Saiba como lidar com fogos de artifício na Copa do Mundo
Bombeiros dão dicas para o uso. Fogos com estampido são proibidos no Pará, a fim de salvaguardar a saúde de crianças, enfermos e animais

No dia do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo 2022, dia 24 deste mês, o Centro Folclórico Lagostão, em Afuá, no Marajó, foi destruído por um incêndio. A suspeita é que o fogo tenha iniciado a partir de fagulhas de fogos de artifício lançados durante a partida. Esse fato indica como é fundamental ter conhecimento sobre como lidar com esse tipo de produto, a fim de serem evitados acidentes, ainda mais em tempo de Mundial de Futebol, nas comemorações da torcida.
Além disso, muita gente pode ainda desconhecer que em maio deste ano o governador Helder Barbalho sancionou a Lei nº 9.593 que proíbe a soltura de fogos de artifício com estampido em todo o território do Estado do Pará. Crianças, autistas, gestantes, idosos, pessoas acamadas, além de animais, são os principais beneficiados com o combate à poluição sonora, do dispositivo legal do Poder Executivo Estadual.
VEJA MAIS
Dicas
O Corpo de Bombeiros Militar do Pará repassa algumas orientações sobre o uso de fogos de artifício, que começam já na aquisição do produto. O subdiretor de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros, major Raimundo Moura, a compra desses itens deve ser feita em comércio legalmente habilitado pelo Exército Brasileiro, que regula a venda desses artefatos explosivos, além do licenciamento do Corpo de Bombeiros e da certificação do Inmetro, que garante a qualidade do produto.
“É indispensável ler todas as instruções de segurança do produto, utilizar em local afastado das pessoas, em áreas abertas e sem fiação elétrica, longe de hospitais, de postos de combustível. Nunca ingerir bebida alcoólica ou utilizar medicamento se for manusear o explosivo, que jamais deve ser segurado diretamente na mão. A forma correta de utilizar é colocá-lo no chão ou em uma base. A maioria dos acidentes por fogos de artifício ocorre pela não observância de alguns desses fatores”, pontua o subdiretor.
Supervisão
O vendedor e utilizador de fogos de artifício, Salim Iunes, destaca que o Corpo de Bombeiros do Pará tem uma normativa que regulamenta a soltura de fogos de artifício, tanto uso profissional quanto amador.
“Por exemplo, mesmo os fogos próprios para crianças, os de classe A, têm sempre que ter a supervisão de um adulto. A maior incidência de acidentes com as crianças, como queimaduras, ocorre porque não havia um adulto presente para orientar. Uma informação importante é que quando o produto falhar, não se deve reaproveitá-lo. Deve-se esperar um tempo de segurança de 10 a 15 minutos para chegar perto dele, para que se possa fazer o descarte na empresa onde foi comprado ou molhar o produto, que aí ele perde a sua característica principal, a detonação. Então, é só mergulhar em um balde”, destaca Salim Iunes.
Acidentes
Como explica o major do Corpo de Bombeiros, os acidentes com fogos de artifício danificam, sobretudo, os membros superiores, a exemplo dos braços, mãos, além do tronco e rosto.
“Em situações de acidente, pode ir a queimadura de 1º, 2º ou 3º grau ou até a perda de um membro. Se for queimadura de 1º grau, só vermelhidão, sem a formação de bolha, deve colocar a parte afetada em água corrente. Os acidentes de grau 2 ou 3 requerem maior cuidado. Deve ser usado pano umedecido com soro fisiológico para cobrir o ferimento e evitar infecção, e seguir, imediatamente, para a unidade de saúde mais próxima. Na perda de um membro, deve-se tentar estancar o sangue até a chegada do atendimento médico. Acione o Corpo de Bombeiros pelo 190 ou a Samu pelo 192”, repassa o oficial.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA