6 práticas ilícitas que exigem atenção redobrada dos motoristas antes de abastecer; veja

No Brasil, a adoção de algumas práticas consideradas ilícitas ainda é algo bastante comum e os responsáveis por elas acabam faturando alto com isso. Um estudo feito pelo Instituto Combustível Legal (ICL) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que as fraudes tributárias e operacionais do mercado irregular de combustíveis alcançam a cifra de R$ 29 bilhões por ano.

Um exemplo disso ocorre durante o abastecimento do veículo em postos onde as bombas de combustíveis são adulteradas para que o consumidor receba menos produto e pague mais caro do que o valor que está sendo mostrado no contador.

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Ao portal Folha Desbravador, o presidente do ICL, Emerson Kapaz, diz que é fundamental estar atento quando for abastecer o veículo. “Em primeiro lugar, o motorista deve suspeitar daqueles postos que oferecem preços muito abaixo dos praticados no mercado. Consideramos essencial que o consumidor frequente postos de sua confiança, que tenham iniciativas adicionais próprias para controle de qualidade dos combustíveis e do atendimento”, explica.

O presidente do ICL explica também que esse tipo de crime é estruturado e explica como: “As tecnologias usadas pelos grupos criminosos que praticam estes tipos de golpes estão cada vez mais sofisticadas. Por exemplo, a bomba fraudada pode ser operada por chip ou por controle remoto. O visor da bomba mostra ao consumidor uma quantidade de combustível que não corresponde ao que foi injetado no tanque, ou seja, acima do que de fato foi abastecido. Por isso, o Instituto defende um trabalho cada vez maior da integração e cooperação do setor público e privado para ampliar as iniciativas de inteligência e fiscalização em todo território nacional”, avalia.

O ICL considera que o consumidor é um agente importantíssimo no combate ao mercado irregular e, para não ser uma vítima desses golpes, recomenda atenção para estas práticas ilícitas abaixo:

1 – Bomba fraudada: ocorre quando a quantidade de combustível no visor da bomba é maior do que a quantidade que realmente chegou ao tanque do veículo. Ou seja, o consumidor leva menos produto do que pagou, tendo que abastecer novamente mais cedo do que deveria. Muitas vezes, a bomba fraudada é programada por meio de um chip, ou acionada por controle remoto na hora do abastecimento.

2 – Combustível batizado (ou combustível adulterado): ocorre quando os combustíveis são misturados com outras substâncias químicas, como solventes, que é o caso do metanol. Essas combinações podem ser prejudiciais ao motor do veículo e, dependendo do produto adicionado, os efeitos podem também afetar a saúde do condutor em razão da inalação do produto tóxico, podendo levar à morte.

3 – Excesso de álcool na gasolina: O índice de etanol misturado à gasolina é regulado em 27% para as variedades comum e aditivada e 25% para a premium. No entanto, alguns indivíduos adulteram a quantidade de álcool, ultrapassando os limites legais, resultando em perda de eficiência energética e menor rendimento por litro de combustível.

4 – Postos piratas: são estabelecimentos que falsificam a identidade visual de marcas reconhecidas, enganando os consumidores ao parecerem lojas legítimas, porém, muitas vezes, oferecem produtos sem procedência garantida.

5 – Bomba branca: cria confusão ao consumidor, pois não há uma sinalização clara de que a bomba escolhida pode fornecer um combustível diferente. Isso abre espaço para distribuidoras não regulamentadas entrarem no mercado, comprometendo a qualidade dos produtos.

6 – Delivery de Combustíveis: pode representar riscos ambientais e de segurança devido à falta de treinamento adequado dos agentes de entrega e à ausência de infraestrutura logística adequada.

Com relação aos sinais de problemas no veículo, é essencial que os motoristas estejam atentos aos seguintes sinais para garantir a manutenção adequada e evitar acidentes:

- Dificuldade na partida a frio: indica possível adulteração do combustível com substâncias mais pesadas.

- Marcha irregular: variação na rotação do motor enquanto o veículo está parado pode indicar problemas.

- "Engasgos" nas acelerações: falhas na aceleração ao sair da marcha lenta podem ser sinais de contaminação no combustível.

- Pré-ignição: respeitar os níveis de octanagem recomendados é crucial para evitar problemas como a batida de pino.

- Aumento do consumo: todos os sintomas mencionados acima podem contribuir para um maior consumo de combustível devido ao funcionamento irregular do motor.

(*Gabriel Bentes, estagiário sob supervisão da editora web de OLiberal.com Rayanne Bulhões)