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Troca do almoço pelo lanche 'completo' é prejudicial à saúde, alerta nutricionista

Uma pesquisa da empresa Kantar aponta que cada vez mais os brasileiros estão trocando o almoço, uma das refeições mais importantes do dia, por salgados

Fabyo Cruz
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A substituição do almoço, uma das refeições mais importantes do dia, por lanches, como, por exemplo, os salgados, estão cada vez mais presentes entre os brasileiros, segundo apontou um estudo da empresa Kantar. A crise financeira e rotinas aceleradas são alguns dos principais motivos que influenciam para a escolha. No entanto, a mudança pode provocar a deficiência de nutrientes, como vitaminas, minerais e fibras, passando a aumentar os níveis de gorduras e açúcares, alertam os especialistas. 

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image No mercado do Ver-o-Peso, um PF custa em torno de R$ 10,00; enquanto por um "completão" (salgado e suco) custa entre R$ 3 e R$ 5 (Carmem Helena/O Liberal)

No mercado do Ver-o-Peso, no bairro da Campina, em Belém, mesmo por volta das 12h, há quem opte pelo chamado “completo” (que é o salgado mais suco), ao invés do PF (o tradicional prato feito). Nalbert Campos, 25 anos, reside em Barcarena, no nordeste do Pará, porém precisou vir à capital, nesta quarta-feira (15), por questões de trabalho. Ele contou que devido à falta de tempo decidiu comprar uma coxinha com suco para comer na feira. “Não costumo comer lanche com tanta frequência nesse horário, normalmente costumo almoçar, mas como eu estava com pouco tempo, parei rápido aqui para lanchar. Geralmente, no final do dia paro em casa e almoço direito”, contou.

image Lídia Blanco, 36 anos, também trocou o almoço pela coxinha com suco (Carmem Helena / O Liberal)

Lídia Blanco, 36 anos, conta que adquiriu gastrite por comer fora da hora do almoço e não se alimentar corretamente. Entretanto, ela também decidiu lanchar um salgado com suco, no Ver-o-Peso, às 13h, desta quarta. “Hoje foi opcional, eu costumo sempre almoçar em casa, mas hoje lanchei aqui, pois já havia comido antes. Vou deixar para almoçar quando eu chegar em casa. Já tive problema de saúde por comer besteira ou ficar sem ingerir nada na hora do almoço. Agora, que voltei a comer essas coisas [lanches]”, comentou.      

Riscos à saúde

A nutricionista, doutora em ciências da saúde e membro da Rede Penssan, Naiza de Sá, afirma que além de provocar a deficiência de nutrientes, outro ponto importante a ser considerado é a quantidade de sódio presente nos alimentos ultraprocessados. A especialista destaca que o consumo exagerado de alimentos ultraprocessados está associado às condições crônicas não transmissíveis, como: hipertensão, diabetes e obesidade

Em relação aos preços dos alimentos, Naiza diz que vários estudos demonstram o aumento dos alimentos in natura nos últimos anos em detrimento dos alimentos ultraprocessados. “É possível observar que o quilo da salsicha ou mortadela está mais barato que o quilo da carne, por exemplo. Além disso, observou-se também aumento nos preços de frutas, verduras e legumes. São necessárias políticas que aumentem o acesso desses alimentos, especialmente para as famílias de baixa renda”, assegurou. 

“Um bom exemplo desse consumo de alimentos ultraprocessados entre as pessoas com menor renda é a composição da cesta básica. Normalmente, os itens que compõem as cestas básicas são alimentos ultraprocessados, que possuem baixo custo, menor valor nutricional e que têm maior quantidade de açúcar, gordura e sódio. Se alimentar bem, considerando a base da alimentação com alimentos in natura ou minimamente processados, atualmente está caro e é privilégio para poucos. A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de 400g, ou seja, cinco ou mais porções de frutas, verduras e legumes ao dia. Quantas famílias brasileiras têm condições de manter esse consumo?”, questionou. 

Naiza de Sá disse também que o consumo de lanches no almoço ou jantar traz riscos à saúde para todas as idades e que a alimentação adequada e saudável é um fator protetor da saúde: “Aumenta a saúde, a disposição e evita doenças. É importante, sempre que possível, manter o hábito de fazer as refeições. Manter o tradicional arroz e feijão. Quando a pessoa come arroz e feijão no almoço, provavelmente a pessoa também comerá salada, uma carne e se sentará para fazer sua refeição, prestando mais atenção a comida, comendo mais devagar. Ao contrário de alguém que comerá lanches. O lanche é uma refeição rápida, não exige que a pessoa se sente, que preste atenção à comida e normalmente é acompanhado de bebidas açucaradas como refrigerantes e molhos, como maionese e ketchup”.

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Belém
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