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Programa que fortalece a coleta seletiva e o trabalho de catadores é lançado em Belém

Entre os benefícios, destaca-se apoio técnico, reforma de unidades de triagem, novos equipamentos e o “Reciclômetro”

Bruno Roberto - Especial para o O Liberal
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O programa “Coleta Mais Belém”, que promete ampliar a coleta seletiva e fortalecer as cooperativas de catadores, foi lançado nesta quarta-feira (28), durante o II Seminário de Educação Ambiental e Sustentabilidade, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. O programa é mais uma iniciativa resultante da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30).

O evento é promovido pela Itaipu Binacional, em parceria com a Fadesp (Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa da UFPA), Prefeitura de Belém, Governo do Pará, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e Itaipu Parquetec.

A partir dessas parcerias, o programa "Coleta Mais Belém" chegou à capital paraense, com o objetivo de alcançar todo o estado. “A Itaipu Binacional tem desenvolvido, em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente, diversas atividades voltadas à educação ambiental. Uma delas é esse programa 'Coleta Mais Belém', que ela trouxe para incentivar e apoiar a coleta seletiva a princípio na Região Metropolitana de Belém (RMB), mas com a perspectiva de se expandir para todo o Pará”, explica Marcos Sorrentino, diretor de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Segundo o diretor, o programa já está em curso, sendo implantado nas quatro cooperativas de coleta seletiva iniciais, além da montagem das unidades básicas de reciclagem. A ideia é continuar pelo menos até o fim de 2025.

Um dos objetivos do "Coleta Mais Belém" é o fortalecimento das cooperativas de catadores. O programa é desenvolvido em parceria com as cooperativas Concaves, Aral, ACCSB e Filhos do Sol. “Os catadores são as pessoas que historicamente se dedicam a diminuir os impactos dos resíduos sólidos urbanos na vida cotidiana, seja nos rios, seja na contaminação dos solos. É necessário que as prefeituras municipais e a cidadania compreendam a importância desse educador que é cada catador que atua na coleta de resíduos sólidos urbanos”, comenta o diretor Marcos Sorrentino.

União da tecnologia com a pedagogia

Para alcançar o objetivo, o programa atua de forma conjunta com a educação, em ação com as escolas e professores. A ideia é cuidar dos resíduos que afetam a população atualmente – mediante as cooperativas – e conscientizar a população, a fim de que, no futuro, o problema do lixo seja menor, como detalha Marcos Sorrentino. “Na formação pedagógica dos professores(as), o programa está com um conjunto de 30 escolas, atuando desde uma ação de visibilidade, como o biodigestor em cada escola, até os processos formativos, com peças de teatro e cursos de formação. Tem como objetivo maior a congregação do professorado com os catadores(as) para visualizar formas de cooperação”, afirma.

A respeito do biodigestor, houve a instalação de biodigestores em 31 escolas municipais, que transformam o resíduo orgânico do refeitório escolar em fertilizantes e biogás. Além disso, o biodigestor tem papel educador, uma vez que os professores podem explorá-lo em sala de aula. A iniciativa alcança ainda escolas em distritos como Mosqueiro, Icoaraci, Outeiro e nas ilhas.

Opinião das cooperativas

A presidente da Associação de Catadores da Coleta Seletiva de Belém (ACCSB), Maria do Socorro, estava no evento e agradeceu a chegada do programa ‘Coleta Mais Belém’, que vai beneficiá-los. “Agradecemos devido a parceria da cooperativa com o Itaipu Parquetec, do apoio a construção de uma usina de triagem que vai ser feita no canal São Joaquim. Para nós, é um sonho essa grande parceria.”, relata.

O programa prevê apoio técnico, reforma de unidades de triagem, novos equipamentos e o “Reciclômetro”, sistema que possibilita mensurar a quantidade de recicláveis coletados e o quanto gerou de renda para os catadores. “Com essa parceria, vamos ser beneficiados com um galpão todo equipado para nossa coleta e transporte. Hoje, podemos dizer que nós, catadores, estamos nos olhares do poder público e da sociedade”, compartilha Maria do Socorro.

COP 30

A COP 30 gera muitas oportunidades e está sendo o motivo de que muitos projetos e planos cheguem ao Pará, principalmente na RMB. O desafio é que esses projetos alcancem toda a população e que os paraenses entendam o que é e como podem ser impactados pelo grande evento. 

“A COP 30 é um desafio muito distante do cotidiano das pessoas. As pessoas sabem que vão ter impactos na economia do Pará, de Belém, mas elas não sabem muito bem como isso se materializa. Acredito que projetos demonstrativos e experimentais, como o ‘Coleta Mais Belém’, se aproximam mais do cotidiano das pessoas”, defende o diretor Marcos Sorrentino.

Para os catadores, que são responsáveis diretos por cuidar do meio ambiente das cidades, a esperança é de que o legado da COP 30 seja positivo. “Estamos na expectativa de que venha a nossa melhoria, que depois que esse fato acontecer, deixem benefícios para nós, catadores, que somos heróis. Somos médicos da natureza”, comenta a presidente da ACCSB, Maria do Socorro.

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