Gang do Eletro, entrou no coro do questionamento da curadoria da premiação do Multishow. 

"Eu vim engrossar o coro com os artistas do Norte Brasileiro que há anos produzem e acontecem por aqui. A falta de reconhecimento é desanimadora. Sim, eu junto a Gang do Eletro já ganhei dois Prêmios Multishow. Há quantos anos isso faz? De que forma o meu trabalho e de tantos outros reverberam hoje? Qual o motivo de por tantos anos não ter um representante da música do Norte nesses prêmios? São muitos questionamentos. É apenas uma resposta: invisibilização, menosprezo e o grito entalado na garganta 'Somos Música Brasileira’. Parem de nos pintar caricatos e excêntricos como uma música regional e isolada como se a gente não fizesse parte desse país. Já chega de silêncio! Sabemos a nossa importância e potência e exigimos nosso lugar e respeito", escreveu Keila.

O paraense Felipe Cordeiro, indicado ao prêmio em 2012, compartilhou a postagem de Aíla, e também falou sobre sua insatisfação. "Por que a Amazônia, essa potência cultural, com notória originalidade, talento, importância e força é sempre invisível aos olhos do 'Brasil'? Até quando? Em 2012 eu fui indicado ao Prêmio Multishow. A Gang do Eletro já foi premiada. Acho que outros nortistas já foram indicados. Mas dá aquela impressão que foi uma 'cota' pontual. A ignorância (e desinteresse) sobre a região é estrutural. O Norte não produz uma cena qualquer. Somos uma consistente, potente, criativa (como poucas) e talentosíssima cena musical. Acorda, Brasil!", escreveu Cordeiro.

Mais gente se posicionou em comentários. Fafá de Belém escreveu na postagem de Aíla: "Como falamos, querida Aíla, somos invisíveis! Musicalmente, politicamente e por aí vai. Só rola se formos adereço". O rapper manauara Victor Xamã concordou com os questionamentos de Felipe Cordeiro: "Cirúrgico”.

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