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Lula reafirma meta de desmatamento zero até 2030 e diz que Belém terá 'a COP da verdade'

'O mundo rico tem que pagar' afirmou o presidente sobre a crise climática

O Liberal

Em entrevista exclusiva para o Grupo Liberal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a meta de desmatamento zero na Amazônia até 2030 e defendeu que os países ricos arquem com a responsabilidade histórica no combate à crise climática. Para ele, a COP 30, que será realizada em Belém em 2025, será “a COP da verdade”, momento em que líderes mundiais precisarão decidir se acreditam na ciência e estão dispostos a agir diante do aquecimento global.

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No discurso, Lula destacou que o Brasil chega à conferência com metas ambiciosas e defendeu que os países mais industrializados assumam a dívida histórica. “Falo em COP da verdade porque vamos ter que decidir coisas importantes: acreditamos ou não na ciência? O mundo está em crise climática ou não? Se o mundo aquecer acima de 1,5 grau vamos ter problema. Muitos países vão desaparecer. Está em nossas mãos a responsabilidade de salvar o planeta onde moramos”, declarou.

O presidente foi enfático ao cobrar compromissos financeiros de nações industrializadas. “O mundo rico tem que pagar, porque é o responsável maior pelo lançamento de gases poluentes na atmosfera. Eles já estão industrializados há 200 anos na nossa frente, têm uma dívida com a humanidade”, disse.

Ele lembrou que, durante a COP de Copenhague, em 2009, os Estados Unidos se comprometeram a destinar 100 bilhões de dólares por ano para ajudar países em desenvolvimento a preservar suas florestas. “Até hoje não saiu. Quem não cumprir tem que ser punido. Nós temos que assumir nosso papel de salvar o planeta”, afirmou.

Compromissos do Brasil

Entre os compromissos assumidos pelo Brasil, Lula ressaltou o programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia, que prevê R$ 730 milhões em investimentos voltados ao desenvolvimento sustentável e ao combate ao desmatamento ilegal em 70 municípios responsáveis por 78% da devastação na região em 2022.

A iniciativa funcionará com base na lógica do pagamento por performance: quanto maior a redução anual do desmatamento, maior será o repasse de recursos federais. O parâmetro será o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A expectativa é que ao menos 30 mil famílias sejam beneficiadas com pagamentos por serviços ambientais e ações de assistência técnica.

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“A meta é clara: até 2030 teremos desmatamento zero na Amazônia. Por isso fizemos um pacto com os prefeitos das cidades amazônicas. Não adianta ficar em Brasília culpando prefeito ou governador, temos que fazer parceria”, afirmou Lula.

O presidente também abordou o futuro da matriz energética. Segundo ele, será inevitável a redução do uso de combustíveis fósseis, mas a riqueza gerada pelo petróleo precisa ser aproveitada para financiar a transição. “Com o tempo a gente vai ter que diminuir o uso do combustível fóssil e usar a riqueza do petróleo para fazer a transição energética e a revolução verde que o mundo precisa. E ninguém vai conseguir bater o Brasil se tratando de transição energética”, disse.