Usuários defendem mais consciência no uso de patinetes elétricos em Belém
Nos últimos dias, diversas situações inusitadas envolvendo os patinetes elétricos públicos viralizaram nas redes sociais
Nos últimos dias, vídeos e fotos inusitadas envolvendo os patinetes elétricos públicos de Belém têm viralizado nas redes sociais. As imagens mostram situações como até quatro pessoas no mesmo veículo, transporte de botijão de gás, patinetes abandonados na porta de motéis e até tentativas de venda dos equipamentos. Apesar dos excessos, o modal vem sendo defendido por usuários como uma alternativa importante para a mobilidade urbana da capital paraense.
O estudante de Fisioterapia, Carlos Eduardo Santiago da Silva, de 22 anos, afirma que o patinete já faz parte de sua rotina. “Acho muito legal porque evita até pegar Uber. Sempre fazemos o trajeto da Unama, no bairro Gentil, até São Brás, onde pegamos o BRT. Sai até mais barato. É ótimo para nós”, disse.
Apesar dos benefícios, Carlos Eduardo critica os abusos. “Levar objetos grandes ou andar em lugares proibidos prejudica todo mundo. Acho que deveria ter um sistema para bloquear o acesso de quem usa errado. Se continuarem assim, o serviço pode acabar, e quem perde somos nós que usamos corretamente”.
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Infraestrutura e segurança
A opinião é compartilhada por Ailton da Silva Maia, de 22 anos, que vê na economia o principal atrativo. “Às vezes sai até mais barato que o ônibus. Mas falta infraestrutura: as calçadas são ruins em muitos lugares. Isso dificulta o uso correto”.
Ailton também destaca a falta de informação sobre as regras. “Muita gente não sabe o que pode ou não. Informar melhor ajudaria a preservar o serviço”. ressaltou.
Aumento na mobilidade e economia de tempo
Para o estudante de Jornalismo Lucas Germiniani, 25 anos, o patinete mudou sua rotina. “Uso há mais de uma semana e está sendo ótimo. Reduzi meu tempo de deslocamento de mais de 30 minutos para 15. É barato e seguro”. opinou
Ele reconhece, no entanto, que o serviço ainda passa por um período de adaptação. “Ainda tem gente usando errado, menor de idade fazendo vídeo para rede social… Mas acredito que, com o tempo, as pessoas aprendem”.
Prefeitura promete fiscalização e segurança
Diante das irregularidades, o prefeito de Belém, Igor Normando, usou as redes sociais para reforçar a fiscalização. “A maioria já usa com responsabilidade. Mas alguns ainda desrespeitam as regras. Todos os patinetes são monitorados, e vamos atuar com o Batalhão de Ordem Pública para coibir abusos”, escreveu no x (antigo Twitter).
Em resposta a uma internauta, ele acrescentou: “Quem usar de forma irregular, colocar em risco outras pessoas ou abandonar o patinete em local indevido será abordado. Já tivemos casos de furtos e tentativas de venda ilegal, todos resolvidos com ação rápida da polícia.”
Sem legislação específica, mas com regras claras
Em nota, a Prefeitura esclareceu que ainda não há legislação municipal específica para os patinetes, mas que o uso segue diretrizes do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Como não atingem mais de 32 km/h, os patinetes não são classificados como ciclomotores — e, por isso, não podem ser autuados como tais.
A gestão municipal orienta que dúvidas sobre pagamento, regras e uso devem ser tiradas diretamente com a empresa responsável.
Primeira capital do Norte com patinetes públicos
Desde o dia 3 de agosto, Belém se tornou a primeira capital da Região Norte a adotar os patinetes elétricos como transporte público compartilhado. Ao todo, 600 veículos estão disponíveis para locação, sendo 60 de uso gratuito para agentes de mobilidade urbana e ordem pública.
A instalação dos pontos de retirada e devolução dos patinetes está em andamento e deve ser concluída até o fim de agosto.
Entre as regras divulgadas pela prefeitura para uso dos patinetes elétricos estão: proibido para menores de 18 anos (mesmo com autorização); velocidade máxima de 20 km/h em ciclovias, 6 km/h em áreas de pedestres e 40 km/h em vias; proibido uso em dupla; recomenda-se uso de capacete e itens refletivos à noite; não é necessário CNH; proibido conduzir sob efeito de álcool.
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