Roncar pode aumentar risco de acidente vascular cerebral? entenda

Pessoas que roncam podem ter uma doença chamada apneia do sono, que é a pausa momentânea da respiração durante o sono, diz especialista

Dilson Pimentel e Gabriel Pires

O ato de roncar está ligado ao aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC). É o que aponta um estudo recente publicado no The Lancet Regional Health. Durante uma década, 19,6 mil participantes acompanhados desenvolveram AVC. Todos eles roncavam.

O estudo destaca a importância de não ignorar os sinais, diz o coordenador do departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Alexandre Ordones. O especialista alerta para os males do ronco, associado à apneia obstrutiva do sono.

"Essa parada respiratória durante o sono leva a uma diminuição da oxigenação no nosso corpo com queda de saturação. Isso pode levar a ocorrência da aterosclerose, o entupimento das artérias do nosso corpo, e isso favorece a ocorrência do AVC", explica.

Em Belém, Erika Badarane, otorrinolaringologista com atuação em medicina do sono, disse que a relação entre o AVC e o ronco existe porque pessoas que roncam podem ter uma doença chamada apneia do sono, que é a pausa momentânea da respiração durante o sono. “Essa baixa saturação de oxigênio no nosso organismo, quando ocorre de forma repetida, provoca danos aos vasos sanguíneos, que predispõem a doenças como o AVC. Pessoas com apneia do sono também tendem a ter um aumento da pressão arterial principalmente durante o sono, o que também é fator de risco para a ocorrência do AVC e de outras doenças cardiovasculares”, explicou.

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Uma das principais causas para o ronco são o sobrepeso e a obesidade, diz especialista

Ainda segundo a especialista, o ronco é um ruído durante o sono que ocorre quando o ar tem dificuldade para passar e provoca a vibração das estruturas pois existe um estreitamento das vias aéreas. Então qualquer fator que comprometa o fluxo de ar nas vias aéreas superiores pode provocar ronco. “Uma das principais causas para o ronco são o sobrepeso e a obesidade, pois provocam uma deposição de gordura no pescoço, o que reduz o calibre da faringe (garganta)”, disse.

Doenças que provoquem obstrução no nariz, como desvio de septo, rinites e pólipos nasais, também poderão contribuir para a ocorrência do ronco. Pessoas com alterações anatômicas craniofaciais, como mandíbula retraída (queixo curto), amígdalas e língua grandes, também estão mais propensas ao ronco, afirmou Erika Badarane. “A prevenção se dá pela perda de peso e tratamento das alterações anatômicas que possam provocar estreitamento das vias aéreas. Dependendo da causa, o tratamento pode ser realizado com medicamentos ou através de cirurgias”, explicou.

Ela observou que, além da má qualidade do sono para o paciente e para o parceiro(a), o ronco que vem acompanhado de apneia do sono pode provocar hipertensão arterial, arritmias cardíacas, diabetes, glaucoma, obesidade, alteração de memória, AVC, doenças cardiovasculares, depressão, dentre outras doenças.

image O chaveiro Antônio dos Reis: “Minha esposa diz que eu ronco que falto infartar” (Igor Mota/O Liberal)

"Minha esposa diz que eu ronco que falto infartar”, diz chaveiro

O chaveiro Antônio Edinilson dos Reis, 51 anos, disse que ronca “bastante”, principalmente quando toma cerveja. “Minha esposa diz que eu ronco que falto infartar”, contou. Ele afirmou que nunca investigou a origem do ronco, até porque isso não afeta sua rotina diária. “A pessoa que ronca não escuta. Quem está perto é que fala que a gente ronca”, afirmou. Antônio disse que nunca procurou saber sobre a origem do ronco dele. “A gente vai deixando para depois essas coisas”, afirmou ele, que é conhecido como “Antônio Chaveiro”.

O vigilante Rogério Lima, 43 anos, disse que ronca quando está muito cansado. E, também, quando consome bebida alcoólica. “Quando vou em alguma festa, algum evento social, e bebo é selado eu roncar bastante mesmo”, disse. Rogério contou que roncar interfere no sono dele. “Às vezes, eu me assusto com o meu ronco. Muito alto o barulho. Aí eu me espanto. Aí, pra voltar a pegar no sono, demora aquele período”, contou.

O vigilante disse que nunca pensou em procurar um profissional porque acha que é algo “normal”. “Acho que deve acontecer isso com todo mundo”, contou. Mas Rogério afirmou que isso não atrapalha o seu rendimento no trabalho.

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