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Pai que atirou e matou o estuprador da filha é absolvido em júri popular; entenda

Após procurar as autoridades várias vezes para denunciar o crime e as ameaças que a família vinha recebendo, o pai acabou matando o estuprador

Maiza Santos
fonte

Acusado de matar o estuprador da filha com três tiros, Alinelton Pereira de Jesus foi a julgamento, mas foi absolvido por júri popular na última semana. O réu era acusado de atirar e matar Valdir José da Silva Pereira, na cidade Barra do Garças, em Mato Grosso, após descobrir que a filha estava sendo abusada pelo amigo da família. A defesa do réu pediu indulto por clemência, para que a sociedade o perdoasse, o que foi atendido. O julgamento ocorreu na última quinta-feira (17) e a decisão foi publicada um dia depois. 

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Alinelton estava preso desde fevereiro deste ano, após o Ministério Público o denunciar por homicídio qualificado. Os advogados Yann Diego Souza e Regina de Oliveira Dessunte, que defenderam Alinelton, argumentaram que as autoridades falharam em defender a família do réu.

“O estado falhou, a polícia falhou, a sociedade falhou em não punir o estuprador. E se eles tivessem agido para proteger essa família, não haveria necessidade desse julgamento”, explicou Yann Diego.

No dia do crime, a Polícia Militar foi acionada e chegou a socorrer Valdir. Conduzido em uma ambulância do Corpo de Bombeiros, ele foi  encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Os policiais se mobilizaram para localizar Alinelton, que pretendia fugir para outra cidade.

Os militares receberam informações sobre o veículo utilizado pelo suspeito, um Fiat Uno vermelho, e conseguiram interceptá-lo enquanto tentava fugir. No interior do carro, foram encontrados um revólver calibre 38 utilizado no crime, além de dois cheques no valor de R$ 11 mil e cartas de crédito. Ao ser questionado, Alinelton assumiu a autoria do assassinato e disse que matou Valdir porque ele havia estuprado a filha dele, dos seis aos oito anos de idade.

A defesa explicou aos jurados que, apesar do réu ter confessado o delito, eles podiam absolvê-lo por clemência, já que havia matado em defesa da integridade da filha, uma criança, que havia sido vítima de abuso por anos. Mesmo após a descoberta do da violência sexual cometida por ele, Valdir voltou a procurar a família e passou a fazer ameaças.

Alinelton procurou por duas vezes a Polícia Civil e inúmeras vezes a Polícia Militar para que tomassem uma medida e nada foi feito. O Estado falhou em proteger essa família e a vítima do abuso, mas agora foi eficiente em processar criminalmente um pai de família que fez justiça com as próprias mãos, na ausência do Estado e em favor de sua filha”, defendeu Yann. O argumento foi decisivo para a absolvição. 

(*Estagiária Maiza Santos, sob supervisão da editora de OLiberal.com, Ádna Figueira)

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