Saúde da córnea: saiba quais cuidados tomar para preservar o órgão importante para a visão
A influenciadora Jéssica Cardoso lesionou o tecido com a própria unha ao coçar o olho

A influenciadora Jéssica Cardoso assustou seus seguidores ao surgir na rede social com um tampão sobre o olho direito. Nos stories, a influencer explicou que lesionou a córnea com a própria unha ao coçar o olho. “Na hora que passei a minha unha rasgou o meu olho", relatou no vídeo. O acidente chamou atenção para os cuidados com a córnea, parte do corpo com maior número de terminações nervosas por milímetro quadrado, segundo o médico oftalmologista Lauro Barata.
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O especialista explica que a córnea é como uma lente, uma das primeiras camadas que protege todo o olho, responsável por preservar o globo ocular e também pela refração da luz, que posteriormente será processada na retina, gerando a visão. “Ela protege todo o olho e permite que enxerguemos de forma nítida”, diz o médico.
Entretanto, quando alguma coisa irrita a córnea, ela pode deixar de cumprir sua função corretamente e, por ter muitas terminações nervosas, gerar grande desconforto para o indivíduo. O oftalmologista destaca algumas doenças que podem afetar diretamente a córnea: “Doenças infecciosas, inflamatórias, doenças virais, como o herpes, por exemplo, podem comprometer a região. Qualquer ferimento ou corpo estranho também podem causar danos”.
Ferimentos na córnea podem trazer danos graves à saúde
No caso da influenciadora, o ferimento na córnea foi superficial e, nesses casos, Lauro explica que existe, sim, uma possibilidade de regeneração do tecido. Entretanto, em outras situações, quanto mais extensa e mais profunda for a lesão, pior é o prognóstico.
“Da feita que você tem que reparar cirurgicamente, existe um risco de comprometimento permanente da visão, porque a intervenção pode afetar a curvatura da córnea, gerar processos inflamatórios, infecciosos, entre outros fatores”, explica o médico.
Apenas em casos de lesão muito grave o transplante de córnea é indicado. A cirurgia é delicada e precisa ser feita sem muita demora. “Quando alguém doa seus olhos, o olho vai para o banco de olhos e depois é levado para o centro cirúrgico. Você não pode esperar muito tempo porque se não a córnea começa a perder sua função de transparência”, alerta Lauro.
Ele explica que a córnea pode ser retirada de um doador em até seis horas depois da parada cardíaca, e deve ser usada em até 15 dias. Por isso, a declaração de doação de órgãos ainda em vida é importante nesses casos. A demora da família em liberar a doação dos órgãos do ente falecido pode levar à perda da utilidade da córnea.
Entretanto, para quem aguarda pela doação, a espera pode ser um pouco maior:
“Se não for um quadro de urgência, a pessoa pode esperar. Desde que o quadro esteja estabilizado, em situação de não progressão e sem processo infeccioso ou inflamatório”, diz o oftalmologista.
Olho seco é um problema da atualidade
No entanto, um dos problemas muito comuns que afetam a córnea e que ainda é pouco comentado, segundo Lauro, é a Síndrome do Olho Seco, uma disfunção lacrimal causada pelo uso excessivo, por tempo prolongado, de telas, seja de celular ou computador.
O oftalmologista explica que, para estar saudável e funcionar perfeitamente, a córnea precisa, sobretudo, de hidratação.
“A córnea precisa necessidade de oxigênio e 80% desse oxigênio ela obtêm da lágrima e de outro líquido que retira do olho, por isso, os olhos precisam estar constantemente hidratados”. Entretanto, quando ficamos muito tempo diante de telas, essa hidratação fica prejudicada.
Foi o que aconteceu com a secretária Andréia Prestes. “Eu comecei a sentir uma ardência nos olhos no final do dia, aquela sensação de areia, devido eu trabalhar o dia inteiro na frente do computador, então eu busquei ajuda médica”, relata.
Andréia conta que precisou fazer uso de colírios lubrificantes, indicados especialmente para sua necessidade, o que amenizou os sintomas. “Eu uso [colírio] de vez em quando agora, que a crise passou”, comenta.
Para prevenir o problema, o oftalmologista orienta que o tempo de exposição à luz das telas seja melhor administrado, para evitar o desenvolvimento da Síndrome e preservar, assim, a hidratação das córneas.
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