Supermercado se pronuncia sobre caso de uísque com metanol e engenheiro contaminado em Belém
Neste domingo (7), a rede comunicou as medidas tomadas para investigação da situação
O Grupo Mais Barato informou, neste domingo (7), que já tomou as medidas cabíveis após a divulgação do caso de metanol em uma bebida vendida em um dos estabelecimentos da rede, em Belém. O engenheiro Flávio Acatauassu, de 63 anos, afirma ter sido contaminado pela substância após consumir uma dose de uísque comprada em uma das unidades do empreendimento, no bairro de Nazaré. Exames médicos comprovaram a existência de metanol no organismo do engenheiro.
VEJA MAIS
Diante da repercussão e apurações conduzidas por órgãos de vigilância e saúde, o supermercado se pronunciou publicamente. Em comunicado enviado à reportagem, o Grupo Mais Barato afirma que todas as providências foram tomadas desde que teve conhecimento das informações divulgadas na imprensa.
A nota enviada ao jornal afirma:
“O Grupo Mais Barato informa aos seus clientes, parceiros e à sociedade em geral que, diante das informações divulgadas pela imprensa sobre o whisky Red Label adquirido em uma de nossas lojas, todas as medidas cabíveis já foram tomadas.
No entanto, causa-nos estranheza que, mesmo após 30 dias do consumo, a garrafa de whisky em questão não tenha sido disponibilizada para condução de análise técnica, a ser realizada pelas autoridades competentes e essencial para verificar a suposta contaminação.
Ainda assim, os whiskies citados foram recolhidos de nossas prateleiras e estão à disposição dos órgãos competentes. Além disso, acionamos os protocolos de verificação e rastreamento junto ao fornecedor DIAGEO, reconhecido como uma das maiores indústrias de bebidas do mundo e fornecedor dos principais varejistas e distribuidores no estado do Pará.
O Grupo Mais Barato permanece à disposição e colaborando para o esclarecimento completo do caso. Reafirmamos o compromisso com a transparência e a confiança de nossos consumidores.”
Medidas
O supermercado reforça, portanto, que as garrafas do mesmo lote foram retiradas de circulação e que está colaborando com a investigação, além de acionar o fornecedor para rastreamento da origem do produto.
Posicionamentos
A reportagem solicitou informações e esclarecimentos à Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), à Polícia Civil, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Unimed Belém. A Sespa informou que o exame que confirmou metanol foi feito em uma rede particular e, por isso, “ainda não recebeu notificação oficial referente ao caso”. Destacou que, segundo o último boletim disponível, até 9 de outubro de 2025 não havia casos confirmados de intoxicação por metanol no Pará e que o estado mantém vigilância intensificada.
Também foram solicitadas informações para a Polícia Civil, que afirmou “não ter nenhum registro da ocorrência”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Unimed foram procuradas pelo jornal. Em nota, a Unimed Belém afirmou que “o beneficiário esteve na urgência do Hospital Unimed Prime na data mencionada” e que as informações registradas no prontuário “estão sob análise pela Diretoria de Recursos Próprios e pelos núcleos responsáveis pela qualidade e segurança do paciente”.
A operadora declarou que o exame específico para metanol não foi solicitado porque “os testes específicos para detecção direta de metanol são solicitados apenas quando o quadro clínico se enquadra nos critérios oficiais de caso suspeito, conforme definido pela Nota Técnica nº 01/2025 – DEVS/DVS/SESPA”. Ainda segundo a Unimed, “as análises são feitas por laboratório externo definido pela própria vigilância e Ministério da Saúde destinado para investigação deste tipo de evento, que obrigatoriamente perpassa pelo Lacen ou Ciatox”.
A Unimed acrescentou que segue integralmente a Nota Técnica nº 360/2025 do Ministério da Saúde e a Nota Técnica nº 01/2025 da Sespa, e afirmou ter instaurado “apuração assistencial completa para avaliar a condução do atendimento”.
A instituição também reforçou orientações aos consumidores, como evitar bebidas de procedência desconhecida, procurar atendimento imediato diante de sintomas compatíveis e comunicar suspeitas às autoridades sanitárias, destacando ainda que, “segundo a SESPA, até 09/10/2025 não havia casos confirmados de intoxicação por metanol no Pará, embora o estado esteja em vigilância intensificada”.
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