Primeiro-cavalheiro? Entenda o termo atribuído ao namorado do governador Eduardo Leite
Apesar de o substantivo não constar do "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp)", a denominação não está errada
O termo "primeiro-cavalheiro" começou a ganhar grande destaque nas redes depois que o governador Eduardo Leite (PSDB) foi reeleito no Rio Grande do Sul no último dia (30). Após a vitória do político nas urnas, os internautas começaram a atribuir o termo ao médico capixaba Thalis Bolzan, de 30 anos, namorado do governador do estado gaúcho. As informações são do G1 Nacional.
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“Primeiro-cavalheiro de RS, parabéns”, disse um seguidor de Bolzan no Instagram.
O professor de língua portuguesa, Sérgio Nogueira, explica que apesar de o substantivo não constar do "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp)", a denominação não está errada e pode, no futuro, acabar sendo incluída na lista. Organizado pela Academia Brasileira de Letras (ABL), o "Volp" faz o registro oficial de palavras do idioma.
"Se o masculino de 'dama' é cavalheiro, 'primeiro-cavalheiro' pode existir no 'Volp' um dia. O dicionário só registra depois que a palavra é usada oficialmente. É uma questão de opção usar ou não usar. Essa palavra ainda não tem registro, mas pode vir a ter. A gente precisa saber se a população vai adotar", detalha o professor.
Nogueira lembra ainda que o Brasil já teve outros casos em que, após a eleição de mulheres para determinados cargos, o posto de primeiro-cavalheiro foi ocupado pelos respectivos companheiros. “No Brasil, ainda não tivemos uma denominação formal para este cargo. Nós já conhecemos a nomenclatura 'príncipe consorte'. Isso foi usado na Inglaterra para o marido da Rainha Elizabeth II, por exemplo. Aqui no Brasil, já tivemos alguns casos de governadoras mulheres, mas não lembro se a denominação foi usada", continua Nogueira.
Na apresentação da versão mais recente do "Volp", o texto diz: "A última flor do Lácio conta, a cada edição, com um retrato novo e antigo, ao mesmo tempo, entre continuidade e pequenas rupturas. A língua viva e a interminável floração".
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).
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