Paciente mantida em cárcere privado relata as sequelas da cirurgia: “Tô com um buraco na barriga"
O médico suspeito do crime foi preso nesta segunda-feira (18), em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro

A mulher de 35 anos que supostamente foi mantida em cárcere privado em um hospital particular no Rio de Janeiro relatou os diversos problemas de saúde sofridos após o procedimento estético. “Meu peito está todo necrosado. Eu tô com um buraco na barriga. Dois! Eu não vejo meu umbigo [...]", disse em entrevista à TV Globo.
Ela conta que teria sido impedida de sair do Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por causa das complicações. O médico suspeito do crime, Bolívar Guerrero Silva, foi preso nesta segunda-feira (18). "Ele [o médico] falava que não era para eu contar para ninguém que eu estava assim. Não era para eu contar para minha família”, complementa.
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Além das sequelas, a mulher também relembrou a rotina no hospital. “Não podia andar no corredor, não podia fazer nada. Só ficar trancada no quarto que eu estava. Meu sentimento é de apavoramento, de dor, de angústia, de querer ir embora, de sair daqui”, acrescentou.
O cirurgião-plástico equatoriano responde a pelo menos 19 processos na Justiça. A delegada responsável pelo caso, Fernanda Fernandes, da Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias), disse que outras quatro pessoas já relataram novos supostos crimes cometidos pelo médico.
“A gente ficou muito impactado, como ela estava com lesões muito graves, [ficamos] preocupados com a situação de saúde dela. Tomamos o termo da vítima no hospital, e ela relatou dificuldades, que não estava conseguindo sair do hospital. Por conta disso, representamos no plantão judiciário pela transferência dela, prisão temporária do autor e suspensão do CRM temporário”, afirmou a delegada.
Bolívar Guerrero Silva já foi preso em 2010, enquanto respondia por falsificação de medicamento e organização criminosa. Neste caso, a polícia pediu uma perícia no Hospital Santa Branca e realizou busca e apreensão na unidade. Com informações do portal Metrópoles.
(Estagiária Karoline Caldeira, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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