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Facebook é multado em R$10 mi por permitir tráfico ilegal de animais

A rede social facilitava o comércio ilegal de animais silvestres na plataforma

Carolina Mota

O Facebook recebeu uma multa de R$ 10,1 milhões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) por permitir a venda ilegal de animais silvestres na rede social.

De acordo com denúncias, traficantes usaram a plataforma para a venda de cerca de 2.227 espécimes silvestres sem licença. As informações são do Metrópoles.

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A rede social também foi penalizada por colaborar com a importação de animais exóticos no Brasil sem licença ou aval técnico, recebendo mais R$ 467 mil de multa. A plataforma permitiu anúncios, por exemplo, do comércio de animais considerados exóticos no país, o que pode gerar um desequilíbrio natural da fauna local.

Segundo o órgão ambiental, o Facebook tem sido alertado há pelo menos 4 anos pelo Ibama sobre essa prática ilegal, mas age de maneira omissa. O comércio ocorre de maneira livre na plataforma, mesmo sendo proibido, seguindo a política da própria empresa, desde 2018. “Tentamos várias negociações, mas as conversas com o Facebook nunca prosperaram”, afirma o servidor que preferiu não ser identificado.

Um estudo feito pela Rede Nacional de Combate ao Tráficode Animais Silvestres (Renctas) junto com a Nortrhumbria Universaty, do Reino Unido, informa que milhões de animais selvagens são comercializados no Brasil, por ano. A venda ilegal aumentou com o avanço da tecnologia, que criou redes internacionais de contatos.

“O tráfico de animais silvestres corre solto no Facebook e no WhatsApp”, afirma Dener Giovanini, cofundador da Renctas. A Renctas acompanha em torno de 800 grupos nas redes sociais sobre venda de animais, monitorando de 15 a 20 mil mensagens por dia pela rede.

“Chegamos a ter reunião com eles [Facebook], mas ficou a impressão de que não estão preocupados com essa questão”, acrescenta Giovanini.

Em nota, o Facebook informou que as políticas e diretrizes da rede não permitem conteúdo sobre compra, venda, comércio, doação ou oferta de espécies selvagens. A empresa garantiu que remove os conteúdos assim que toma conhecimento sobre a existência na plataforma. “Usamos uma combinação de tecnologia e revisão humana para aplicar essas regras, e cooperamos com autoridades locais nessa área”, informou.

“Vale ressaltar que os dados apontados pela reportagem referem-se a procedimentos ainda em curso, pendentes de decisão administrativa final, ou a procedimentos sobre os quais o Facebook não foi notificado formalmente até este momento”, finalizou.

(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com).

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