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Animador paraense lança game 'Disguiado' com personagem do bairro da Terra-Firme, em Belém

Projeto busca mudar a imagem negativa das periferias dentro da indústria dos jogos, apresentando toda a riqueza cultural que existe na capital paraense

Juliana Maia
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Apresentando uma Belém distópica, o estúdio independente "Du Setor" desenvolveu o jogo "Disguiado", primeira obra autoral do diretor, roteirista e animador paraense Wescley Azevedo, que será lançado em janeiro de 2025. Na realidade da trama, a música, dança e tudo que integra a identidade cultural do estado desaparece em um Brasil governado por um regime militar totalitário há mais de 20 anos. Para salvar a população e mudar a realidade da sua cidade, o jovem Uelitom, morador do bairro da Terra-Firme, luta para sobreviver e recuperar sua liberdade.

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Morador do bairro, assim como o protagonista do jogo, Wescley sempre voltava seus trabalhos para uma temática que envolvia Belém quando ainda era estudante de cinema e audiovisual. Pensando em ultrapassar as barreiras com sua obra, o diretor de "Disguiado" decidiu criar o projeto com um protagonista inspirado em várias pessoas, visando mudar principalmente a imagem negativa que, segundo ele, às vezes é mostrada dentro da indústria dos jogos, quando se trata da periferia.

"Eu acho que seria bem parecido com o Uelitom. Acho que a arte é a melhor forma de resistência. Esse jogo não deixa de ser uma forma de resistência. Já estava cansado de qualquer jogo, ou filmes mesmo, retratarem a periferia como um ambiente de medo. De crime. Sim, a gente tem isso, mas tem tanta coisa a mais. Eu fui apresentado a alguns jogos em São Paulo que dizem se passar na periferia e todos envolvem morte, roubo. Isso não quero no meu jogo", explica Wescley.

"O Uelitom é um pouco de várias pessoas. Meus amigos, meus professores. Essa realidade distópica é o ponto de quebra da história, de fazer as pessoas pensarem 'como seria?'. Foi a pergunta que eu sempre me fiz no auge do governo anterior. Como seria se tudo o que ele falasse virasse realidade?  Sem as pessoas poderem se expressar por alguma regra moral imposta?", complementa o criador.

Com trilha sonora de Gnomelody, artista paraense especializado em tecnomelody e tecnobrega, "Disguiado", ainda em fase de produção, quer mostrar ao mundo que os desenvolvedores paraenses são profissionais talentosos como os de fora do estado. "A gente é capaz de criar algo que não perde em nada para nenhum lugar. Belém, que é tão esquecida e deixada de lado, também tem gente que se garante e 'bate de frente' com qualquer profissional do Brasil ou do mundo", diz Azevedo.

O jogo desenvolvido pelo software Unreal Engine coloca os moradores do bairro de Belém como protagonistas e verdadeiros heróis da história."Disguiado" contará ainda com um sistema de lançamento em capítulos, apresentando sua primeira demo no segundo semestre deste ano.

Ao lado do idealizador do lançamento também estão Jonathan Brito, Iuri Raiol, Rodrigo Braga, Frederico Santana e Marcê, que integram a equipe envolvida em "Disguiado". Animado com o projeto, Wescley garante que o público terá algo divertido, mas que também abordará assuntos evitados por uma parcela da sociedade.  

"Eu estou 'colocando a minha alma' nesse projeto. É meu primeiro trabalho como autor/diretor e quero que seja uma representação clara de quem eu e minha equipe somos como fazedores de arte. Apresentei o teaser em algumas capacitações que estou fazendo e a reação foi de espanto com a qualidade", comemora.

(*Estagiária sob supervisão do Coordenador do Núcleo de Cultura de Oliberal.com, Abílio Dantas)

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